Merece ficar? Comentaristas apontam futuro de Payet no Vasco

A relação entre Vasco e Payet pode estar perto do fim. O contrato do meia francês termina no dia 5 de maio, e as conversas por uma renovação, neste momento, esfriaram. O camisa 10 caminha para seus últimos meses vestindo a camisa cruz-maltina.

Com salário mensal de aproximadamente R$ 1,5 milhão, o Vasco chegou a ter otimismo na possibilidade de renovar com o meia até dezembro, diluindo o que ele tem para receber nos meses que seriam acrescentados ao contrato. No entanto, com as atuações sem brilho do francês neste início de ano, o assunto não voltou a ser debatido.

Mas, afinal, o Vasco deveria renovar com Payet? O ge fez essa pergunta a três comentaristas do Grupo Globo.

Pedro Moreno

– Acredito que o ciclo de Payet como jogador do Vasco esteja no fim. A relação custo-benefício de um atleta que ganha cerca de R$ 1,5 milhão por mês e não consegue se consolidar entre os titulares, simplesmente não faz sentido, principalmente para um clube com as dificuldades financeiras do Vasco.

– Inclusive, o clube já poderia até ter se antecipado e buscado uma rescisão amigável com o atleta no final da última temporada, já que os vencimentos de Payet representam um grande alívio para a folha salarial do Vasco. Além disso, o clube já tinha feito a contratação de Coutinho para ser a nova liderança técnica do elenco e o encaixe dos dois juntos em campo de maneira regular sempre pareceu pouquíssimo provável. Entretanto, é necessário que a diretoria utilize os recursos “economizados” com uma possível saída de Payet para buscar sanar outras carências ainda bem evidentes no elenco cruzmaltino – disse Pedro Moreno

Sergio Xavier Filho

– Resposta bem simples para essa pergunta. Não, o Vasco não pode renovar com o Payet, não faz sentido, mas não faz o menor sentido. Porque se o Vasco tivesse uma situação financeira tranquila, se não tivesse em recuperação judicial, mesmo assim, eu acho que ele já não valeria. Com a situação do Vasco, seria um luxo você ter um jogador de alta qualidade com um desempenho muito baixo. E acho também que, no momento que o Phillipe Coutinho chega, ficou uma sobreposição total. Não faz sentido também por isso: você ter dois jogadores de comportamento de entrega física pequena, de grande qualidade, mas com idade e entrega física pequena. Então, foi legal o Payet no início, eu acho que ele orgulhou o vascaíno, talvez ele tenha sido importante para recuperar um pouco da autoestima do torcedor, mas agora já não faz mais.

Rodrigo Coutinho

– Não (renovaria), e é um não assim maiúsculo. Porque, para mim, o principal a se avaliar na renovação de um jogador é o custo-benefício e a projeção. O Payet jamais deu o retorno que se imaginava a médio prazo, nem a longo prazo. Eu acho que ele foi importante na luta contra o rebaixamento em 2023, fez alguns bons jogos no início de 2024, mas foram espasmos. Nunca foi uma relação ali de dois, três meses de continuidade. Claro que ele tem qualidade, ele tentou se adaptar ao Vasco, tentou emagrecer, entender o clube. Tem passagens legais dele dentro de São Januário, manifestações de respeito ao Roberto Dinamite, por exemplo, isso tudo é louvável. Mas isso não faz custo-benefício do jogador, o que faz é desempenho regular, pelo menos a médio prazo, e nem isso aconteceu. Então, acho que por essa relação custo-benefício, eu não consigo nem entender quem tem uma opinião diferente dessa, com todo o respeito.

– E sobre a projeção, a dele não é muito boa. Ele já vinha numa queda de carreira recente de continuidade nos jogos, de participação nos jogos, a última temporada dele no Olympique já não foi boa nesse sentido. É um jogador que tem um histórico de problemas físicos, de lesões pequenas assim, que impedem com que ele tenha uma sequência. Então, o Vasco, deixando de renovar com ele, abre espaço na folha salarial para outras posições em que precisa mais – afirmou Coutinho.

Fonte: Globo Esporte