Competitivo e organizado: Vasco passa bem nos jogos difíceis e se aproxima de rivais

Ainda em formação, o time de Maurício Barbieri conseguiu mostrar um bom trabalho ao vencer o Flamengo, no Maracanã.

Barbieri conversa com jogadores no clássico
Barbieri conversando com jogadores do Vasco (Foto: Daniel Ramalho/Vasco)

– Estamos saindo atrás dos nossos rivais do Rio de Janeiro, pois todos eles têm elencos formados. Mas vamos fazer de tudo para alcançá-los e passá-los.

Maurício Barbieri deu a declaração acima em sua primeira entrevista como treinador do Vasco. Passados 11 jogos sob o comando do técnico, é possível afirmar que o time encurtou essa distância e sairá da primeira fase do Carioca consistente, organizado e com um padrão de jogo.

O Vasco ainda é um time em formação. No último domingo, por exemplo, dois jogadores estrearam com Maurício Barbieri na vitória por 1 a 0 sobre o Flamengo, no Maracanã. No entanto, mesmo em processo de reformulação, a equipe passou bem pelos principais testes do Estadual e tem a organização coletiva, fruto do trabalho do treinador, como ponto positivo neste início de temporada.

O clássico foi bem jogado no Maracanã, com cada equipe adotando uma estratégia diferente. O Flamengo teve mais posse (62% a 38%), e o Vasco apostou nas transições em velocidade, que pouco funcionaram no primeiro tempo. Nervoso, o time de Barbieri demorou a colocar a bola no chão e sentiu falta de Andrey e Jair para verticalizarem o passe – os dois ficaram sumidos na etapa inicial, e para o cria, em seu primeiro jogo na volta ao clube, pesou a falta de ritmo.

A linha de defesa do Vasco foi um dos pontos altos do clássico. Léo Jardim, um dos nomes do jogo, junto com a dupla de zaga – seja com Miranda ou Capasso, que também estreou – e os laterais fizeram jogo muito seguro. Pumita foi quem destoou. Com o Flamengo sem um ponta de ofício por aquele lado no primeiro tempo e Gabriel Pec responsável por marcar Ayrton Lucas, o uruguaio ficou perdido, e o rival teve superioridade no ataque.

Primeiro homem de meio de campo, Rodrigo ficou sobrecarregado na marcação, mas deu conta do recado e foi o líder em desarmes da etapa inicial. Ajudou a neutralizar Arrascaeta e a interceptar boa parte das chegadas do Flamengo. Quando o adversário passava por ele, a linha de quatro completava o serviço. Tanto que Léo Jardim só fez duas defesas no primeiro tempo, ambas com tranquilidade.

Como o Vasco não conseguiu acelerar o jogo como pensou – o Flamengo recuperou a bola em muitas das tentativas do time de Barbieri em sair em velocidade, principalmente com Pec na direta -, o brilho individual de Pedro Raul foi o que ajudou a equipe visitante a equilibrar as ações. As únicas três finalizações vascaínas no primeiro tempo saíram de Pedro Raul, que acertou a trave duas vezes e chutou por cima do gol em outra oportunidade, usando bem o corpo para girar e chutar.

Primeiro tempo de Flamengo x Vasco

  • Posse de bola: 61% x 39%
  • Finalizações: 14 x 3
  • Escanteios: 6 x 1
  • Passes errados: 31 x 33
  • Faltas: 9 x 6
  • Desarmes: 3 x 13

O gol de Puma Rodríguez – um lindo chute de primeira após a zaga tirar cruzamento de Lucas Piton – mudou o panorama do clássico logo aos 3 minutos do segundo tempo e obrigou o Flamengo a sair mais para o jogo. Situação que a princípio facilitaria os contra-ataques do Vasco, mas o time de Barbieri demorou a aproveitar a vantagem.

O Vasco cansou, perdeu ritmo e correu risco com jogadores amarelados. Marlon Gomes, Figueiredo e Nenê foram para o jogo, e o time passou a aproveitar melhor as saídas em velocidade – finalizou duas vezes mais que no primeiro tempo. Em uma delas, Marlon sofreu pênalti que foi desperdiçado por Pedro Raul. Em outra, Nenê perdeu chance frente à frente com Santos após boa jogada de Figueiredo.

Ao não matar a partida, a equipe de Barbieri deu chances para o Flamengo chegar e incomodar. O que mudou foi o posicionamento de Andrey, que passou a jogar como primeiro homem após a saída de Rodrigo. Na função, o volante foi melhor do que no primeiro tempo. Saiu de campo com o maior número de desarmes (6) entre as duas equipes e ajudou a conter o adversário.

Pensando mais adiante, num meio de campo com Andrey, Jair e Marlon Gomes, o agora camisa 18 se encaixaria muito bem na função de primeiro volante, podendo revezar a saída de bola com o camisa 8.

Capasso também agradou no primeiro teste. Contra um adversário com bom volume ofensivo, o zagueiro argentino se fez valer das características destrutivas e não deixou quase nada passar.

No momento em que o Flamengo agredia mais em busca do empate, outro personagem sobressaiu. Antes questionado pela torcida do Vasco, o goleiro sai grande do clássico. Fez quatro defesas, pelo menos duas bem difíceis, na etapa final e dividiu com Pumita a responsabilidade pela vitória.

Números finais de Flamengo x Vasco

  • Posse de bola: 62% x 38%
  • Finalizações: 28 x 9
  • Escanteios: 11 x 4
  • Passes errados: 83 x 81
  • Faltas: 16 x 14
  • Desarmes: 14 x 26

O Vasco de Barbieri evolui a passos interessantes e chega à última rodada da Taça Guanabara dependendo apenas de si para avançar – se vencer o Bangu em São Januário, na próxima quinta-feira, estará nas semifinais. Mais do que isso, apresentou bom desempenho nos três clássicos que disputou em 2023 e saiu vitorioso de dois.

Fonte: Globo Esporte

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