Ministra Anielle Franco entra na campanha e pede liberação de São Januário

Anielle Franco afirmou que a Barreira é a alma do Vasco e garantiu que encaminhará ofício à PGJ do Ministério Público do Rio.

Anielle Franco já foi atleta do Vasco
Anielle Franco já foi atleta do Vasco (Foto: Reprodução)

A Ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, entrou na campanha para que São Januário seja liberado para receber público. O estádio está interditado para torcida desde o dia 22 de junho, quando houve tumulto no entorno após a partida contra o Goiás.

Em uma conta nas redes sociais, Anielle Franco afirmou que o Ministério da Igualdade Racial enviará um ofício à Procuradoria Geral do Ministério Público do Rio de Janeiro externando preocupação com a estigmatização que a decisão de interditar o estádio para o público criou. Um dos argumentos da procuradoria cita a violência no entorno de São Januário e na comunidade da Barreira do Vasco.

– Sou flamenguista – essa foto é de quando fui atleta pelo Vasco – mas preciso falar de algo que vai além do esporte: a interdição do Estádio de São Januário e o que isso escancara. O Estádio de São Januário, no Rio de Janeiro, é um patrimônio que vai além do Clube de Regatas Vasco da Gama e de seus torcedores, e sua interdição tem prejudicado sobretudo a geração de renda dos trabalhadores da região, que são majoritariamente pessoas negras e pobres. Após conflito entre torcidas, a justiça do RJ, a pedido do Ministério Público do Estado, interditou o Estádio de São Januário.

– Na decisão, apontou-se que a proximidade com a favela da Barreira do Vasco é um dos motivos para que não se tenha condições de segurança no estádio. Os órgãos de justiça não devem perpetuar em suas decisões ações e atos discriminatórios, fomentar a criminalização e racismo vai contra a nossa constituição e o dever do Estado brasileiro. Nós do Ministério da @igualracial_gov encaminharemos um ofício ao PGJ do @MP_RJ externando nossa preocupação com a estigmatização que esta decisão criou.

– Fui atleta do Vasco e tenho um carinho pelo time. Tenho respeito pela história de um clube de origem popular e negra. Sou favelada e tenho o compromisso de trabalhar contra a criminalização das nossas favelas e do nosso povo. Esta decisão afeta a geração de renda e impacta toda a cidade. A Barreira é parte fundamental da alma do clube, é também dali as pessoas que trabalham em dias de jogos. O sustento de mais de 20 mil pessoas que moram na favela depende dos jogos do Vasco no estádio. O Observatório do Trabalho Carioca da Secretaria Municipal de Trabalho e Renda, constatou a queda 60% na receita do comércio da Barreira.

– O racismo ocorre dentro e fora do campo, nossa equipe pretende fazer uma escuta com os trabalhadores da região para pensarmos junto com órgãos do estado e do município medidas de mitigação deste impacto. Toda solidariedade ao Clube de Regatas Vasco da Gama, sua torcida e todos os moradores de favelas e periferias afetados por esta ação. Fui capitã do time e tenho um carinho pelo time. Avancemos no combate ao racismo e todo e qualquer tipo de discriminação e criminalização.

A manifestação da ministra é considerada muito importante para o Vasco, no momento em que o recurso do clube chega a Brasília. A diretoria entrou nesta terça com recurso no STJ para que o estádio seja liberado para receber público.

O Vasco também entende que a manifestação da torcida no último domingo, quando milhares de torcedores assistiram ao jogo contra o Bahia em frente a São Januário, na Barreira do Vasco, tornou o caso nacional.

Fonte: Globo Esporte

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