Personagens relembram as últimas finais entre Vasco e Flu no Carioca

Autor do gol do título na Taça Rio de 2004, Beto ex-Vasco diz que decisão foi a mais importante da carreira.

Apesar da tradição do clássico, Vasco e Fluminense não decidiram muitos títulos entre si. A frequência se tornou menor neste século e acumulou um intervalo de oito anos até o encontro marcado para este domingo, no Engenhão, que apontará o campeão da Taça Guanabara. Somente em duas oportunidades (2003 e 2004) as equipes se cruzaram com esse gostinho. E os triunfos cruz-maltinos mantiveram a hegemonia em turnos do Carioca: foram sete finais e em toda a taça parou em São Januário. Pelo Brasileirão, no entanto, o Tricolor levou a melhor, em 1984, e enaltece a magnitude da conquista até hoje.

Em 2003, a dupla deixou os rivais para trás e fez as melhores campanhas. Os times eram bem mais modestos, e o técnico Antônio Lopes destaca o conjunto que tinha em mãos nas vitórias por 2 a 1, no Maracanã, com Léo Lima e Marcelinho Carioca como protagonistas.

– O Vasco tem um grande time agora, muito melhor tecnicamente do que o que de 2003. Mas no senso coletivo acho que éramos superiores naquela época, taticamente havia uma obediência que foi determinante. O mesmo se aplica ao Fluminense. Antigamente, tínhamos três ou quatro jogadores de qualidade, em condições de decidir: Marcelinho, Léo Lima, Marques e o Souza, sendo que o Léo e o Souza eram muito jovens. Hoje, o grupo do Cristóvão é mais completo, tomara que o futebol seja de melhor nível também – espera Lopes, que foi expulso na decisão por provocar uma confusão ao jogar a bola no rival Alex Oliveira.

Presente nas duas decisões, o volante Marcão lamenta as derrotas e acredita que, se a patrocinadora tivesse investido à altura, a situação teria sido diferente.

– Na época, tinhamos ótimos valores, mas hoje não se compara. Com o apoio que o Celso (Barros, presidente da Unimed) dá, com a estrutura que tem recebido, pode ser um dos melhores elencos e times mais vitoriosos do Brasil. Essa é a diferença para cá. Naquela época, era mais no coração, mais na força do grupo só – recorda-se o ex-capitão.

No ano seguinte, o Flamengo foi campeão estadual. Mas a decisão da Taça Rio registrou o último embate entre os adversário desde domingo. De novo, deu Vasco por 2 a 1, como nos dois jogos da competição anterior. E Beto, antes hostilizado pela torcida, se tornou o herói. O meio-campista ganhou a camisa 10 e deixou para trás a desconfiança por ser rubro-negro declarado ao marcar o gol que assegurou o passaporte para a final do Carioca. As dificuldades era maiores, já que, do outro lado, o clube das Laranjeiras tinha Roger, Romário e Edmundo.

– Nós éramos zebras. Passei para o time, muito jovem, que só iríamos ganhar na vontade e na superação. Isso eles não podiam ter mais do que a gente. No papel, o Flu era melhor, mas ninguém nada assim, antes de correr no campo. Para mim foi muito especial, a melhor das decisões porque foi jogando pelo Vasco, eu precisava conquistar a torcida. Fiquei marcado positivamente. Falaram desse jogo na televisão, e eu comentei com meu filho: “papai fez o gol desse título, sabia?”. Isso ninguém compra. Fui carregado no colo – disse.

Agora, segundo Beto, o Vasco entra como favorito, embora o Tricolor tenha grandes valores, por conta da união do elenco, que o surpreendeu ao brigar pelo Brasileirão de 2011 até a última rodada mesmo com a Copa do Brasil na conta. Mas não arrisca dizer para quem torcerá.

– Tenho amigos dos dois lados e joguei nos dois clubes. Quem levar, está bem entregue.

O trio, no entanto, concorda que o duelo não pode ficar tanto tempo sem valer um título.

– É jogo de decisão de Campeonato Brasileiro. Acho que isso vai mudar, pela trajetória recente. Podemos esperar mais alguns Vasco x Fluminense importantes por aí – alertou Lopes.

Treinadores têm motivações distintas

O tabu a favor é tratado com desdém na Colina. Segundo o técnico Cristóvão Borges, assim como os jogadores evitavam considerar a marca negativa contra o Flamengo, também não se apoiam na teórica vantagem.

– A gente não trabalha com essas coisas. O que procuramos sempre nesses momentos é tirar o peso. A responsabilidade é grande naturalmente, há outros ingredientes no jogo. Não é preciso colocar mais peso – definiu.

Já Abel Braga se mostra motivado em pôr uma pedra no falatório em torno dos jejuns tricolores.

– Não vemos a hora de encerrar esse jejum e estivemos muito perto da vitória no último jogo, mas o Vasco não perdoa. Eles tiveram três chances contra o Flamengo e fizeram dois gols. Contra nós foi a mesma história. O aproveitamento é muito bom. São esses datelhes que fazem a diferença. É preciso estar concentrado em todos os lances. O Vasco está com a confiança em alta e não podemos dar a mínima chance a eles. Se tivermos a oportunidade, temos de matar o jogo. Estávamos muito bem até o gol de empate deles – afirmou o comandante, em referência ao revés sofrido, por 2 a 1, há duas semanas, pela fase de grupos.

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