Vasco revela visita à CBF e reafirma posição por retirada do VAR da Série B

O Vasco da Gama se posicionou de forma crítica à forma como o VAR foi implementado na Série B, alegando condições ruins e falta de consulta.

Sede da CBF, a entidade máxima do futebol brasileiro
Sede da CBF, a entidade máxima do futebol brasileiro (Foto: Lucas Figueiredo/CBF)

Insatisfeito com o que ocorreu no empate em 1×1 com o Brasil de Pelotas, o Vasco da Gama foi à sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), na manhã desta segunda-feira (06), com o intuito de falar das polêmicas de arbitragem na Série D, em especial o que houve no jogo contra o Xavante.

O Gigante esteve representado na visita por Carlos Roberto Osório, primeiro vice-presidente geral e José Cândido Bulhões Pedreira, vice-presidente jurídico. Os dois foram recebidos na CBF por Leonardo Gaciba, presidente da Comissão Nacional de arbitragem, além de Alício Pena Junior e Claudio Vinicius Cerdeira, integrantes da Comissão.

As informação foram divulgadas pelo próprio Vasco, que detalhou o que ocorreu no encontro. Eles tiveram acesso ao áudio e vídeo do VAR do confronto. Segundo o Clube, na visão da arbitragem, não houve o pênalti em Léo Matos e que, nesse caso, a intervenção da tecnologia foi correta para retirar a penalidade, opinião que não compartilhada pelo Gigante.

Em relação ao impedimento marcado no gol de Daniel Amorim, pelo áudio e vídeo do VAR, segundo o Vasco, “mostraram claramente que, mais uma vez, em prejuízo do Vasco, as linhas para aferição da posição de impedimento não puderem ser utilizados por falta de condições básicas”. A explicação da Comissão desta vez foi que era “insuficiente quantidade de câmeras para a correta operação do sistema na Série B”.

A conclusão do Vasco ao ouvir o que a Comissão de Arbitragem tinha a dizer e ao ver e ouvir o conteúdo do VAR, foi a solicitação para que a tecnologia seja retirada da Série B de forma imediata, alegando que “não há infraestrutura tecnológica e oferta de imagens suficientes para que seja viável a operação do sistema”, ainda criticando a empresa e a forma às pressas que a tecnologia foi colocada, e citou que os clubes foram usados como “cobaias”.

Ainda sobre o VAR, o Vasco apontou como um “sério agravante” a ausência de um congresso técnico para discutir com o clubes e trazer informações sobre o sistema utilizado no aparelho, considerando que as condições tecnológicas e operacionais são muito superiores na Série A e na Copa do Brasil. O Gigante alega que se fosse consultado sobre a colocação na Série B com essas condições, não concordaria.

O Cruzmaltino alegou ainda que “faltou transparência” da CBF no caso, decidindo de forma “açodada e sem garantias e materiais para o correto funcionamento do árbitro de vídeo”. Para o Gigante, essa condições são prejudiciais para o futebol brasileiro, e ainda reafirmou o desejo de que a utilização, nesses moldes, atuais, seja revista para que “seja corrigido imediatamente para garantir o fair play e a credibilidade da competição”.

A nota

Na manhã desta segunda-feira (06/09), o Club de Regatas Vasco da Gama esteve presencialmente na sede da Confederação Brasileira de Futebol para tratar dos últimos acontecimentos acerca das polêmicas envolvendo o Clube e a arbitragem do Campeonato Brasileiro da Série B.

Na reunião, o Vasco foi representado pelo 1o Vice-Presidente Geral, Carlos Roberto Osório, e pelo Vice-Presidente Jurídico, José Cândido Bulhões Pedreira. Os dirigentes foram recebidos pelo presidente da Comissão Nacional de Arbitragem, o Sr. Leonardo Gaciba, além dos Srs Alício Pena Junior e Cláudio Vinicius Cerdeira, integrantes da Comissão.

No encontro foram apresentadas ao Clube as informações do VAR (áudio e vídeo) relativas à partida Vasco da Gama x Brasil-RS, realizada na última sexta-feira em São Januário. Na visão da Comissão de Arbitragem, a penalidade a favor do atleta Léo Matos, marcada pelo árbitro, o Sr. Alison Sidnei Furtado, foi corretamente retirada após intervenção do VAR. Os dirigentes do Clube não concordaram com a interpretação da Comissão. Para o Vasco da Gama, o pênalti sofrido pelo atleta Léo Matos foi corretamente marcado e os poucos ângulos disponíveis para a revisão do lance não são suficientemente claros para justificar a reversão da marcação feita pelo árbitro de campo, que estava bem colocado e marcou a penalidade com convicção.

Já o impedimento marcado no lance do gol do atleta Daniel Amorim no segundo tempo, áudio e vídeo do VAR disponibilizados pela Comissão de Arbitragem mostram claramente que, mais uma vez em prejuízo do Vasco, as linhas do VAR para aferição da posição de impedimento não puderam ser utilizadas por falta de condições técnicas básicas.

Dessa vez a explicação para a impossibilidade de utilização das linhas do VAR não foram as “sombras” no estádio e sim a insuficiente quantidade de câmeras para a correta operação do sistema na Série B. Não existia na partida nenhuma câmera adicional para uso do VAR, apenas as 5 câmeras normalmente utilizadas nas transmissões de partida da Série B. Sendo assim, não havia câmeras com a angulação necessária para aferir adequadamente as linhas de impedimento, consequentemente, impedindo o sistema VAR de implementar a linha que aferiria o posicionamento correto do atleta vascaíno.

Diante desses fatos, o Vasco da Gama comunicou à Comissão de Arbitragem que está requerendo à CBF a imediata suspensão da utilização do VAR nas partidas da Série B 2021. Não há infraestrutura tecnológica e oferta de imagens suficientes para que seja viável a operação do sistema. Nas partidas da Série A são disponibilizadas de 9 até 13 câmeras por partida, a tecnologia é operada por empresa com experiência nacional e internacional comprovada, e mesmo assim existem graves e recorrentes problemas.

Na Série B a CBF decidiu contratar às pressas, no meio do campeonato, uma empresa com um ano apenas de existência, sem experiência e sem a disponibilidade adequada de imagens para operar o sistema. Por que transformar os clubes e seus torcedores em cobaias?

Um sério agravante para essa decisão, inclusive, foi a ausência de um congresso técnico, que deveria ter sido convocado pela CBF para discutir com os clubes e informar/validar o sistema VAR a ser utilizado na Série B, para implantação durante uma competição que já passou de sua metade. Apesar da utilização do Árbitro de Vídeo estar previsto em regulamento, as condições tecnológicas e operacionais são infinitamente inferiores às da Série A e da Copa do Brasil, que são as referências que os clubes dispunham até então. Se o Vasco da Gama fosse consultado se concordaria com a implementação de um VAR com limitações técnicas na Série B, o que desvaloriza e gera dúvidas quanto a credibilidade da competição, nossa única resposta possível seria um forte não!

Faltou transparência e sensibilidade da parte da CBF nessa situação, decidindo de forma açodada e sem garantias técnicas e materiais para o correto funcionamento do Árbitro de Vídeo. Sem as condições adequadas para o uso da tecnologia, os prejuízos ao futebol brasileiros são enormes, e ainda estamos apenas na segunda rodada da série B com uso desse VAR com graves limitações técnicas. O Vasco da Gama espera que esse equívoco seja corrigido imediatamente para garantir o fair play e a credibilidade da competição.

O jogo

Reclamando de um pênalti não marcado e um gol mal anulado, o Vasco ficou no empate em São Januário, resultado péssimo para as pretensões do Clube na luta pelo acesso à Série A, ainda se tratando de um adversário que está no Z4. Agora, a expectativa é que as reclamações surtam efeito o que é considerado muito difícil.

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