CBF parabeniza o Vasco pelos 125 anos e exalta história do Clube

A Confederação Brasileira de Futebol destacou a luta do Vasco da Gama contra o racismo ao parabenizá-lo pelos 125 anos.

Frase representa o Vasco
Frase representa o Vasco (Foto: Matheus Lima/Vasco)

Uma das primeiras paixões na vida de um jovem brasileiro é o futebol. Esporte das massas, a modalidade começou a chegar às camadas mais populares da sociedade por volta dos anos 20, através do aniversariante deste 21 de agosto: o Vasco da Gama.

Fundado em 1898, sob nome de Club de Regatas Vasco da Gama, a instituição surgiu como praticante do remo. Por lá, a bola só começou a rolar em 1916, por influência de Raul Campos.

Assim como os demais portugueses que vinham ao Brasil na época, ele chegou com o objetivo de ingressar no clube carioca. Se associou em 1913. Um ano depois, virou sócio benemérito. Mais 365 dias se passaram e se tornou presidente. A partir daí, começa a história lusitana no esporte bretão.

O primeiro time de futebol vascaíno surgiu sob descontentamento dos praticantes de remo. Depois de um início com resultados complicados, a agremiação começou a procurar jogadores em ligas periféricas, independente de cor ou condição social. Encontrou e entrou para a Liga Metropolitana de Desportos Terrestres (LMDT), que organizava o Campeonato Carioca da época, com uma equipe formada, em maioria, por negros e pobres.

Pouco tempo depois, em 1922, o Vasco é campeão da Série B do Estadual e conquista o acesso à elite no ano seguinte. Comandado pelo uruguaio Ramón Platero, o time venceu 11 jogos, empatou dois e perdeu apenas um. A excelente campanha levou ao título da primeira divisão.

Recém-campeã da elite carioca, a equipe, que começou a ser montada em 1919, sofreu obstáculos para continuar. A Liga impôs uma regra que proibia analfabetos de atuarem no campeonato. Com ajuda do associado e bibliotecário da instituição portuguesa, Custódio Moura, os atletas conseguiram aprender a ler e escrever os dados necessários para seguirem jogando.

Um ano depois de levantar o troféu, o clube se viu em mais uma situação complicada: os rivais se reuniram para fundar a Associação Metropolitana de Esportes Athleticos (AMEA). Por ser o atual campeão, o Vasco foi convidado, mas com uma restrição: deveria excluir 12 de seus jogadores do elenco – negros e pertencentes das camadas populares – por não terem “condições sociais apropriadas para o convívio esportivo”. No dia 7 de abril, José Augusto Prestes, presidente à época, redigiu e assinou a “Resposta Histórica”, que abria mão de fazer parte da AMEA e priorizava a manutenção dos desportistas.

A representatividade em campo refletiu na sociedade, principalmente no subúrbio, que se identificou com os atletas. O apelo da torcida vascaína era muito grande, mesmo sem ter um lugar para chamar de “casa”. A Cruz de Malta precisava pagar aluguel à rivais para conseguir atuar em seus estádios.

A exclusão da instituição lusitana da Associação não foi bem recebida pelo público. Com partidas sempre lotadas, o Vasco foi campeão do torneio organizado pela LMDT de forma invicta. Diante do sucesso e da repercussão, o clube é convidado para ingressar novamente na AMEA. Desta vez, sem critérios ou restrições.

Nélson, Leitão, Mingote, Nicolino, Claudionor, Artur, Paschoal, Torterolli, Arlindo, Cecy e Negrito, além do treinador Ramón Platero, foram 12 dos responsáveis por popularizar o esporte no Rio de Janeiro. Os negros, operários e semianalfabetos poderiam, e seriam, campeões.

A força cruzmaltina só aumentou. Sua torcida apaixonada liderou a campanha de arrecadação de recursos para comprar um terreno em São Cristóvão, escolhido pelo clube por ser parecido com seu local de fundação, na zona portuária do estado. 685 contos e 895 mil réis foram juntados, além de dois mil contos de réis para a construção.

Em 21 de abril de 1927, dez meses depois do início da obra, ocorreu a primeira partida no Estádio de São Januário, uma derrota carioca por 5 x 3 para o Santos.

O placar pouco importou para uma torcida que acabava de erguer um estádio privado dos próprios bolsos.

Quando começaram a escrever esta história, provavelmente nenhum dos Camisas Negras imaginava o tamanho que teriam. Desde então, dentre outros troféus, a agremiação conquistou 24 títulos estaduais, quatro Brasileiros, uma Copa do Brasil, uma Libertadores e uma Mercosul.

Glórias, lutas, vitórias. Esta é a história de uma das maiores instituições do Brasil, que, hoje, 21 de agosto, completa 125 anos.

Parabéns, Club de Regatas Vasco da Gama. Que honra ser um dos mais belos contos do livro do futebol.

A Confederação Brasileira de Futebol parabeniza o Vasco pelos seus 125 anos de história.

Fonte: CBF

Mais sobre:CBF
Comente

Veja também
Rafael Paiva durante jogo em São Januário
Rafael Paiva lamenta postura da torcida do Vasco e faz cobrança

Rafael Paiva afirmou que o time competiu com o Internacional, lamenta resultado e saiu em defesa dos jogadores após protesto da torcida.

Roger Flores
Roger Flores crava futuro de Rafael Paiva no Vasco após derrota

Comentarista do Sportv, Roger Flores analisou a situação do técnico Rafael Paiva depois de mais uma derrota do Vasco da Gama.

Payet em Vasco x Internacional
Notas dos jogadores do Vasco contra o Internacional

Confira as notas dos jogadores do Vasco da Gama na partida desta quinta-feira, contra o Internacional, pelo Campeonato Brasileiro.

Rafael Paiva, técnico do Vasco
Rafael Paiva analisa derrota do Vasco para o Internacional; veja a coletiva

Rafael Paiva detalhou a atuação do Vasco da Gama em São Januário, em mais uma partida em que seu time sai derrotado.

Lédio Carmona, comentarista esportivo
Lédio Carmona fica na bronca com Maxime Dominguez: ‘Decepcionou’

Comentarista do Sportv, Lédio Carmona criticou o meia suiço Maxime Dominguez, que foi titular do Vasco da Gama contra o Internacional.