NFTs da Copa do Mundo são negociados por até US$ 15 mil
O objetivo da entidade máxima do futebol é criar uma conexão mais profunda e duradoura com torcedores de diferentes nacionalidades.
De olho na Copa do Mundo de 2026, que será realizada nos EUA, México e Canadá, a Federação Internacional de Futebol (Fifa) lançou recentemente uma nova coleção de tokens não fungíveis (NFTs). Batizada de Fifa World Cup First Timers, o projeto apresenta colecionáveis digitais em vídeo que eternizam os primeiros gols em mundiais marcados por craques consagrados. Ao todo, são 15 momentos históricos estrelando personagens como: o senegalês Sadio Mane, o argentino Hernan Crespo, o marfinense Didier Drogba e o brasileiros Sócrates.
O objetivo da entidade máxima do futebol é criar uma conexão mais profunda e duradoura com torcedores de diferentes nacionalidades, abrindo um leque de possibilidades para o futuro do engajamento com o esporte, sem contar, é claro, a geração de novas fontes de receita.
Os NFTs, certificados digitais que garantem a autenticidade e exclusividade de ativos virtuais, vêm se tornando cada vez mais populares em diversos setores, desde a arte e música até o esporte. Disponíveis em bolsas de criptomoedas tradicionais e também em exchanges descentralizadas, a tecnologia já é uma realidade no mundo do futebol.
Sucesso de vendas
Ao todo, a Fifa disponibilizou uma edição limitada com 15 mil colecionáveis da série First Timers, que se esgotaram rapidamente. Isso significa que os tokens não estão mais disponíveis no preço original, mas podem ser adquiridos de terceiros no marketplace da entidade a um valor, digamos, bastante salgado, a depender do NFT.
Se no início das vendas, um “pacote” com três tokens era vendido a US$ 14,99 (cerca de R$ 81 na cotação atual), hoje há colecionadores negociando esses tokens por até US$ 15,5 mil. É o caso do gol de pênalti marcado por CR7 na Copa do Mundo da Alemanha, em 2006. Na ocasião, a seleção de Portugal bateu a Irlanda por dois gols a zero.
Mas o torcedor também encontra opções mais em conta, porém não tão atrativas. Por exemplo, o gol de Arie Haan pela Holanda contra a França, na Copa da Argentina de 1978, sai por apenas US$ 1. Ou mesmo o gol do craque brasileiro Sócrates na Copa da Espanha de 1982, que pode ser adquirido por meros US$ 6,50.
Os torcedores mais engajados, que coletarem os 15 momentos, podem desbloquear recompensas especiais. Uma delas é o direito de comprar dois ingressos para três partidas da fase de grupos da Copa do Mundo de 2026. Pode não parecer grande coisa, mas os aficionados por futebol que sempre entram nos sorteios de compra dessas entradas sabem como é difícil consegui-las.
Brasileirão também explora NFTs
A exemplo da Fifa, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) também explora o mundo dos ativos digitais. O acordo é o seguinte: em contrapartida a um dos maiores contratos publicitários já realizados no país, a Binance, uma das maiores exchanges do mundo, pode atrelar sua imagem à Série A do Brasileirão de diferentes formas. Além da tradicional exposição de marca, a empresa lançou no início da temporada atual os NFTs do Brasileirão. Trata-se de tokens digitais colecionáveis distribuídos gratuitamente antes de cada partida.
De acordo com a CBF, além da óbvia oportunidade de colecionar os tokens, os torcedores têm a chance de acumular pontos e resgatar ingressos e experiências VIP nos jogos ou até mesmo itens raros, como troféus, camisas e bolas oficiais autografadas, além de descontos em cursos selecionados da CBF Academy.
Segundo o diretor-geral da Binance no Brasil, o objetivo é aumentar a interatividade entre o torcedor e os times do campeonato. “Não temos dúvidas de que os benefícios que ele oferece têm grande valor para o fã de futebol, e por isso a Binance está dedicada a trazer novas vantagens, que pretendemos anunciar ao longo do campeonato “, comenta Guilherme Nazar.
Copa do Mundo de 2026
A próxima Copa do Mundo da Fifa irá marcar a 23ª edição do torneio. Desta vez, a competição será realizada em três países: EUA, Canadá e México. Essa iniciativa inédita marca um novo capítulo na história da entidade, que busca ampliar o alcance global do futebol e celebrar a diversidade cultural da América do Norte.
Além disso, com 48 seleções competindo pelo título, o próximo mundial promete ser a edição mais disputada e emocionante de todos os tempos. No total, 16 sedes foram escolhidas para receber os jogos: duas no Canadá, três no México e 11 nos EUA. É o maior número desde a Copa do Mundo de 2002, realizada na Coreia do Sul e no Japão.
O pontapé inicial será dado no dia 11 de junho de 2026, no Estádio Azteca, na Cidade do México. Esta será a primeira vez que um local irá sediar três aberturas do torneio. As outras foram nas edições de 1970, quando a seleção brasileira se sagrou tricampeã, e 1986. Já a partida final será disputada no estádio Metlife, na região de Nova York, no dia 19 de julho.
“Este será o maior evento, o maior show, o maior torneio que o mundo já viu”, promete Gianni Infantino, presidente da Fifa. “Daqui a dois anos, o mundo vai parar para assistir ao que se passa na América do Norte. O troféu já está aqui, pronto – nós cuidamos bem dele – e estamos todos nos preparando, nos aquecendo para a competição, arrumando tudo”, conclui.