Após reeleição Roberto Dinamite promete continuidade

Com ampla vantagem nas urnas, Roberto Dinamite foi reeleito presidente do Vasco.

A maratona foi pesada. A primeira parte foi mental, afinal de contas as idas e vindas do processo eleitoral foram, segundo palavras do próprio, extremamente estressantes. Já a segunda foi física. Desde que acordou na última terça às 7h e saiu de casa rumo a São Januário, não parou um segundo a ponto de ficar com as pernas inchadas no início da madrugada. Mas, no fim, valeu a pena. Com ampla vantagem nas urnas, Roberto Dinamite foi reeleito presidente do Vasco.

Depois disso tudo o normal seria descansar. Mas não foi essa a decisão. Novamente acordou cedo e já saiu para trabalhar. E, à noite, ainda vai conferir o confronto contra o Santos, na Colina, jogo que ele aguarda ansiosamente para conferir o duelo de Dedé e seus companheiros contra o badalado Neymar. O motivo para tanto esforço é um lema que martela firme em sua cabeça:

– Se eu parar, alguém tenta me ultrapassar. Isso se aplica em todas as áreas. Estou cansado? É evidente que sim. Mas o trabalho precisa continuar. Foi esse sentimento que sempre nos motivou e fez com que os associados optassem por isso nas urnas. Então vamos em frente – disse Dinamite, que quer oficializar o mais rapidamente possível a reunião do Conselho Deliberativo que irá confirmá-lo como presidente pelos próximos três anos.

Em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM por telefone, o dirigente comentou o processo eleitoral, falou sobre os planos futuros, reafirmou que não tem como prever nova ação da oposição, mas garantiu que todos estão atentos, e deixou claro que quer estreitar ainda mais o laço do clube com seu torcedor e associado. Confira abaixo o bate papo.

GLOBOESPORTE.COM: Como foi a noite? Muita comemoração? E o sentimento de acordar reeleito?

Roberto Dinamite: Estou cansado demais. Dormi muito pouco, mas já acordei já pensando no jogo desta noite. Não dá para desligar um mandato e ligar de novo. A palavra que sempre norteou a campanha foi continuidade. E é isso que vamos fazer. Não podemos ficar parados. O cansaço pelo dia da eleição faz parte, mas já passou. A comemoração foi com a família mesmo, em um restaurante que estava aberto. Me chamaram para ir no restaurante de São Januário, mas saí tão desnorteado que acabei nem passando por lá.

Como avaliou o processo eleitoral? Lamentou a ausência da oposição? Teme uma nova ação?

– Foi cansativo demais. As semanas anteriores foram bastante conturbadas… Mas no dia o processo foi limpo, tranquilo e marcou história. Nunca antes tudo correu em um clima tão cordial. Não posso falar da oposição. O clube estava aberto para eles participarem de maneira limpa nas eleições. Quanto a uma nova ação (na Justiça)? Não depende de mim. Para mim, já passou. Agora os poderes do clube vão se organizar o mais rapidamente possível para oficializarmos a posse do novo Conselho Deliberativo e a oficialização da posse. Não vou tentar descobrir o que os outros estão fazendo.

O senhor bateu na tecla da continuidade. Antes de falar do futuro, como avalia o que já foi feito nos primeiros três anos de sua gestão?

– Os projetos estão aí. Foram reformas significativas em todos os cantos de São Januário. A estrutura do futebol profissional melhorou muito. Estamos finalizando a reforma no ginásio, melhoramos a estrutura das categorias de base e temos também a Área Vip em fase final. Tem também a megaloja sendo construída e franquias oficiais sendo inauguradas pelo país. Até o fim do ano serão dez unidades pelo que projetamos. Isto dá um ganho nacional ao Vasco. Ajuda a receita do clube. Quando o futebol vai bem, do jeito que está agora, tudo fica mais fácil. Nossa marca hoje está valorizada.

E os projetos futuros? O CT, como o senhor mesmo falou, é a prioridade. Em que pé estão os processos para a base e para os profissionais?

– Os projetos estão aí. O terreno da base foi viabilizado em Maricá e vamos buscar parcerias para iniciar a construção. Quanto aos profissionais temos uma situação encaminhada na Zona Oeste do Rio de Janeiro, mas dependemos de trâmites legais ainda. A expectativa é resolver tudo isso até o fim deste ano para tirar o projeto do papel. Isso é mais do que fundamental para o nosso clube. E vejo que todos os rivais também estão se movimentando, mas esbarram nas mesmas questões burocráticas. Mas estamos evoluindo bem para poder poupar e melhorar cada vez mais São Januário. Do jeito que está, não é o ideal.

Um dos pontos polêmicos das eleições foi o programa de sócios “O Vasco é meu”. Como o senhor avalia este projeto?

– Vamos buscar melhorar sempre o número de associados. Esta receita é importante para melhorar as finanças do clube. Quanto às críticas, meu pensamento é simples. Tudo que chega para somar, tudo que é feito de forma construtiva, deve ser levado em conta. Vamos ouvir sim, queremos melhorar sempre… Mas não pode ser de maneira leviana. Durante a eleição, por exemplo, conversei com associados que fizeram críticas em relação ao acesso no estádio em dias de jogo. Isso sim é válido. Com diálogo, tudo evolui. Estamos trabalhando em um projeto para modernizar cada vez mais nosso estádio. Hoje temos 50 mil sócios e todos podem emitir suas opiniões. Eles, os associados, são a razão de tudo. Mas tem gente que só quer criticar, que fecha os olhos para o que vem sendo feito de bom. Aí não concordo.

O senhor colocou o futebol como carro chefe. Após o título inédito da Copa do Brasil, o Vasco volta a jogar uma Libertadores. Como estão os planos em relação ao elenco?

– Claro que vamos em busca de novos jogadores. Temos de ter um plantel de muita qualidade porque a competição exige isso. O reserva precisa estar no mesmo nível do titular. Mas vamos trabalhar isso de maneira interna. Além das contratações, as manutenções se fazem necessárias. Jogadores como o Dedé vão receber propostas, mas estamos preparados para isso. E ainda tem o Juninho. Torço para que tudo corra bem e ele fique conosco por mais seis meses pelo menos.

No início da conversa, o senhor falou do jogo contra o Santos. Existe uma grande ansiedade pelo confronto entre Dedé e Neymar. Quem vai levar a melhor?

– Vai ser um grande jogo, daqueles que quem está em campo sente prazer e estímulo em dobro. O Neymar é um garoto que já é um dos melhores atacantes do país. Ele tem uma facilidade grande para driblar e finalizar. Em compensação, o Dedé vive um grande momento na carreira. É voluntarioso, joga com garra e criou um laço de identificação com a torcida. Além disso, tem técnica também. Espero que ele possa neutralizá-lo. Mas não é só Dedé e Neymar. O Vasco tem um time compacto e competitivo. Acredito neles. Reconheço o talento do Santos, mas coletivamente nosso time é melhor.

O senhor está indo para o segundo mandato. Lá atrás disse que eram seis anos de projeto. Vai ficar por isso mesmo ou já pensa no terceiro?

– Não. Este será o último. Encontrei o Vasco em um estado lastimável e quero entregá-lo muito bem. Mas isso não dava para realizar em apenas três anos. Por isso estou feliz com a continuidade. Vamos em busca da nota 10 que ainda não conseguimos.

Fonte: globo esporte

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