Duelo entre Renato Abreu e Fellipe Bastos
Há um duelo de gigantes à parte do jogo Vasco e Flamengo. Trata-se de Renato Abreu e Fellipe Bastos.
A decisão da Taça Rio entre Flamengo e Vasco, neste domingo, às 16h no Engenhão, pode ser decidida por uma ‘bomba’. Mas de efeito moral, que causa festa e comemoração. Renato, com sua perna esquerda, já foi chamado de Canhão da Gávea. Fellipe Bastos ainda não ganhou apelido, mas já ajudou o Gigante da Colina com finalizações de surpresa. Em comum, os dois têm uma arma: os chutes fortes de longe.
Se Renato solta seu canhão com a perna esquerda, Bastos não segue um padrão. Desde que chegou ao Vasco no ano passado foram quatro gols marcados, sendo dois com a perna esquerda e outros dois com a direita. O curioso é que ele é destro, mas consegue ter potência e precisão nos chutes com ambas as pernas.
A forma de jogar vem da infância. Na ocasião, o pai Feliciano botava o filho para treinar as duas pernas durante as brincadeiras com bola.
– Gosto de tentar. Tenho um chute colocado, mas me sinto melhor chutando com força. E com as duas pernas. Meu pai foi fundamental nisso, me treinando desde criança. Ele trabalhava embarcado e a gente brincava de bola praticamente todos os dias durante os períodos em que ele ficava em casa – relembrou Bastos, fazendo questão de lembrar que seus gols não seguem um padrão.
Fellipe Bastos não é o cobrador oficial de faltas do Vasco. Mas virou uma opção se os principais batedores – Bernardo e Felipe – não estiverem em campo. Por isso, o meia procura arriscar suas bombas com a bola rolando, sendo um elemento surpresa.
Renato tem a perna esquerda como seu ponto forte. A maioria dos 54 gols que marcou nas suas duas passagens pelo Flamengo foi com chutes de fora da área, e em cobranças de falta também. Geralmente quando o gol saiu de direita foi marcado dentro da grande área. Até de cabeça ele já balançou a rede. Mas nada comparado à bomba de canhota.
Assim como Fellipe Bastos, ele começou aprimorar os chutes ainda criança, sempre orientado pelo pai.
– Em várias situações, você pode usar o chute como uma arma, num jogo ou decisão. Quando tenho chance sempre arrisco – declarou o jogador, em entrevista recente.
Com dificuldade para selecionar, Renato elegeu cinco gols que considera bonito ou importante pelo Flamengo. Um gol vem de 2005, no empate em 2 a 2 com o Juventude, no Estádio Alfredo Jaconi, que ajudou o time na luta contra o rebaixamento daquele ano. Os dois da vitória por 2 a 0 sobre o Defensor, pela Copa Libertadores, no Maracanã, em 2007; outro no 2 a 1 sobre o Guarani, no Brasileiro do ano passado; e o que marcou na contra o Duque de Caxias, no atual Campeonato Carioca, em jogo que terminou 2 a 0.
– É difícil escolher, são muitos. Mas cada um desses teve uma importância.
Renato sabe que o clássico poderá ser decidido nos detalhes. Ou em um chute forte de fora da área.
-Num Flamengo e Vasco, tudo é possível – afirmou o jogador ainda em Fortaleza. Ele tem atuado como segundo volante nas últimas partidas. Vanderlei Luxemburgo gostou de Renato nesta faixa do campo.
Fonte: globo esporte