Fernando Prass abre o jogo sobre atraso de salário

O goleiro Fernando Prass participou no início da tarde desta quarta-feira (30/05) do programa ‘Momento Esportivo’, da Super Rádio Brasil. Na oportunidade, o camisa 1 conversou com o repórter Gustavo Penna e discorreu sobre diversos assuntos, principalmente sobre a crise financeira enfrentada atualmente pelo Vasco.

Confira na íntegra a transcrição da entrevista:

Como você avalia essa possibilidade do Vasco perder alguns jogadores?

“O desmanche só acontece se não houver reposição à altura. Claro que é díficl conseguir jogadores da qualidade que a gente pode perder por conta do fim do contrato, que são o Fellipe Bastos, o Eder Luis, o Renato Silva e o próprio Fágner. Até mesmo o Dedé e o Romulo que estão muito valorizados, mas esses saírem vão dar um retorno financeira muito grande. Mas tem coisas que fogem do controle do Vasco, que são os casos do Fellipe Bastos e do Eder. São jogadores que tem o passe vinculado ao Benfica, tem contrato com o Benfica. O Benfica exige um valor e se o Vasco não disponibilizar esse valor não tem como fechar negócio. Então, não está nas mãos do Vasco. A situação do Fagner eu não entro muito em detalhes, até porque não sou empresário e nem estou no lugar do Fagner, mas é um jogador que chegou ao Vasco a custo zero e já está no clube faz quatro anos. É um jogador que está muito valorizado e por isso é uma situação díficil, mas menos díficil do que as do Fellipe Bastos e a do Eder Luis. Esses dois são jogadores que pertencem a um clube europeu, os valores são tratados em Euro e são atletas muito valorizados. Tem que se tomar cuidado com esse desmanche, pois o Vasco voltou a disputar títulos e não é fácil manter uma regularidade como essa. Acho que isso é fruto do trabalho a longo prazo, da base que o Vasco formou e da chegada de novos jogadores. Não pode perder uma grande quantidade de jogadores, pois é muito díficil repor à altura e por isso acho que o Vasco tem que fazer de tudo para valorizar quem está aqui”.

Até onde vai a paciência de vocês?

“Não tem como mensurar isso, colocar um limite. Acho que depende muito da situação individual de cada um. Cada um tem a sua vida fora de campo, tem seus compromissos e para alguns é um pouco mais grave do que para outros. A gente está confiando que durante esse período que a gente vai ter para trabalhar, já que são esses dez dias sem jogos,vamos nos dedicar e voltar melhor do que antes para dar prosseguimento a esse bom início de Brasileiro. Esperamos também que essa situação (atraso de salários) já esteja resolvida para que os jogadores fiquem tranquilos e pensem apenas em jogar futebol”.

Qual é o seu nível de tolerância? Como você encara isso?

“É uma situação ruim porque acarreta uma série de problemas fora do campo, mas aqui no Vasco já aconteceu isso. Essa está sendo uma das épocas mais díficeis em relação a essa situação, mas eu graças a Deus, até pela idade que eu tenho, já sou calejado quanto à isso e já tenho uma certa preparação em relação a essa situação. Mas acho que não tem um limite, pois se você atrasou um mês, dez meses, a situação tem que ser resolvida. Se o jogador trabalhar, ele tem direito de receber. Não tem que botar um limite de meses de atrasos, de dias de atraso. Eu acho que o ideal é ter uma situação boa e que você possa trabalhar com tranquilidade. A gente espera que nesse tempo que a gente está parado do Brasileiro a diretoria consiga finalizar essas situações, eles já passaram para a gente que estão trabalhando para regularizar essa situação financeira”.

Como o grupo recebe essa atitude do Vasco de suspender as contratações até quitar os atrasados?

“Acho que é algo natural e mais do que sensato, até porque se trouxer um jogador novo vai gerar novas despesas e uma saída de receita. Se você está com dificuldades para cumprir os compromissos atuais, você não pode ter mais compromissos. Por isso acho que a diretoria está trabalhando de maneira correta”.

torcida do vasco