Documentário ‘A Força do Gigante’ é finalista do Festival Internacional de Milão
Obra aborda o título do Sul-Americano de 1948 pelo Vasco da Gama. O torneio serviu de inspiração para a criação da Libertadores.
O documentário “A força do Gigante”, sobre a conquista do Sul-Americano de 1948 pelo Vasco, é um dos finalistas do 42º Festival Internacional de Milão, na Itália, que acontece entre os dias 5 e 9 de novembro. O filme eterniza uma das passagens mais emblemáticas da história do clube que, ao erguer o troféu no Chile, passou a ser o primeiro campeão continental do mundo – anos mais tarde, o torneio internacional serviu de inspiração para a criação da Copa Libertadores e da Liga dos Campeões da Uefa. A obra, que está disponível no YouTube de forma gratuita, acaba de ser aclamada durante o Festival de Lisboa, em Portugal.
O filme tem direção e roteiro de Marco Antonio Rocha e reúne depoimentos de vascaínos ilustres, que acompanharam na infância o feito histórico do Expresso da Vitória. Estão no elenco os cantores Paulinho da Viola e Martinho da Vila, o ator Antônio Pitanga, o jornalista Sérgio Cabral e o cartunista Jaguar, entre outros. Ídolos do clube, os ex-goleiros Acácio e Carlos Germano falam de sua relação com Barbosa, um dos maiores ícones daquela equipe, ao lado de Ademir Menezes.
– O cinema brasileiro valoriza muito pouco o futebol, e esse reconhecimento internacional mostra que devemos preservar nossa memória, que é riquíssima. ‘A força do Gigante’ vai além das quatro linhas, ao abordar de forma contundente o pioneirismo do Vasco na luta contra o racismo. Temos, ainda, como pano de fundo para o surgimento do Expresso da Vitória nos anos 40, a cultura carioca dominada por vascaínos, e São Januário como palco principal do país – ressalta o diretor.
Eternizar esse período, porém, não foi fácil. As narrações originais se perderam em um incêndio na Rádio Mayrink Veiga. A solução, então, foi recriar alguns dos lances mais importantes do Sul-Americano na voz do narrador Evaldo José. Já as imagens das partidas ficaram a cargo do ilustrador Ray Titto, que deu vida às jogadas através de ilustrações animadas.
– O rádio era o meio de comunicação mais importante da época e, por isso, o talento do Evaldo é tão importante para o filme. Walmer Peres (historiador do Vasco) e eu pesquisamos diversos jornais e documentos para descobrir como foram os lances mais marcantes. A partir daí, desenvolvi um roteiro especialmente para as narrações, com palavras da época, incluindo os termos em inglês que eram muito comuns no nosso futebol – explica Marco Rocha:
– O fio-condutor é um menino, que ouve as partidas através de um rádio e imagina os lances, que na verdade são as animações. É um filme não somente para vascaínos e amantes do futebol, mas para todos que gostam de História.
Fonte: Extra