Vasco se garante na defesa para sair vivo de Fortaleza e decidir em casa

Vasco da Gama teve atuação destacada na defesa para segurar o Fortaleza e poder decidir a vaga na Copa do Brasil em São Januário.

Mateus Carvalho em jogo contra o Fortaleza
Mateus Carvalho em jogo contra o Fortaleza (Foto: Mateus Lotif/Fortaleza)

Em uma semana conturbada com demissão de Ramón Díaz, goleada para o Criciúma e protesto de torcedores no CT e em São Januário, além do bom adversário, o empate em 0 a 0 contra o Fortaleza, nesta quarta-feira, no Castelão, foi um ótimo resultado. E pode-se dizer que ele só veio pela boa atuação defensiva, sobretudo de Léo Jardim e do trio de zagueiros.

A estratégia foi clara desde o início: o Vasco não queria perder no Castelão.

– A gente tinha que estar vivo para o próximo jogo, era importante levar o jogo para São Januário — disse Rafael Paiva depois da partida.

A equipe não ameaçou o gol do Fortaleza e se defendeu como conseguiu para sair com o empate, que seria bom em qualquer circunstância, mas nas atuais, foi ótimo. O goleiro João Ricardo só fez uma defesa durante toda a partida, em um chute de Paulo Henrique, de canhota, de fora da área.

Por outro lado, Léo Jardim foi o nome do jogo. O goleiro do Vasco trabalhou muito durante os 90 minutos. Ao todo, foram cinco defesas — três delas consideradas difíceis. Os três melhores jogadores de linha da equipe vascaína foram os zagueiros Rojas, Maicon e Léo, o que indica como foi a partida.

Estratégia de se defender

Rafael Paiva teve duas sessões para treinar o grupo que não conhecia. O treinador do Sub-20 do Vasco optou por escalar uma equipe com uma linha de cinco na defesa, dois volantes e três atacantes. Rojas, Maicon e Matheus Carvalho, entre os titulares, eram novidades em relação ao jogo do Criciúma.

No 1º tempo, o Fortaleza foi muito superior. Alguns velhos problemas do Vasco seguiram aparecendo, como o espaço na entrada da área e a pobreza na criação das jogadas. No início da partida, quase todas as segundas bolas eram da equipe mandante. Faltava mais gente no meio de campo, porque David e Rayan não faziam uma recomposição tão grande.

Os dois pontas não jogaram tão abertos. Eles ficaram mais próximos a Vegetti, que buscava uma bola longa para escorar para um dos outros dois atacantes — o que pouco aconteceu. Quando o Vasco roubava a bola, tinha muito campo para percorrer com pouca gente. Isso dificultou a criação.

O Fortaleza se mostrou dominante no primeiro tempo porque o Vasco atacava com três jogadores, às vezes também com a passagem de algum dos laterais, e se defendia com sete sem a bola, os cinco defensores e os dois volantes. Com ultrapassagens pelos lados, a equipe cearense levou muito perigo. Pochettino finalizou duas vezes para fora, e Pikachu parou duas vezes no mesmo lance em Léo Jardim.

Em um dos últimos lances do primeiro tempo, outra grande chance do Fortaleza: Paulo Henrique foi facilmente driblado por Zé Welison, que cruzou na área, e Pochettino finalizou na trave, livre de marcação.

Segundo tempo mais equilibrado

Logo depois do lance de perigo, na finalização de Tinga, aos 10 minutos da etapa final, Rafael Paiva promoveu mudanças no Vasco. Neste momento, o treinador sacou David, Rayan e Cocão, escalando Adson, Rossi e Sforza. No intervalo, Galdames já havia entrado no lugar do lesionado Hugo Moura.

Mais descansados e orientados a isso, Rossi e Adson tinham a preocupação primeiramente em marcar para depois atacar. Como “ajudantes dos laterais”, os pontas fizeram o trabalho sujo na marcação, o que ajudou o Vasco a ser mais equilibrado em campo.

O Fortaleza passou a criar menos no segundo tempo e levou perigo em chutes de fora da área, como o de Zé Welison. O Vasco também criou pouco, mas naquele momento a preocupação já era segurar o resultado. Com exceção a um chute despretensioso de Adson para fora, que levou perigo, a equipe finalizou apenas duas vezes na etapa final.

A equipe mandante poderia ter marcado já no fim do jogo, quando de fato levou muito perigo. Em duas bolas lançadas nas costas do lado direito da defesa do Vasco, o Fortaleza quase abriu o placar nos acréscimos da partida, com Lucero e Bruno Pacheco.

Cenário e méritos

Por toda a crise da goleada sofrida para o Criciúma e a demissão de Ramón Díaz, o cenário para o jogo contra o Fortaleza parecia de terra arrasada. O Vasco foi facilmente envolvido na última partida do Brasileirão. Pela Copa do Brasil, nesta quarta-feira, a equipe mostrou virtudes defensivas e suportou a pressão da equipe mandante.

Rafael Paiva teve méritos ao mudar radicalmente o sistema de jogo do Vasco, que vinha de partidas em 4-3-3 e a última em um 4-2-3-1, que não deram certo. O treinador também foi bem na seleção dos três zagueiros. Rojas, maior novidade, teve um papel muito importante no jogo, fazendo perseguições individuais, vencendo bolas no alto e interceptações. Maicon foi impecável no alto, e Léo fez cortes providenciais, como após um passe errado de Galdames, travando uma finalização adversária.

– Diante de todas as dificuldades, das circunstâncias, eu acho que a gente respondeu bem. A gente está vivo no jogo de volta, a gente vai ser organizar melhor para conseguir um jogo mais equilibrado, mais ofensivo — afirmou Rafael Paiva, após a partida.

O desafio agora, como o próprio treinador afirmou na coletiva, será encontrar um maior equilíbrio entre a defesa e o ataque. Para a sequência no Brasileirão, o time precisa mostrar mais para somar pontos e sair da incômoda zona do rebaixamento. Para um jogo de mata-mata, a estratégia de se defender foi adequada, e o Vasco voltou com um bom resultado para decidir em São Januário, no dia 21 de maio.

Fonte: Globo Esporte

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