Capelo aponta possível consequência ruim na decisão judicial sobre a SAF do Vasco

O processo da SAF do Vasco da Gama foi paralisado por determinação da Justiça para que o contrato com a 777 Partners seja aberto.

Rodrigo Capelo é especialista em finanças do esporte
Rodrigo Capelo é especialista em finanças do esporte (Foto: O Globo)

O Vasco da Gama mais uma vez está em pauta no judiciário brasileiro. Normalmente, o Gigante é acionado por dívidas, impasses políticos e até na briga pelo Maracanã, só que, desta vez, tem a ver com o processo da SAF. A Justiça acatou um pedido sobre a venda à 777 Partners.

Precisamente, o juiz Luiz Alberto Carvalho Alves, da 3ª Vara Empresarial, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, acatou o pedido da Comissão de Defesa do Consumidor da ALERJ e ordenou a suspensão do rito interno de aprovação e obrigou o Gigante a abrir os contratos com os norte-americanos.

Na edição desta sexta-feira (15) do programa Redação SporTV, Rodrigo Capelo não escondeu a preocupação. Para o jornalista, especializado em finanças e negócios do esporte, a decisão judicial favorável à abertura do contrato inteiro pode ser negativa para o futuro das SAFs no futebol brasileiro.

– Se os contratos forem expostos e isso valer para todos os clubes, talvez isso sirva de desincentivo para quem quer comprar um clube de futebol. Tem informações do seu negócio que não quer mostrar porque são importantes e, cá entre nós, faz sentido que não se mostre algumas das informações. Sou uma pessoa que luta muito pela transparência, mas tem informações que são sensíveis, estratégicas, você não quer as expor aos concorrentes – disse o jornalista, que concluiu:

– Se você vai comprar um clube sabendo que será obrigado pela Justiça a mostrar tudo, talvez os próximos clubes não consigam ser vendidos porque os investidores não terão interesse. Olha como essas pequenas questões da política do Vasco, que é um espetáculo à parte, podem ter desdobramentos em relação ao mercado inteiro.

Lista final

Enquanto o processo está paralisado, o trabalho de análise dos sócios aptos ao voto na AGE foi finalizado e 6.385 poderão participar da decisão sobre a proposta da 777 Partners. Na configuração anterior, eles teriam acesso apenas a uma parte da oferta apresentada pelos estadunidenses, o que ainda pode mudar já que o Clube recorreu.

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