Em festa de Edmundo Vasco goleia o Barcelona do Equador

O Vasco ganhou de 9 a 1 do Barcelona do Equador em jogo festivo pela despedida de Edmundo.

O dia começou cinzento na cidade do Rio de Janeiro, mas, principalmente, em São Januário. Não era para menos, em poucas horas um ídolo do clube faria sua despedida. Edmundo vestiria pela última vez a camisa cruz-maltina. Era um agradecimento mútuo. A torcida ovacionou o Animal e ele, por sua vez, agradeceu e retribuiu o carinho com gols.

Edmundo voltou a vestir a camisa 10 do Vasco, voltou a marcar e deu adeus aos gramados contribuindo para a goleada de 9 a 1 sobre o Barcelona de Guayaquil (EQU), na noite desta quarta-feira, na Colina.

A festa começou muito antes de a bola rolar. Minutos antes do jogo começar, um vídeo com momentos da carreira do Animal com a camisa cruz-maltina e depoimentos de ex-companheiros. O placar, recém-inaugurado, anunciava a escalação vascaína e pode repetir aquilo que o antigo já estava mais que acostumado: reger a torcida ao piscar “Ah, é Edmundo!”.

Jogadores do Vasco e do Barcelona em campo, menos um, Edmundo, o protagonista da noite. Ovacionado, entrou sob os estouros dos fogos, que homenageavam o Animal, a sua despedida, a sua carreira, a dedicação ao clube. Enfim, o seu coração vascaíno. Ele entrou em campo e depois dos hinos do Equador, do Brasil e do Vasco serem entoados, a bola rolou.

No momento em que a partida teve início, São Januário se transformou em um túnel do tempo. E não só por Edmundo estar novamente em campo com a camisa cruz-maltina, mas também pelo time vascaíno enfrentar o Barcelona de Guayaquil, adversário da final da Libertadores de 1998. Na arquibancada, muitos devem ter imaginado: “E se ele estivesse em 1998?”. Na troca de passes entre Felipe, Juninho e Edmundo, muitos recordaram de uma das épocas mais vitoriosas do clube.

Ao apito inicial, foi a vez de os pais chorarem e os filhos consolarem. A partida foi a oportunidade para os mais jovens poderem, um dia, dizer que viram esses jogadores jogarem, que viu Edmundo jogar.

Não demorou até a rede balançar. Aos 10 minutos, Thiago Feltri sofreu pênalti e a torcida pediu para Edmundo cobrar. Ele colocou a bola na marca da cal e, aos 12 minutos, abriu o placar. Comemorou, e muito. A torcida também. Caldeirão ferveu. O time de Cristovão Borges mandava no jogo, o Barcelona, assim como a torcida, assistia.

Não demorou para a vantagem aumentar. Alecsandro, após Edmundo passar para Eder e o camisa 7 achar o atacante na área, que cortou a zaga e bateu no canto esquerdo de Morales, aos 22 minutos.

Os vascaínos, animados, resolveram lembrar dos velhos cantos e, aproveitaram, para, inclusive, cutucar outro atacante que marcou História no Cruz-Maltino: Romário com gritos que menosprezavam o Baixinho e ressaltavam que Edmundo era bacalhau.

Mas ainda faltava um lance de genialidade do protagonista da festa. E quem foi a São Januário pode presenciar. Edmundo lançou Fagner, que foi ao fundo e cruzou para o Animal bater de voleio e fazer o seu segundo gol na partida, o terceiro do Vasco.

O Barcelona ainda conseguiu fazer o seu, aos 49 minutos, quando, após bobeada da defesa, Asencio, veterano que disputou a Libertadores de 1998, bateu para o fundo do gol. Mas não houve nem tempo de comemora. No minuto seguinte, Juninho recebeu na área e bateu colocado. Fim de primeiro tempo e, no intervalo, os gritos de “Edmundo” voltaram a todo vapor.

Mal o segundo tempo havia começado e Eder Luis desviou cruzamento de letra. A bola bateu na zaga e entrou. Quinto gol do Vasco. Aos quatro minutos, porém, a energia do estádio teve uma queda e a luz ficou apagada por aproximadamente 20 minutos, tempo em que a torcida aproveitou para cantar e voltar a celebrar Edmundo.

O Animal recebia a bola e arriscava as jogadas de outrora, quando arrancava entre os zagueiros, mas o vigor físico já não era o mesmo. Nada que abalasse a alegria dos presentes, que ainda se deliciavam. E aos 21 minutos, Fellipe Bastos bateu falta do meio de campo com um chute forte e fez o sexto do Vasco. Pouco tempo depois, Allan recebeu na área e bateu na saída de Vera Gines para ampliar.

Diego Souza também deixou sua marca. Após cruzamento da direita, ganhou do zagueiro, dominou e fez.

Aos 38 minutos do segundo tempo, Edmundo deixou o campo para dar lugar a William Barbio e saiu aplaudido por companheiros e torcedores. A substituição teve direito, inclusive, a hino do Vasco nas caixas de som. Após a saída do Animal, o centro das atenções deixou de ser o jogo. Edmundo, ao andar ao redor docampo, bateu no peito como se quisesse mostrar todo amor ao clube e ouviu o pedido de “Fica”. O Animal chorou! Emocionou e se emocionou. Acabava ali a sua trajetória no futebol e vestindo a camisa do time que sempre se declarou torcedor, do time que mais se identificou.

E o adeus a Edmundo foi completa, com casa cheia, gol do Animal, vitória vascaína e com o grito de “Ah, é Edmundo” eternizado na Colina Histórica. Nem mesmo o gol de Allan no minuto final fez com que o foco fosse outro que não o Animal.

Se pudesse, cada torcedor agradeceria pessoalmente a Edmundo. Se pudesse, Edmundo agradeceria pessoalmente a cada torcedor. Uma História de amor que começou em 1992 e teve seu capítulo final em 2012. “Au, au, au, Edmundo é bacalhau!”

FICHA TÉCNICA
VASCO 9 X 1 BARCELONA DE GUAYAQUIL (EQU)

Local: São Januário, Rio de Janeiro (RJ)
Data-Horário: 28/03/2012 – 19h30 (de Brasília)
Árbitro: Marcelo de Lima Henrique (Fifa – RJ)
Auxiliares: Wagner de Almeida Santos (RJ) e Jackson Lourenço (RJ)

Renda/Público: R$ 528.330,00 / 16.021 pagantes / 21.247 presentes

Cartões amarelos: – nenhum
Cartões vermelhos: – nenhum

Gols: Edmundo 12″/1ºT (1-0), Alecsandro 22’/1ºT (2-0), Edmundo 34’/1ºT (3-0); Asencio 39’/1ºT (3-1), Juninho 40’/1ºT (4-1), Eder Luis 1’/2ºT (5-1), Fellipe Bastos 21’/2ºT (6-1), Eder Luis 25’/2ºT (7-1), Diego Souza 31’/2ºT (8-1) e Allan 45’/2ºT (9-1)

VASCO: Fernando Prass (Alessandro – 19’/2ºT), Fagner (Allan – intervalo), Dedé (Fabrício – intervalo), Renato Silva e Thiago Feltri (Dieyson – 13’/2ºT); Rômulo (Nilton – intervalo), Juninho (Abelairas – intervalo), Felipe e Edmundo, Eder Luis (Fellipe Bastos – 19’/2ºT) e Alecsandro (Diego Souza – intervalo). Técnico: Cristovão Borges

BARCELONA-EQU: Morales (Vera Gines – 3’/2ºT), Cedeño, Anderson, Espinoza (Zamora – 26’/2ºT) e Mercado (Washinton Vera – 34’/2ºT); Assencio, De la Torre, Torres e Mina (García – 26’/1ºT); Bueno (Montaño – 43’/2ºT) e Rosero. Técnico: Carlos Gruezo

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