Ex-ídolo, Reinaldo repreende ‘distensão mental’ na frente do goleiro
Os ex-jogadores Reinaldo e Careca, concordaram sobre a falta de preparo de Diego Souza para decidir o lance da forma correta.
Uma chance, poucos segundos para decidir e a missão de superar o goleiro: o meia Diego Souza fracassou no desafio diante de Cássio no segundo tempo da decisão de quarta-feira entre Corinthians e Vasco, no estádio do Pacaembu, pelas quartas de final da Copa Libertadores da América. Dois dos principais atacantes da história do futebol brasileiro, Reinaldo (ex-Atlético-MG) e Careca (ex-São Paulo e Napoli-ITA), concordaram sobre a falta de preparo de Diego Souza para decidir o lance da forma correta.
Aliás, Reinaldo ensina que qualquer atacante no futebol mundial precisa incorporar a capacidade de raciocinar na hora de tomar a decisão ideal, mesmo com a responsabilidade do jogo e a pressão das arquibancadas. O Pacaembu contava com mais de 35 mil espectadores na quarta-feira à noite.
É claro que o atacante tem condições de pensar no que vai fazer naquele momento, são mais de dez segundos para decidir. Se não racionar é porque tem uma distensão na cabeça”, dispara Reinaldo, artilheiro do Campeonato Brasileiro de 1977.
A chance perdida por Diego Souza comprometeu a classificação do Vasco para as semifinais da Copa Libertadores da América, o principal torneio sul-americano. No momento do lance decisivo, o placar estava 0 a 0 no Pacaembu. Se os visitantes marcassem o gol, o Corinthians seria obrigado a virar o marcador para conseguir a classificação.
“Era uma situação aparentemente fácil. O Diego deveria ter driblado o goleiro. É uma situação igual a um pênalti, você não faz se não estiver preparado”, comenta Reinaldo, atual técnico do Villa Nova-MG.
Goleador do Brasileirão de 1986 pelo São Paulo, Careca atuou pela Seleção Brasileira em duas Copas do Mundo e teve a carreira notabilizada pelo oportunismo. Ao falar sobre o tema, ele usa como exemplo o gol marcado no Mundial de 1990, na primeira fase diante da Suécia, em uma situação parecida com a deparada por Diego Souza. Só que o ex-são-paulino, na ocasião, driblou o goleiro Thomas Ravelli e rolou a bola para as redes com tranquilidade.
“O mais lógico era driblar o goleiro, pela velocidade que você vem. O atacante deve perceber se o goleiro está com os dois pés plantados no chão. Ali, nem precisava pedalar, foi o que fiz contra a Suécia na Copa do Mundo de 1990”, aconselha.
Dono de uma personalidade forte, Reinaldo vai além e acredita que a prática no dia a dia de treinos do Vasco poderia ter proporcionado as condições necessárias para Diego Souza vencer Cássio. “Você precisa estar treinado para executar um lance desses. E o Diego Souza claramente não estava”, constata.
gazeta esportiva