Rafael Paiva analisa triunfo do Vasco contra o Vitória; veja a entrevista coletiva
Rafael Paiva analisou o desempenho do Vasco da Gama contra o Vitória e comemorou a primeira vitória sob seu comando.
O Vasco voltou a vencer no Campeonato Brasileiro depois de cinco rodadas. Desde a estreia, quando bateu o Grêmio por 2 a 1, o time de São Januário acumulou quatro derrotas consecutivas, perdeu o técnico Ramón Díaz e amargou duas rodadas na zona de rebaixamento.
Com gols de Maicon e Vegetti, em dois cruzamentos de Payet, e Iury Castilho descontando, o resultado de 2 a 1 em cima do Vitória deixa o Vasco na 13ª posição com seis pontos em seis jogos. É também respiro para o momento delicado do ano, dentro e fora de campo, para os vascaínos.
Após a partida, o técnico interino Rafael Paiva comemorou a primeira vitória sob seu comando. Neste domingo, o ge noticiou que o Vasco está mais próximo da contratação de novo treinador – o português Álvaro Pacheco, hoje no Vitória de Guimarães.
– Desde o primeiro jogo que eu assumi, precisava equilibrar a equipe. A gente tentou primeiro organizar a defesa para a gente ser um pouco mais sólido defensivamente. Eu acho que no jogo do Fortaleza a gente conseguiu fazer isso bem. Do Atlhetico, a gente sofreu ali com uma expulsão logo no começo. Mesmo assim, a gente conseguiu sustentar bem o jogo defensivamente. Sofremos, mas tomamos um gol só do Atlhetico. Então o caminho era ir evoluindo o meio e o ataque, ficar mais com a bola, criar mais situações de gol. Eu acho que o Vasco já conseguiu dar respostas nesse jogo – afirmou o treinador interino do Vasco.
Para Rafael Paiva, o time evoluiu e criou mais chances de gol contra o Vitória. Ele só lamentou o sofrimento no final da partida, quando o time baiano marcou nos acréscimos e pressionou.
– Eu acho que a gente conseguiu equilibrar um pouco o time, defender bem, ser um pouco mais sólido, mais equilibrado para jogar com a bola. Eu acho que nesses três jogos a gente já conseguiu equilibrar um pouco mais a equipe. O próximo treinador que vem já pega uma equipe muito madura. O Vasco tem grandes jogadores, experientes, eu acho que tem a capacidade de se organizar bem independente do treinador que venha, ou da escola que ele vem, ou da forma que ele vai querer jogar – comentou.
Português a caminho?
Rafael Paiva não entrou em detalhes sobre seu futuro nem tratou da negociação em curso com Álvaro Pacheco, nome desejado pela diretoria vascaína. Mas entende que a equipe cresceu sob seu comando e elogiou o grupo de jogadores do Vasco.
– Estou sempre à disposição do Vasco, seja no sub-20 ou no profissional. Para ajudar da melhor maneira possível. Conseguimos a vitória hoje e conseguimos qualificar um pouquinho nosso jogo, com a bola, que é o que a gente busca. Não sei ainda o que vai acontecer. Por enquanto eu vou trabalhar pra tentar evoluir mais os atletas e a gente evoluir cada vez mais. O que eu falaria para quem chegar é que é um grupo talentoso, técnico, competitivo, que estava incomodado com a situação, acho bem importante isso. Estava incomodado que as vitórias não estavam vindo – disse Rafael Paiva.
O treinador elogiou bastante a partida de Payet, que acertou dois lançamentos precisos nos dois gols do Vasco – o primeiro de Maicon, o segundo de Vegetti. Viu um Vasco mais qualificado com a volta do francês e projetou evolução física do jogador de 36 anos.
– Payet é um jogador muito diferente. Estava se recondicionando e estava incomodado de não estar jogando, porque sabe que pode ajudar muito o Vasco. E hoje ele provou isso mais uma vez. É muito talentoso, muito competitivo, que gosta de jogar com a bola, gosta de toda hora buscar assistência, o jogo vertical e qualificou muito o nosso jogo. Organizou a nossa posse de bola e conseguimos construir melhor do que nos outros jogos. Foi premiado com duas assistências – valorizou.
Leia mais da coletiva de imprensa de Rafael Paiva
Entrada de João Vitor
– Tentamos qualificar um pouquinho a nossa construção. O João entrando é um jogador rápido, que tem um compasso (de perna) e que conduz bem a bola. Eu acho que a gente foi assertivo ali na ideia dos três defensores, com o João qualificando um pouco a nossa construção. Ele fez um grande jogo na nossa visão. Ele qualifica muito a nossa saída de bola. É um jogador muito rápido, ataca muito forte o espaço. Tem um retorno defensivo também muito rápido. A ideia era, em alguns momentos, tê-lo como lateral, mas era mais um jogador na linha de três, na construção. A gente tinha total clareza que ele ia desempenhar bem a função que foi dada pra ele.
Clima com Medel
– Tem sido muito tranquilo, porque o Medel é uma grande liderança. Acho que não tem esse problema com o grupo. A nossa opção (com ele no banco) foi para a gente tentar, no primeiro jogo contra o Fortaleza, uma linha com o Maicon e com o Léo. Foi uma opção técnica e deu certo. Acho que a gente foi muito bem no jogo contra o Fortaleza. A gente repetiu contra o Atlhetico e a gente está seguindo porque a gente está sentindo que a gente está consistente defensivamente. Acho que hoje, mais uma vez, a gente provou uma consistência defensiva. Sofremos, sim, em alguns momentos, mas eu acho que os dois estão funcionando muito bem. Com o João, com o Rojas, como foi contra o Fortaleza, com o João hoje de novo. Mas é muito mais pela consistência. Mas o Medel é uma liderança, é um atleta que puxa o grupo para cima nas conversas no vestiário e se em algum momento a gente tiver que colocá-lo, eu tenho certeza que ele vai estar pronto para ajudar o Vasco. E ele quer muito. É um jogador muito competitivo, gosta do jogo, mas ele está ajudando da forma dele.
Vasco x Flamengo sábado
– É um grande clássico, a gente respeita demais o Flamengo. É uma equipe extremamente qualificada e disputar esse jogo na base já é muito especial. Se por acaso acontecer no profissional, realmente vai ser muito especial também. É um jogo grande, a gente precisa muito dos três pontos, o clássico tem as particularidades, a competitividade, mas a gente precisa continuar evoluindo. Independentemente de quem fosse o adversário, a gente precisa continuar evoluindo. A gente precisa ir em busca dos três pontos e é o que a gente vai fazer na semana. Vamos tentar buscar sempre a vitória.
Lesão Adson?
– Adson entrou muito bem no jogo. Acho que o jogo pedia um jogador que flutuava mais no entrelinhas ali, então ele foi muito bem, entendeu rápido o que tinha que fazer e conseguiu para a gente ofensivamente algumas coisas que a gente não tinha conseguido no primeiro tempo. Então é um jogador extremamente qualificado também. Tem uma boa relação com a bola, é vertical e fez um grande jogo. A gente precisa ver, acho que amanhã com o departamento médico qual foi a situação dele, mas eu acho que amanhã teremos clareza maior da situação.
Arbitragem
– Eu vi agora o lance (pedido de pênalti em Galdames), porque a gente precisa ver melhor. Realmente é um lance determinante, me pareceu, pelo que eu vi ali, pênalti no Galdames. E é situação que muda muito, se a gente converte o pênalti muda muito a característica do jogo. Mas eu acho que independentemente se o árbitro deu ou não, a gente precisa ter controle dentro do campo para continuar buscando a vitória. Fazer a nossa parte o tempo todo, a gente sempre acha que a arbitragem tem que se qualificar. Eu acho que ela está evoluindo cada vez mais e a gente tem que fazer a nossa parte lá dentro e deixar a arbitragem com quem tem que resolver os problemas dela.
Diferença primeiro e segundo tempo
– Acho que no primeiro tempo a gente até conseguiu ficar com a bola, ter uma posse, mas uma posse mais no campo de defesa. Que machuca pouco o adversário. A gente até chegava no campo de ataque, mas não tava conseguindo terminar as jogadas. A gente conversou no intervalo que a gente precisava ter a bola mais no campo de ataque, terminando mais as jogadas, dando menos transição ali para o adversário. E eu acho que foi nesse ponto que a gente conseguiu ser bem cirúrgico. A gente machucou mais o Vitória no segundo tempo, a gente conseguiu chegar mais perto do gol. Terminou mais as jogadas, sofremos menos com as transições. Então acho que foram esses pontos. E o Payet é um jogador que desequilibra, é muito inteligente, tem a capacidade de enxergar as coisas diferentes. O último passe dele é muito refinado. Jogar com o Payet é muito bom porque qualifica muito a nossa fase ofensiva.
Payet aguenta sequência de jogos?
– Eu acredito que sim. Hoje (domingo) era um termômetro bom para gente ver como ele ia responder. E respondeu muito bem. Acho que jogou uma boa parte do jogo e foi muito bem. Acho que isso é importante. Ele precisava se sentir bem. E hoje ele se sentiu bem jogando. Foi um jogador diferente, como a gente já esperava. Saiu (substituído) muito mais pela falta de ritmo ali no segundo tempo. Mas acredito que ele vai conseguir jogar os dois próximos jogos (Flamengo e Fortaleza pela Copa do Brasil). Ou o próximo jogo, (pensar) jogo a jogo, né? O importante é, além de estar bem fisicamente, ele se sentir bem pra jogar bem. Acho que isso foi o mais importante.
Paralisação do campeonato?
– Eu acho que a gente imaginou que tivesse uma resposta (da CBF) somente amanhã. Então a gente ia aguardar para ver o que aconteceria, mas acho que a gente tem que continuar. Na cabeça a gente tem o próximo jogo contra o Flamengo, a gente tem que continuar se preparando, né? Continuar trabalhando e vamos ver aí nos bastidores o que vai acontecer. E se tiver que jogar a gente tem que estar preparado, porque é um clássico, é um jogo importante, grande, a gente precisa pontuar e a gente vai aguardar amanhã para ver o desdobramento disso tudo.
Fonte: Globo Esporte