Neto de ídolo do Botafogo, Fabrício Morango opta pelo MMA e pelo Vasco

Fabrício Morango tentou seguir passos do avô Quarentinha no clube alvinegro, mas optou pelo MMA e pelo Vasco.

Em sua carreira de 15 anos no MMA, Fabrício “Morango” Camões nunca foi conhecido como um “chutador” e sempre fez sua fama mais pelo jiu-jítsu, no qual é faixa preta de Royler Gracie. No entanto, o lutador carioca tem sua história bastante ligada à paixão nacional brasileira, o futebol. Seu avô, Waldir Cardoso Lebrêgo, mais conhecido como Quarentinha, foi atacante da Seleção Brasileira e se tornou ídolo no Botafogo entre as décadas de 1950 e 60, quando se tornou o maior artilheiro do clube em todos os tempos, com 313 gols. Morango, que enfrenta Melvin Guillard neste sábado pelo card preliminar do UFC 148, em Las Vegas, tentou seguir os passos do avô, incentivado pela família, mas sua habilidade com os pés nunca foi comparável à do craque botafoguense.

– Meu avô era jogador de futebol, então minha família toda queria que eu fosse jogador de futebol também. Só que, no Brasil, todo mundo joga bola, então era difícil eu ser melhor que os outros, e tinha a cobrança por ser neto do Quarentinha, todo mundo queria que eu jogasse bem, e eu não jogava esse bem todo pra ter essa “responsa” toda. No judô, foi uma coisa mais natural para mim. Quando comecei a ter os resultados no judô, comecei a ganhar as competições, pensei, “Ah, aqui que me dei bem”, e aí começou (a paixão pelas lutas) – contou Morango ao SPORTV.COM.

Nas artes marciais, Morango teve seu início aos oito anos de idade, quando um médico recomendou à sua mãe que ele praticasse judô para conter um pouco sua “agitação” infantil. O garoto ainda fez taekwondo, influenciado pelo quadro do Mestre Kim no programa de TV da Xuxa, e boxe tailandês antes de começar as aulas de jiu-jítsu com Royler na Gracie Tijuca e se apaixonar de vez pelas lutas. Camões ainda passou por peneiras no Botafogo (“Claro, eu era neto do ídolo lá”, reconhece) e jogou nas divisões de base até os 13 anos de idade.

– Aí começou aquela época de concentração, de ir no fim de semana para o clube para jogar no domingo, e isso não era divertido para mim, eu queria fazer outras coisas (risos). Foi quando comecei a ficar bem sério no jiu-jítsu, comecei a ter os resultados e me motivei mais. Eu perdia os jogos no futebol e ganhava um campeonato de luta no fim de semana… Tinha que ficar na luta, né, achei meu lugar – explicou.

Outras razões que mudaram a perspectiva de Morango sobre o futebol e as artes marciais foram as histórias de sacrifício dos jovens que sonhavam jogar bola um dia e a filosofia diferenciada das lutas.

– Era algo sacrificante para mim, porque eu via um monte de outros moleques com muito talento, os mais humildes, que até choravam nas peneiras, partia meu coração. Eu estava naquela vaga, mas não era o que eu gostava de fazer. Na luta, me realizei. As medalhas tinham gosto mais especial. No futebol, se você perde, põem a culpa no goleiro, no jogador do meio… Na luta, não, entra você e mais um ali, um vai rir para o outro chorar. É confronto direto, não pode botar a culpa em ninguém. O único culpado foi você. Claro que é um esporte coletivo antes da luta, você divide o treino com a equipe, mas quando trancam a jaula, é só você e o cara. Por mais que os parceiros de treino tenham ajudado, se você não estiver focado na hora da luta, não funciona. Você está no controle – afirmou.

Não bastasse seguir por um caminho diferente do avô, Morango também optou por torcer por um dos maiores rivais do Botafogo: o Vasco, que durante sua infância e adolescência, vivia grande época, com jogadores como Roberto Dinamite, Romário, Bismarck, Geovani e Bebeto. O Glorioso, por sua vez, passava pela pior fase de sua história, no meio do jejum de 21 anos sem títulos.

– Era a época maneira do Vasco. Eu morava ali pela Tijuca, ia ao Maracanã direto para ver o Vasco jogar. Era difícil ser Botafogo. O meu pai é desgostoso até hoje por isso. Não deu nada, tanto ele quanto meu avô foram super tranquilos com isso. Nunca me obrigaram a ser botafoguense, me deixaram bem livre para escolher meu time. Mas se o Vasco perdesse para o Botafogo, aí eu escutava (risos).

Quarentinha faleceu em 1996, mas Morango guarda ótimas lembranças do avô.

– Meu avô era de ouro. Ele me levava para ver jogos com ele, sempre colocava vídeos “das antigas” para eu assistir, e falava de todos os craques: Jairzinho, Sabará, todos amigos dele. Cansei de ir para a casa da minha avó e estavam todos reunidos. Curti muito meu avô. Infelizmente, ele já se foi, mas deixou boas memórias e bons exemplos. Não estava sempre com a gente, mas sempre lembro dos seus ensinamentos. Ele me motivava mais no futebol, mas sempre me apoiou – garantiu.

Fabrício Morango enfrenta Melvin Guillard no card preliminar do UFC 148, que destaca a revanche entre Anderson Silva e Chael Sonnen, neste sábado em Las Vegas, EUA. O canal Combate transmite o evento na íntegra ao vivo, e o SPORTV.COM acompanha em Tempo Real. Confira a programação completa:

UFC 148
7 de julho de 2012, em Las Vegas (EUA)
CARD PRINCIPAL
Anderson Silva x Chael Sonnen
Tito Ortiz x Forrest Griffin
Cung Le x Patrick Côté
Demian Maia x Dong Hyun Kim
Chad Mendes x Cody McKenzie
Ivan Menjivar x Mike Easton
CARD PRELIMINAR
Gleison Tibau x Khabib Nurmagomedov
Melvin Guillard x Fabrício “Morango” Camões
Riki Fukuda x Costa Philippou
John Alessio x Shane Roller
Yoislandy Izquierdo x Rafaello Oliveira

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