A-CAP e 777 sofrem derrota na Justiça americana; veja como o Vasco pode ser afetado

Juiz de Nova York concedeu liminar a favor de fundo inglês contra grupo dos Estados Unidos para limitar os réus de se desfazerem dos ativos.

Pedrinho e Josh Wander
Pedrinho e Josh Wander

Nos últimos meses, o torcedor do Vasco se acostumou a ler e se preocupar com a situação de duas empresas estrangeiras que não conhecia: a seguradora norte-americana A-CAP e o fundo inglês Leadenhall. Os dois são partes do processo que envolve uma acusação de fraude contra a 777 Partners, ex-controladora do futebol do clube.

A briga segue em curso na Justiça americana, com consequências que podem respingar no futuro do Vasco. Os últimos capítulos mostram movimentos de aperto contra a 777 e a A-CAP. No dia 8 de julho, o juiz federal John Koeltl, do distrito sul de Nova York, concedeu liminar em favor da Leandehall para limitar os réus de se desfazerem dos ativos.

A liminar foi reforçada na última semana com a mesma mensagem: os ativos da 777 não podem ser negociados sem o consentimento da Leandehall ou apenas em caso de nova decisão judicial.

O ge obteve, com exclusividade, a liminar da Justiça americana. Entre as empresas listadas, porém não consta o braço da 777 no futebol – veja os detalhes abaixo. É o que faz a diretoria do Vasco se sentir protegida caso haja negociação da SAF, hoje sob controle da diretoria associativa de Pedrinho.

Leadenhall acusa A-CAP

O caso começou em maio deste ano, quando a Leandehall entrou na Justiça contra a 777. Acusava a antiga parceira do Vasco de fraude por pegar empréstimo de US$ 350 milhões (R$ 1,7 bilhão, na cotação atual) e dar como garantia ativos que não lhe pertenciam ou sequer existiam.

Na ação de maio de 2024, o fundo inglês acusava a empresa de Josh Wander de ser “marionete” de outra companhia, a A-CAP, seguradora norte-americana, a quem a 777 devia mais de R$ 10 bilhões. No entanto, o ge obteve a ação de agosto deste ano, na qual a Leadenhall acusa a A-CAP de também participar da fraude da 777.

Mas como isso afeta o Vasco e uma possível venda da SAF do clube?

Primeiro, é importante destacar que a Leadenhall trata a A-CAP como ré do processo, ao lado da 777 Partners. A seguradora americana negocia com o Vasco a venda da SAF do clube, que antes era controlada pela empresa de Josh Wander. Em tempo: o Vasco e a A-CAP acordaram pela suspensão da ação na Justiça e da arbitragem por 90 dias. O prazo termina no fim deste mês.

“Leadenhall foi forçada a iniciar esta ação para deter Wander, King, Pasko, 777 Partners, A-CAP e suas entidades afiliadas responsáveis ​​pelo seu padrão de violações contratuais e fraude, que juntas constituem uma violação da Racketeer Influenced and Corrupt Organizations Act (“RICO”), 18 U.S.C. § 1962”, aponta a ação movida na Justiça de Nova York.

Numa primeira etapa, a Justiça de Nova York concedeu a liminar a favor da Leadenhall contra a 777 Partners e a A-CAP. Dentro da decisão provisória, há dispositivos pela proibição da 777 e da A-CAP de dissiparem os seus ativos ou transferirem para outros réus citado na ação. O fundo inglês também deve ser avisado sobre qualquer tentativa de negociação. Confira trechos traduzidos:

  • (C) na medida em que o valor dos (i) ativos prometidos como garantia pelos Mutuários, mais (ii) o valor de qualquer dinheiro ou equivalentes de caixa de propriedade dos Mutuários e Fiadores for insuficiente para cobrir o valor total da Dívida Acelerada, proíbe a despesa ou dissipação pelos Mutuários e Fiadores de qualquer dinheiro ou equivalentes de caixa recebidos de qualquer venda ou transação até o valor total da Dívida Acelerada;
  • (D) proíbe os Mutuários e Fiadores de assumir qualquer medida para dissipar o valor de seus ativos, inclusive por transferir ativos para qualquer Réu;
  • (E) exige que os Mutuários e Fiadores forneçam aviso à Leadenhall, ING Capital LLC, National Founders LP, Haymarket Insurance Company e ACM Delegate LLC de qualquer tentativa de qualquer Réu de executar a hipoteca, reaver ou exercer ações corretivas contra os ativos dos Mutuários e Fiadores e/ou impedir qualquer Réu de executar, reaver a posse ou exercer ações corretivas contra os ativos dos Mutuários e Fiadores.

Isso impactaria na venda da SAF do Vasco? Segundo o ge apurou, o Vasco não entende assim. O clube carioca, que constantemente troca informações com advogados da A-CAP tanto nos EUA quanto no Brasil, está a par da situação e se sente seguro. O motivo é que a Nutmeg Acquisition LLC, empresa do grupo da 777 Partners que opera os times de futebol dos norte-americanos, não é citada na liminar nem é ré da ação.

De quem é o dinheiro?

Se o clube não se vê afetado pela liminar, a preocupação maior é da A-CAP, que pode negociar a venda do Vasco, ou de qualquer outro ativo, e não receber esse dinheiro, que ficaria sob avaliação da Justiça dos Estados Unidos.

Algumas perguntas ainda estão sem respostas diante de todo esse imbróglio:

A disputa ocorre porque a A-CAP tem prioridade sobre os ativos da holding da 777 Partners, por ser a maior credora da empresa de Josh Wander. A Leadenhall, que se vê lesada no processo tanto pela A-CAP quanto pela 777, busca recuperar os fundos que emprestou à empresa norte-americana.

Segundo a ação que corre na Justiça dos EUA, a A-CAP ofereceu uma posição de quarta prioridade nos ativos da 777, mas a Leadenhall recusou a oferta.

“Num esforço para “substituir” a garantia duplamente prometida por outros interesses de segurança e continuar a impedir que a Leadenhall entre com esta ação, no verão de 2023, a A-CAP ofereceu à Leadenhall uma posição de quarta prioridade nos ativos da holding 777 Partners – ou seja, vários pontos atrás da posição de primeira prioridade da A-CAP. A Leadenhall recusou a oferta”, traz a ação.

A ação da Leadenhall volta a tratar da estratégia da 777 de “expansão contínua”, usando as dívidas para adquirir novos ativos como garantias para outras dívidas. A tentativa de compra do Everton, da Inglaterra, é apontada pelo fundo inglês como um ciclo interminável de “roubar Pedro para pagar Paulo”.

— O Everton foi o último objeto brilhante do esquema fraudulento de Wander, deixando de lado a solvência. Apesar do fato de que a 777 Partners e muitas das empresas operacionais e times de futebol profissional que Wander possui estão profundamente endividados, atrasados ​​em suas obrigações e em “gelo fino” com os reguladores, a estratégia de Wander tem sido a expansão contínua – usando dívida para adquirir novos ativos que ele pode então usar como garantia para mais dívidas, que depois não consegue pagar a tempo, num ciclo aparentemente interminável de “roubar Pedro para pagar Paulo” — alega a Leadenhall na ação.

A 777 Partners tinha um acordo pela compra do Everton, mas não efetuou o pagamento estipulado a tempo, e o clube inglês se tornou livre para negociar a venda de ações com outros interessados, em junho deste ano.

Fonte: Globo Esporte

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