Nenê e Pedrinho são homenageados na Calçada da Fama no Maracanã
Nenê, meio-campista do Vasco da Gama, e Pedrinho, ídolo do Clube, foram homenageados na Calçada da Fama no Maracanã.
Dois grandes personagens do futebol carioca foram eternizados na Calçada da Fama do Maracanã, em cerimônia na tarde desta terça-feira. Nenê, meia-atacante do Vasco, e Pedrinho, atualmente comentarista da Globo, marcaram seus pés no estádio. O ex-jogador, que também se destacou pelo clube da Cruz de Malta, se emocionou durante o evento. A homenagem foi acompanhada pelo presidente Jorge Salgado.
– Eu queria agradecer ao governo, ao presidente do Vasco, aos meus amigos que vieram, à torcida. Muito grato em estar aqui, com o Nenê também. Toda vez que o assunto é Vasco me comove muito. Eu cheguei no clube com 6 anos, não tinha dinheiro, o treinador de futsal me levava pros jogos e me deixava no banco. Eu nasci em São Januário. O Maracanã é especial, de fato. Mas São Januário é diferente – disse Pedrinho.
– Um reconhecimento desses em um dos maiores estádios de futebol do mundo é uma honra muito grande. Agradecer a Deus, minha família e amigos. O maior ídolo do Vasco está aqui prestigiando. Poder proporcionar isso aos meus filhos, inspirar as crianças… Eu faço por amor. Eu estou jogando até hoje porque sou apaixonado pelo futebol – afirmou Nenê.
Maior ídolo da história vascaína, Roberto Dinamite também compareceu ao evento na Tribuna de Honra do Maracanã. O ex-jogador passou uma mensagem para os atletas mirins que participaram da cerimônia.
– Nada melhor do que estar dentro do Maracanã. Esse templo que já teve 70, 100 mil torcedores vibrando por seus clubes. Não vai existir um grande jogador se não tiver uma grande família, uma grande referência. Vocês estão iniciando e tem uma oportunidade única. Aproveitem isso. Vocês têm a chance de se tornarem grandes jogadores, mas também grandes seres humanos. Eu tenho muito orgulho de estar aqui ao lado de Nenê e Pedrinho. Parabéns ao Clube de Regatas Vasco da Gama por homenagear seus ídolos – pontuou Dinamite.
Nenê
Atualmente em sua sua segunda passagem pelo Vasco, Nenê tem ao todo 155 partidas oficiais disputadas pelo Cruz-Maltino e 51 gols marcados. No Rio de Janeiro, ele também atuou pelo Fluminense, pelo qual jogou em 116 partidas e marcou 28 gols. O jogador de 40 anos dedicou a homenagem ao torcedor vascaíno.
– O torcedor mais apaixonado que eu já vi de um clube é o do Vasco. Não importa a situação, estão sempre apoiando. Cobram quando tem que cobrar. Eles construíram o estádio, lutaram contra o racismo, eu tenho muito orgulho do clube que represento hoje. Eu amo esse clube, que foi criado por gente como a gente, que na maioria vem de família humilde – disse Nenê.
No momento em que Nenê foi marcar os pés na Calçada da Fama, o jogador chorou ao ver o filho emocionado com a homenagem recebida pelo pai.
– Eu não imaginava isso. Imaginava jogar aqui, marcar gol nesse estádio, mas ser eternizado não. Uma benção muito grande. É um privilégio poder jogar em um dos maiores templos do futebol – afirmou o meia, que também lembrou um jogo marcante pelo Vasco no Maracanã:
– Um jogo marcante aqui no Maraca foi um que ganhamos de virada do Flamengo, Rodrigo fez o primeiro, eu marquei e fui pros braços da galera. Espero que venham mais.
Pedrinho
Revelado pelo Vasco, Pedrinho também passou por Palmeiras, Fluminense, Santos, Figueirense e Olaria, além de ter jogado fora do Brasil. O ex-meia, hoje aos 44 anos, se emocionou ao assistir vídeos de alguns gols marcantes da carreira.
– Gols mais importantes foram os dois das quartas da libertadores contra o Grêmio, porque a competição tinha uma importância muito grande. Tivemos um 97 maravilhoso e em 98, individualmente, alguns jogadores precisavam marcar um pouco mais, mas o que se destacou foi o coletivo – lembrou Pedrinho.
O ex-jogador, que marcou 47 gols pelo Vasco, falou ainda sobre a relação com o clube que o revelou. Um dos jogos mais marcantes foi acontece às vésperas do Domingo de Páscoa no ano de 2000, com um chocolate vascaíno sobre o Flamengo: o 5 a 1 garantiu conquista da Taça Guanabara.
– Eu passei por momentos difíceis na minha carreira. Era um Vasco x Flamengo, eu fui fazer o intervalo do jogo pela Globo, e a torcida do Flamengo me xingou de tudo que era nome e foi o estímulo que faltava. Eu estava muito pra baixo, me recuperei e nesse jogo fiz embaixadinha, gol de pênalti, pedi silêncio. Foi marcante porque virou bandeirão, virou cântico. Eu só quero agradecer, realmente não esperava uma homenagem assim. Muito obrigado – afirmou Pedrinho, e completou:
– Meu lado afetivo me atrapalhava um pouco dentro de campo, porque eu ficava nervoso, ansioso. Eu vivia o que o torcedor vivia. Eu não aceitava perder um jogo. O Vasco pra mim é isso, responsabilidade com o torcedor. Eu não tenho outro interesse que não seja a alegria do torcedor. Por ser vascaíno, fazer gol contra o Flamengo fica marcado na história. Pra mim foi assim com o 5 a 1.
Fonte: Globo Esporte