Bracks convenceu a 777 Partners a investir na compra de Léo Jardim; veja como foi
Léo Jardim é o grande destaque do Vasco da Gama na temporada, mas Paulo Bracks precisou convencer a 777 a comprar o goleiro.
O Vasco tem um bom motivo para acreditar em uma vitória sobre o Flamengo, às 20h desta segunda-feira, e dar início à recuperação no Campeonato Brasileiro. Pelo menos tem um trunfo para tentar passar ileso pelo ataque adversário: destaque do time até o momento, Léo Jardim é o goleiro com mais defesas difíceis na competição.
Depois de críticas nos primeiros meses do ano, Léo se firmou no Brasileirão e transformou as contestações em confiança do torcedor. Na última rodada, na derrota para o Fortaleza, o goleiro foi mais uma vez o melhor em campo e impediu um placar mais amargo para o Vasco.
Léo Jardim no Brasileirão*
- 8 jogos (todos como titular)
- 13 gols sofridos (média de 1,6 por jogo)
- 28 defesas (segundo lugar no quesito)
- 15 defesas difíceis (líder no quesito)
*Como o Vasco ainda não jogou na rodada, tem um jogo a menos que os demais times.
Mas como o clube chegou ao nome do goleiro, que pouco atuou no futebol brasileiro antes de ir para a Europa?
Léo Jardim sempre foi a primeira opção do Vasco para reforçar o gol. O primeiro contato com o empresário do jogador, Rogério Braun, aconteceu ainda em novembro do ano passado.
Pinçado pelo departamento de análise de mercado do Vasco, o nome de Léo foi aprovado pela 777 Partners de forma unânime. Dentro do clube o atleta também ganhou aval rapidamente. Ainda mais que o preparador de goleiros Daniel Crizel já o conhecia e tinha trabalhado com ele no Grêmio. Viu Léo Jardim surgir bem jovem no clube gaúcho e ainda assim vivenciar momentos importantes, como a estreia em um mata-mata de Copa do Brasil, em 2016, contra o Palmeiras, no Allianz Parque – atuou no 1 a 1 em São Paulo, partida que classificou o time tricolor para a semifinal.
A trajetória de Léo Jardim agradou ao clube carioca. Ele foi emprestado pelo Grêmio ao Rio Ave, de Portugal, para ser o segundo goleiro, mas se destacou rapidamente e assumiu a posição de titular. Um ano depois, em 2019, foi vendido ao Lille, da França. Emprestado posteriormente ao Boavista, fez outra boa temporada e ajudou o time a permanecer na elite do futebol português.
Ao voltar ao Lille para a temporada 2021/2022, passou a ter mais chances no clube francês e conquistou títulos. Ainda assim, não era titular absoluto. Isso fez o Vasco acreditar na negociação.
A SAF, no entanto, tentou a contratação de Léo por empréstimo, mas o Lille só aceitava negociar em definitivo. Nesse momento, o diretor esportivo Paulo Bracks conseguiu convencer a 777 a investir na compra do goleiro. Foi peça-chave para que o negócio se concretizasse. Depois do contato inicial em novembro, as partes voltaram a conversar na última semana de 2022, e o Vasco enviou a proposta oficial no início deste ano.
O desejo de Léo Jardim, desde o início, foi fechar com o Vasco. O projeto do clube atraiu o goleiro, que voltaria ao Brasil para ser titular na Série A. Hoje exerce papel de liderança no grupo e ganhou destaque no time de Maurício Barbieri.
Vasco deve ao Lille
O departamento de futebol do Vasco atacou o mercado priorizando o pagamento em parcelas para não interferir no fluxo de caixa da empresa. Foram investidos cerca de R$ 110 milhões em 16 reforços, mas a grande maioria das aquisições de direitos foi feita de forma parcelada.
Foi o caso também do acordo com o Lille. A SAF combinou de pagar US$ 2,5 milhões (R$ 12,3 milhões na cotação atual) ao clube francês por Léo Jardim, porém, como acontece também em outros pagamentos, está tendo dificuldades de cumprir os prazos do depósito das parcelas.
O Vasco trata os atrasos como um problema de fluxo de caixa e busca uma solução. No primeiro momento, a SAF procurou os clubes para renegociar prazos e confia na normalização da situação com o novo aporte da 777 – em setembro, caem mais R$ 120 milhões nos cofres do clube.
Fonte: Globo Esporte