Meia, ponta ou centroavante? As opções para a utilização de Alex Teixeira no Vasco
Meia-atacante de ofício, novo camisa 7 do Vasco da Gama é versátil e pode jogar em variadas posições, a depender da necessidade do time.
Considerado uma das grandes revelações do Vasco no século 21, Alex Teixeira retorna a São Januário após 12 anos com status de reforço de peso e chega para ser titular no ataque vascaíno. Ele foi anunciado na noite desta quarta e será apresentado na próxima semana. Mas em qual posição o jogador de 32 anos vai atuar?
Alex Teixeira pode jogar em funções diferentes do meio pra frente, seja caindo mais pela esquerda, como segundo atacante, um pouco mais recuado ou ainda centroavante. O atacante que surgiu no Vasco em 2008 era veloz e habilidoso, mas não tinha perfil goleador. Isso mudou fora do Brasil e ele retorna com um DNA artilheiro que é carência no time de Maurício Souza hoje.
O Vasco tem necessidade de jogadores que atuem tanto nos lados quanto no centro do ataque. A decisão do treinador vai depender de como Alex vai preferir jogar e, ainda, das outras contratações que o clube fizer na janela de transferências.
Maurício Souza terá um jogador versátil e poderá definir a escalação de Alex Teixeira de acordo com o adversário que o time irá enfrentar. O técnico o vê atuando em mais de uma posição. A comentarista Renata Mendonça também acredita que o atacante pode contribuir de maneiras diferentes, mas chama atenção para sua readaptação ao futebol brasileiro, o que pode não acontecer de cara.
– Com Alex Teixeira jogando pelos lados ou por dentro, a tendência é que ele possa contribuir muito com um ataque que produz poucas chances de gol e ainda depende muito do poder decisivo de Nenê em bolas paradas ou cruzamentos… É um reforço experiente, que tem qualidade e que tem identificação com a torcida, então pode contribuir muito. Precisa também dar tempo pra readaptação dele ao futebol brasileiro, para recuperar ritmo – analisou Renata.
Foram 12 anos atuando fora do Brasil, com passagens por Ucrânia, China e Turquia. A adaptação foi um problema no último clube pelo qual jogou, o Besiktas. Depois de quatro gols em 31 jogos, Alex rescindiu contrato com o clube turco há duas semanas. Seu último jogo havia sido em 21 de maio, por isso a questão física também precisará de avaliação do Vasco. Mas, no geral, o que se sabe é que o atacante manteve a forma e não precisará de muito tempo para ficar disponível.
Apesar do desempenho ruim na Turquia, Alex teve muito sucesso no Shakhtar Donetsk e no Jiangsu Suning, último clube em que jogou em alto nível. Na China, formou duplas de ataque e teve bastante liberdade para flutuar entre a faixa central e o lado esquerdo.
Os números ofensivos do Vasco são bons em relação aos adversários da Série B, e o time de Maurício tem o terceiro melhor ataque da competição. Mesmo assim, o treinador entende que é o setor que precisa de mais evolução, já que muitas vezes a equipe não consegue construir e concluir com qualidade, ficando a mercê de Nenê, que aos 40 anos é o jogador com mais participações em gols do Vasco na Segunda Divisão.
Além de Alex Teixeira, o departamento de futebol está atrás de outros reforços para o ataque nesta janela de transferências. O clube chegou a consultar a situação de Alan Kardec antes do acerto com Atlético-MG, mas o staff do camisa 9 considerou pouco o que o Vasco podia oferecer.
Renata Mendonça, comentarista da Globo:
”Com Alex Teixeira, o Vasco ganha um reforço enorme num setor muito carente do time atualmente. Se hoje o time está na vice-liderança da Série B, isso se deve muito à solidez defensiva. Mas ofensivamente o Vasco ainda busca soluções. Nenhum dos dois centroavantes contratados (Raniel e Getúlio) se firmou ou garantiu titularidade absoluta. Pelos lados, Figueiredo e Pec são jovens e também oscilam. Figueiredo também foi testado como centroavante, posição em que jogava na base, na busca de mais soluções ofensivas para a equipe.
Então considerando esse contexto, com Alex Teixeira jogando pelos lados ou por dentro, a tendência é que ele possa contribuir muito com um ataque que produz poucas chances de gol e ainda depende muito do poder decisivo de Nenê em bolas paradas ou cruzamentos. Na sua primeira passagem, Alex Teixeira era o cara do drible, da velocidade, hoje, pra ocupar esse posto, será preciso avaliar como ele conseguirá contribuir nos momentos em que o Vasco estiver sem a bola – Figueiredo e Pec são importantes nesse sentido. Mas é possível pensar num time com ele atuando por ali com a bola e aí com outro jogador cumprindo o papel sem a bola pelo lado.
Ou então como segundo atacante numa eventual mudança de esquema. Como referência também, entregando características diferentes das de Raniel e Getúlio – ele seria um atacante mais móvel, mas com muito poder de finalização ocupando essa função. De toda forma, é um reforço experiente, que tem qualidade e que tem identificação com a torcida, então pode contribuir muito. Precisa também dar tempo pra readaptação dele ao futebol brasileiro, para recuperar ritmo”.
Fonte: Globo Esporte