Se fosse empresa, teria falência decretada: veja análise das finanças do Vasco em 2020
O Vasco da Gama continua afundado em dívidas e vê sua situação piorar com a queda de arrecadação pelo rebaixamento à Série B.
Na série de reportagens em que analisa as finanças dos principais clubes do Brasil em 2020, o que se repete a cada ano, o jornalista Rodrigo Capelo, em seu Blog no site Globo Esporte, analisou o cenário do Vasco da Gama. Já adiantando, mesmo com anos de ‘austeridade’, o Clube se encontra numa situação delicada.
Por aqui, será destacado pontos importantes do que foi levantado da análise ao balanço financeiro divulgado há alguns meses. Começando, as dívidas do Vasco são 4,5 vezes maiores do que a arrecadação. ” Se fosse uma empresa, o Clube provavelmente já teria tido a sua falência decretada”, alertou o jornalista.
Gestão Campello
O Vasco chegou a esboçar uma reação no primeiro ano da gestão de Alexandre Campello, em 2018, mas os números pioraram posteriormente. O triênio durou até janeiro de 2021.
Queda à Série B
Por causa da pandemia, o Campeonato Brasileiro de 2020 terminou somente em fevereiro de 2021, consequentemente, a premiação referente à colocação final na competição referente à televisão foi adiada, fazendo com que esse valor entre no balanço do ano que vem. Entretanto, como foi rebaixado, essa quantia pouco faria diferença ao Gigante.
Para se ter uma noção, em vez de R$ 55 milhões que receberia na Série A, o Vasco contará, na Série B, apenas com receita de pay-per-view, que não é fixa. Segundo Rodrigo Capelo, é provável que o Gigante receba R$ 20 milhões. Outro meio será seguir avançando e, quem sabe, vencer a Copa do Brasil, competição que rende premiações bem generosas.
Ainda sobre a gestão passada, o jornalista apontou um erro estratégico do Vasco em 2020, quando esteve ao lado do Flamengo na disputa comercial com o Grupo Globo no Campeonato Carioca. No fim das contas, a emissora rescindiu o contrato com o Estadual, posteriormente fazendo um acordo para colocar um ponto final na ação judicial com o perdão de dívida de R$ 15 milhões do Vasco com a Globo, o que se configurou um ‘sacrifício’ de receitas futuras.
Outros departamentos
Mesmo com novos parceiros, caso, por exemplo, da Havan, o setor comercial e de marketing do Vasco gerou menos dinheiro do que no começo da década de 2010, isso com patrocínios e licenciamentos. O péssimo rendimento em campo interfere diretamente nisso, distanciando maiores investimentos e engajamento da torcida no consumo de produtos do Clube.
Por causa da pandemia, que tem impossibilitado presença de público nos estádios desde o primeiro semestre do ano passado, houve um impacto direto me relação às bilheterias. De R$ 16 milhões arrecadados com ingressos em 2019, o Vasco teve lucro de apenas R$ 3 milhões em 2020. É um problema que não é apenas de um clube, mas de todos nesse momento.
Para não dizer que tudo foi ruim, aqui está o ponto alto de Alexandre Campello na presidência do Gigante foi ‘agitação’ no Sócio Gigante, com a promoção de Black Friday, no fim de 2019, que teve forte adesão da torcida. Com a chegada de mais 170 mil associados, a receita por esse meio chegou a R$ 33 milhões em 2020. No entanto, essa quantia precisaria ser maior para amenizar a crise financeira.
Outro ponto que teve evolução, mas não o suficiente, foi em vendas de jogadores. Com um longo histórico de péssimos negócios, destaque para o caso de Philippe Coutinho, quando em 2008 foi vendido por cerca de R$ 10 milhões para a Inter de Milão, o Vasco obteve R$ 25 milhões em transferências na temporada passada. O valor, no entanto, está abaixo da expectativa da diretoria, não cobrindo o que as contas exigiam.
Previsão x realidade
Rodrigo Capelo analisou o cenário das finanças do Gigante também fazendo uma espécie de paralelo entre o que o Vasco orçou no começo do ano e o que de fato aconteceu, mostrado no balanço. “No Vasco, em referência a 2020, esse paralelo é trágico”, afirmou. Ressalta-se que Adriano Mendes, de volta com Jorge Salgado, na época o vice-presidente de controladoria, cuidava da organização financeira.
O Vasco precisaria elevar consideravelmente suas receitas e segurar gastos num patamar baixo. O superávit gerado a partir disso seria usado para fazer redução no endividamento do Clube. No entanto, houve, inicialmente, um problema em arrecadação, que ficou muito abaixo do era esperado pela diretoria. Em vez de arrecadar R$ 322 milhões, conforme estava previsto no orçamento, o Gigante ficou com somente R$ 183 milhões.
Folha Salarial
A diretoria propôs, no orçamento, uma grande redução na folha salarial para R$ 58 milhões, o que seria uma das menos da Série A. No entanto, a realidade foi um gasto de R$ 76 milhões, uma redução em comparação a 2019, que havia sido de R$ 94 milhões, mas ainda distante do que o Clube pretendia.
Despesas bancárias, juros sobre dívidas e atualizações sobre impostos e parcelas são representadas no resultado financeiro, o que acaba sendo motivo para muito dinheiro desperdiçado nessa linha pelo longo período endividado. Para se ter uma ideia, o que era para ser R$ 152 milhões positivos, um superávit, retornou com um número muito piorado, o que explica as frustrações do Clube no ano.
Dívidas
O Cruzmaltino fechou 2020 com a dívida bruta superior a R$ 830 milhões, sendo R$ 311 milhões a curto prazo, ou seja, que precisariam ser pagas em menos de um ano. Essa quantia inteira, porém, não seria viável de ser paga dentro do prazo nem se o Gigante estivesse na Série A, não havendo nem a metade disso, o que piora na Série B.
Empréstimos
Mesmo se quisesse optar por empréstimos bancários para amenizar a situação, o que se tornaria outra dívida posteriormente, não seria possível. Essa modalidade exige contratos como garantia de pagamento, como uma antecipação de receitas. Mas, há alguns anos, o ex-presidente Eurico Miranda antecipou quase tudo, o que foi repetido posteriormente por Alexandre Campello. Veja o quadro até o dia 20 de dezembro:
- R$ 999 mil para Bradesco (a pagar em 2021)
- R$ 5,6 milhões para BMG (a pagar em 2021)
- R$ 72 milhões para BMG (a pagar de 2022 em diante)
- R$ 13 milhões para Banco Safra (a pagar em 2021)
- R$ 20 milhões para Globo (a pagar em 2021)
- R$ 7,6 milhões para Jorge Salgado (a pagar em 2021)
Essa quantia milionária a ser paga a Jorge Salgado são de empréstimos datados de 2013 e 2020. Atualmente na presidência, ele estendeu o prazo de pagamento até janeiro de 2023. As dívidas bancárias correspondem a apenas 12% da dívida total do Clube, que se vê atolado mesmo quando o assunto é a área trabalhista, onde quase diariamente sofre com novos processos.
Trabalhista
Para piorar a situação, o balanço de 2020 mostrou a inclusão de R$ 119 milhões em dívidas trabalhistas, o que não era do conhecimento da diretoria, ações que foram perdidas pelo escritório de Paulo Reis, que representava o Clube, mas foi desligado no primeiro semestre deste ano. Abaixo será possível ver o cenário do Gigante referente ao assunto.
Obrigações trabalhistas (salários e encargos)
- R$ 56 milhões em 2019 (a pagar em 2020)
- R$ 78,5 milhões em 2020 (a pagar em 2021)
Acordos cíveis e trabalhistas (curto prazo)
- R$ 44 milhões em 2019 (a pagar em 2020)
- R$ 56,5 milhões em 2020 (a pagar em 2021)
Acordos cíveis e trabalhistas (longo prazo)
- R$ 25 milhões em 2019 (a pagar de 2021 em diante)
- R$ 13 milhões em 2020 (a pagar de 2022 em diante)
Ações judiciais cíveis e trabalhistas
- R$ 182 milhões em 2019 (a pagar de 2021 em diante)
- R$ 108 milhões em 2020 (a pagar de 2022 em diante)
Com problemas financeiros, o Vasco não consegue pagar suas obrigações como empregador, e a consequência vem depois, em forma de processo. Mesmo que demore, acaba chegando. Então, para não precisar pagar o montante de uma vez, o Gigante entra em acordo com o reclamante para dividir em parcelas, mas nem isso consegue seguir à risca, o que se agrava em forma de penhoras e bloqueios.
Impostos
Os valores registrados no balanço na parte judicial foram reduzidos, e isso tem o que tem um motivo arriscado. O Departamento Jurídico acredita que o Gigante se saíra vencedor de alguns processo e, por isso, não foram colocados no passivo, ou seja, pode aumentar. Outro grande pesadelo do Clube são os impostos que não foram pagos no passado, com parcela junto ao Governo Federal em programas de refinanciamento, destaque para o caso do Profut.
A dívida fiscal do Vasco tem uma exigência mensal muito alta, chegando a quase R$ 1,4 milhão por mês, cerca da metade uma folha salarial atualmente. O que em casos mais normais não geraria tanta dor de cabeça, no caso do Cruzmaltino é de grande preocupação. Imagina um clube com pouca arrecadação e muitas outras obrigações precisando incluir mais essa quantia mensal. O Gigante ainda acumula dívidas com fornecedores e entidades esportivas.
Provável x possível
O Vasco separa ações judiciais, cíveis e trabalhistas, de acordo com a possibilidade de perdas como: provável e possível. Somente os valores de perdas de processos relacionados ao primeiro entram no passivo do balanço e no endividamento que foi mostrado mais acima. A dívida pode aumentar em até R$ 41 milhões caso o Clube perca os casos referentes ao segundo, não contadas inicialmente.
Futuro do Vasco
Finalizando a análise das finanças do Vasco, Rodrigo Capelo analisou o cenário de uma forma geral. Segundo ele, a gestão de Alexandre Campello começou bem em 2018, mas só aconteceu por causa da venda de Paulinho ao Bayer Leverkusen, da Alemanha, por cerca de R$ 85 milhões, a mais cara da história do Clube. Destaca-se que o Gigante embolsou apenas R$ 55,25 milhões correspondente aos 65% dos direitos que tinha. Lembrando que o Clube manteve 10% de uma futura venda do atacante.
O problema foi que o Vasco não conseguiu fazer outras vendas do tipo, algo que é fundamental para os clubes brasileiros. Além disso, não cumpriu as projeções que colocou para si mesmo com as outras fontes de arrecadação, ficando sem muita receita e sendo engolido pelas dívidas. Em termos de folha salarial, o Gigante paga menos de que equipes como Athletico-PR, Red Bull Bragantino e Bahia, o que não tem sido o suficiente para manter os vencimentos em dia. Ainda por cima, o Clube sente a falta de eficiência na aplicação dos recursos.
A folha salarial diminuiu, mas ainda era para ser o suficiente para montar um time que pelo menos permanecesse na primeira divisão, o que não aconteceu. Na Série B, pelo que paga mensalmente, era para estar se saindo bem na competição, mas não tem sido bem assim. Mesmo enfrentando elencos infinitamente mais baratos, o Gigante passa muito sufoco. Com Alexandre Campello, o que se tira de positivo é uma melhora na administração em termos de organização de processos, além da qualidade do balanço financeiro, melhorado com a participação da auditoria externa da BDO, o que tornou o documento mais confiável.
Em contrapartida, a adição de quase R$ 120 milhões em dívidas trabalhistas sem o conhecimento do Clube mostrou que ainda pode ter coisa errada. É impossível de se imaginar uma organização plena quando uma alta dívida surge repentinamente e sem muita explicação. Com isso, o Gigante passa ao mercado uma imagem de que ainda não fez um pente-fino definitivo em suas dívidas, não passando muita credibilidade para possíveis investidores. Sem crédito para empréstimos, o Vasco não tem dinheiro para honrar acordos e sobrevive com receitas ocasionais e ainda com dinheiro do presidente.
Mais uma vez, acredito que essa torcida maravilhosa do Vasco vai entrar em ação.
Participo do dívida zero, esse é um bom caminho para quem não confia nessa diretoria. O Vasco não merece isso por sua rica estória,fico triste diante de tanta negligência, mais acredito que só nós verdadeiros vascaínos podemos tirar o Vasco dessa situação…
Assim como no passado, só um multirão dessa família que é mais de ;30 milhões espalhados pelo mundo para salvar o Vasco dessa vergonha.
Hahhahahahahahahahahahhahahahahahahahahahahahhahah
Se fosse empresa já tinha falido.
Resultado de anos de amadorismo financeiro e gestores e beneméritos mal intencionados.
Acabaram com o clube.
Para esses caras, o Vasco é apenas um bom negócio para emprestar dinheiro a juros.
Empresta 5, ganha 10 e assim vamos aumentando as dívidas.
Clube empresa já!
Se fosse empresa, teria uma gestão profissional e não chegaria a esse ponto.
Se fosse empresa já tinha falido.
Nem daki a 1 século, não vai ter um presidente que vai acabar com essa dívida do Vasco. Não vai ter.
pe frio do caralho