Vasco pode interferir na SAF em caso de rebaixamento? Entenda contrato

Brigando para fugir da zona de rebaixamento, Vasco da Gama pode ter mudanças em sua gestão em caso de descenso.

Josh Wander, sócio-fundador da 777 Partners
Josh Wander, sócio-fundador da 777 Partners (Foto: Thiago Ribeiro/ AGIF)

Na luta para escapar do rebaixamento, o Vasco vai a Porto Alegre com a esperança de vencer o Grêmio para se distanciar de mais um pesadelo da degola. No pior cenário, em caso de queda para Série B, um eventual rebaixamento tende a provocar mudanças significativas dentro e fora de campo.

Há cláusulas que permitem ao clube associativo, acionista minoritário (30%), exercer o direito de reformulação ampla da diretoria constituída pelo Vasco SAF em caso de rebaixamento.

Acionista majoritária, com 70% das ações, a 777 Partners é quem dá as cartas na SAF e no futebol. No entanto, em caso de rebaixamento, o clube associativo tem contratualmente o direito de demitir o CEO da empresa (Lúcio Barbosa) e o diretor de futebol (Paulo Bracks).

Mandato prorrogável

O diretor geral do clube Lúcio Barbosa e a diretora financeira Kátia dos Santos têm mandato até agosto de 2025, prorrogáveis por mais dois anos. Eles foram empossados na reunião realizada pelo Conselho de Administração da Vasco SAF no início de agosto, quando também foi definida a saída de Luis Mello.

O contrato com a 777, no entanto, não prevê a demissão de diretores financeiros em caso de rebaixamento, diferentemente do CEO, que poderia ser trocado pelo clube associativo em uma eventual queda para Série B.

Para consolidar a demissão do CEO, o clube precisa fazer a convocação da reunião de administração da SAF – composta, hoje, por Jorge Salgado e Roberto Duque Estrada, como representantes do Vasco associativo, mais cinco membros do grupo americano, o presidente da Vasco SAF Josh Wander e Nicolas Maya, Steven Pasko, Donald Dransfield.

O caso do diretor de futebol Paulo Bracks é um pouco diferente. Mas no cenário de queda para a Série B, o Vasco associativo, da mesma maneira, tem a prerrogativa de exercer a cláusula de demissão do profissional. Ele tem vínculo empregatício com a SAF vascaína, mas não tem mandato.

A demissão, porém, não é necessariamente vinculada a um rebaixamento. A SAF pode rescindir o contrato a qualquer momento, caso julgue conveniente. Assim como o clube associativo pode pedir a demissão, e a SAF acatar ou não a sugestão em reunião de conselho.

A explicação é a seguinte: comparando com perspectiva antiga de clubes de futebol, é como se o CEO e a CFO (diretora financeira) fossem gestores estatutários do Vasco SAF, ou seja, com mandato de dois anos. Enquanto Paulo Bracks é um profissional contratado sob constante avaliação.

Em entrevista ao ge, recentemente, o presidente do Vasco, Jorge Salgado, explicou que em caso de rebaixamento, “tanto o diretor de futebol como o CEO são demitidos…”, mesmo que estejam “fazendo gestão espetacular”. Mas ele foi impreciso. O clube associativo pode estar satisfeito com o trabalho de um dos dois, por exemplo, e decidir demitir apenas um deles. Ou manter os dois.

O Vasco evita o tema de todas as maneiras. Apesar de cientes da prerrogativa, SAF e clube associativo estão focados na permanência na Série A e ainda não trataram internamente o assunto. “Este assunto nunca foi conversado entre 777 e associação. O foco agora é o trabalho para a permanência na série A”, diz o comunicado enviado ao ge pelo clube.

Uma eventual saída das lideranças da SAF, por exemplo, não foi abordada com Pedrinho (presidente eleito que assume em janeiro) e seus pares, nos primeiros encontros entre diretorias. Pessoas influentes em São Januário, no entanto, acreditam em ampla reformulação em caso de rebaixamento, embora o assunto não esteja em pauta no momento. O objetivo e as atenção do clube e da SAF estão voltadas para permanência na Série A.

O Vasco enfrenta o Grêmio no domingo, 18h30, em Porto Alegre, e fecha o campeonato Brasileiro de 2023 contra o Bragantino, em São Januário, às 21h30, na quarta que vem.

Fonte: Globo Esporte

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