OVNI visto no jogo entre Operário-MS e Vasco em 1982 ainda assombra testemunhas

Após 40 anos, OVNI visto na parida entre Operário-MS e Vasco da Gama ainda assombra quem estava no Estádio Morenão.

Estádio Pedro Pedrossian foi palco de Operário-MS x Vasco
Estádio Pedro Pedrossian foi palco de Operário-MS x Vasco (Foto: Divulgação/FFMS)

O mistério continua a pairar em uma história do Campeonato Brasileiro. Na noite de 6 de março de 1982, Operário-MS e Vasco se enfrentavam pela segunda fase da competição quando um estranho objeto cruzou o céu do Estádio Morenão e se tornou maior avistamento coletivo de um OVNI na história da ufologia. A poucos dias deste episódio completar 40 anos, o jogo (que a equipe sul-mato-grossense venceu por 2 a 0 diante de mais de 24 mil pagantes) ainda deixa recordações de uma noite em órbita diferente, cujo impacto mudou até destinos.

‘O objeto ficou parado em cima de mim, emitindo luzes’

Escalado como titular da lateral direita do Operário naquele confronto no Estádio Pedro Pedrossian (o Morenão), o promissor Cocada até hoje se surpreende ao descrever o que viu.

– Aquilo foi muito estranho. Primeiro, parou um feixe com luzes em cima da marquise do estádio. Aos poucos, ele foi sobrevoando o gramado, passando bem forte e parou mais ou menos no meio de campo. O objeto parou em cima de mim e ficou emitindo luzes. Depois, num piscar de olhos, tudo apagou – detalhou ao LANCE!.

O ex-jogador contou como foi o desafio de defender o Galo no confronto com o Cruz-Maltino e as orientações passadas por Carlos Castilho. O ex-goleiro do Fluminense voltava ao Mato Grosso do Sul cinco anos após ter levado os operarianos à semifinal do Brasileiro de 1977.

– O Lotti não podia jogar contra o Vasco. O Castilho avisou que eu iria jogar no sábado. Eu tinha 21 anos, era muito veloz, corajoso… Com isto, o Castilho foi me orientando, dizendo qual era o momento ideal para subir para o ataque… Minha atuação naquele jogo foi muito marcante, fui muito bem. Devo meu crescimento no futebol ao Castilho. Tanto que logo depois tive o privilégio de fazer parte do Flamengo de Zico. Depois ainda viriam o título no Vasco, a passagem no Fluminense… Tenho um orgulho muito grande por isso – declarou o atleta que iniciou a jogada do segundo gol operariano.

‘Era uma luz muito forte atravessando o campo’

O espanto também cerca os jogadores do Vasco que estavam no Estádio Morenão naquela noite. Zagueiro da equipe comandada por Antônio Lopes, Rondinelli recordou.

– O jogo estava acontecendo e, de repente, a gente viu uma luz muito forte atravessando o campo. Lembro que foi no momento em que o saudoso Dudu (volante que se destacou no título carioca de 1982 do clube) e eu estávamos atentos para evitar que viesse uma jogada – disse.

Chamado de “Deus da Força” durante seu período como defensor na Colina, Rondinelli ponderou.

– Por mais que o aeroporto fosse próximo ao estádio, como é o caso do Morenão, aquilo não era um avião. Tinham sido luzes muito fortes e, do nada, tudo se esvaiu e virou um breu. Foi muito estranho – completou.

Árbitro também atento aos sinais

Árbitro da partida, José de Assis Aragão não esconde como foi desafiador lidar com aquela situação que veio dos ares no primeiro tempo.

– Coincidiu de ser em um momento de paralisação da partida, sabe? Assim que iam cobrar uma falta, alguém olhou para cima. Depois, todos que estavam por perto começaram a ver também. Aí a gente nota aquela luz enorme lá em cima – e acrescentou:

– O clarão estava no meio de campo, pendendo um pouco para a esquerda. Todo mundo ficou apreensivo na hora. Depois que se dissipou, a gente deu continuidade à partida – finalizou.

O espanto de uma cidade

Em seu início de trabalho como repórter do “Correio do Estado” e da Rádio Cultura, Paulo Nonato de Souza observou a trajetória do OVNI, que surgiu quando o Operário já havia aberto o placar, com gol de Jones. Nonato contou que inicialmente fez conjecturas.

– Eu estava atrás do gol quando tudo aconteceu. Como o Morenão fica ao lado da FAB, havia uma tradição de paraquedistas se apresentarem antes dos jogos, principalmente os com casa cheia. Os aviões sobrevoavam o estádio e militares saltavam de paraquedas. O pessoal se acostumou, fazia parte de um espetáculo que acontecia nos jogos à tarde. Só que não fazia o menor sentido acontecer numa noite de sábado e no meio de uma partida – constatou.

O jornalista revelou que a personalidade de Castilho fez com que ele descartasse de vez a hipótese.

– O Castilho era muito respeitado, mandava e desmandava aqui. Para ter uma ideia, ele não admitia que ninguém de fora pisasse no gramado depois do Operário entrar em campo. Eu até pensei de início: “mas será que o Castilho autorizou isso?” – e contou:

– De repente, aquele objeto para na marquise do estádio bem silenciosamente. Aí, vem para o centro do campo. O Cocada e o Aragão ficam olhando para cima. Depois de alguns instantes, a luz girou, fez movimentos e saiu do estádio. Foi muito rápido, questão de um minuto – completou.

Nonato lembrou como foi o desafio de pôr no papel a situação.

– Eu era jovem e fui escalado para cobrir o jogo. Confesso que fiquei inseguro de relatar que tinha visto aquele clarão no céu. Podiam achar bobagem. Ainda bem que no “Correio do Estado” já tinham feito (o autor do texto da capa foi Ordonês Etcheverría). Mas sou testemunha. Não era uma coisa desse mundo, não havia tecnologia daquele nível – declarou.

Os pontos de vista diferentes

O dia 6 de março de 1982 se tornou um marco em Campo Grande. Desfalque do Operário na partida devido a uma lesão, o zagueiro Amarildo teve outro enfoque do objeto.

– Eu ia assistir à partida da arquibancada. O jogo estava rolando e eu estava a caminho do estádio quando senti que alguma coisa passou por cima de mim. Olhei e era rastro de fogo que vinha muito forte e ia em direção ao estádio. Foi muito rápido. Depois que cheguei lá ao Morenão, fui para o lugar onde eu ia pegar o ingresso para assistir à partida bem preocupado – disse.

Em seguida, o hoje comentarista falou sobre o burburinho que ecoou entre a torcida do Galo.

– Foi um tumulto. Tinha gente assustada demais e ninguém sabiam o que era. Alguns diziam que era avião, outros estavam surpresos porque aquilo parecia muito perto do campo… – afirmou.

Outra figura ilustre no estado estava entre as pessoas que assistiam à partida. Futuro dirigente da Federação de Futebol do Estado do Mato Grosso do Sul (FFMS), Marquinhos Tavares foi um dos que se espantaram diante daquele objeto que sobrevoou o estádio.

– Estávamos assistindo ao jogo. De repente, brilhou uma luz e ela se deslocou em uma velocidade surpreendente. Parecia um avião supersônico, fez até o jogo paralisar. E, do nada, a luz some… – e em seguida, ele recordou as reações na arquibancada:

– Todo muito ficou atônito. Alguém falava que era um disco voador. Outros acreditavam que era um teste num avião da FAB. Só que era difícil pensar nisso. Não teria condições de um avião se deslocar daquela forma e com tanta luz daquele jeito – complementou.

Um dos torcedores que estavam na arquibancada do Morenão em 6 de março de 1982, o professor Ascânio Bottini dá a dimensão daquele episódio ocorrido entre Operário-MS e Vasco.

– Muitas vezes me perguntam: “ué, mas todo mundo de Campo Grande estava lá neste jogo?”. Acho que um quinto ou um sexto da população estava lá. O futebol aqui era uma febre… O Operário no final da década de 1970 até meados de 1980 tinha um time muito forte, então a cidade girava em torno do time. Depois, gestões ruins do clube e da Federação foram afundando o futebol local. Em meio a isto, o Morenão estava cheio, o jogo rolando e, de repente, vem aquele zum-zum-zum… – e relatou:

– O cara do seu lado estava olhando para cima, o outro estava olhando e também apontando e aí o estádio momentaneamente parou para ver o objeto. Quando todos perceberam a chegada, ele já estava parado. Não sabíamos se era um objeto voador ou se era um ser. Não dava para identificar. Era como se fossem quatro cilindros com quatro luzes muito fortes nas duas extremidades, duas em cima e duas mais abaixo. A gente imagina que algo ligasse aqueles dois cilindros, mas não dava para ver. Também não dá para ver a altura, mas eram visíveis as luzes muito fortes paradas. Durante alguns segundos aquele objeto ficou ali. E, de repente, numa velocidade, os cilindros subiram e desapareceram sem nenhum ruído. Só se ouvia o rumor da torcida depois da estranha aparição – completou.

Bottini enfatizou sobre o episódio no Morenão.

– Quando perguntam que se eu acredito no episódio de vida extraterrestre eu digo “como é que não vou acreditar numa coisa que eu vi?”. Quem estava ali, todos recordam frequentemente o episódio. O negócio foi assombroso – disse.

O avistamento coletivo no confronto entre Operário e Vasco causou uma mudança de rota na vida de Ademar José Gevaerd.

– Morava em Maringá (interior do Paraná), onde era professor de química, e me mudei com minha esposa para Campo Grande para pesquisar esse caso mais a fundo. O que é surpreendente é que praticamente toda a cidade viu passar o UFO (objeto voador não identificado). Era um sábado à noite, quente. As pessoas tinham saído, estavam em botecos, nas ruas… Cruzou de Norte a Sul da cidade – detalhou.

Em seu período morando na capital sul-mato-grossense, Ademar José Gevaerd lançou a revista UFO, completamente voltada para o tema. Alguns cálculos do “Caso Morenão” também foram revistos.

– Dava aula de Química Orgânica em cursinho e muitos alunos diziam que tinham testemunhado o fenômeno. Tive que me adaptar muito a andar em busca dos depoimentos sobre o assunto – recordou.

O ufólogo ressaltou que também ouviu depoimentos de pessoas que estavam ou no estádio ou em uma região na qual o OVNI passou.

– Conversei com jogadores, com o árbitro da partida, funcionários do estádio e também fui em busca de outras provas substanciais, como jornais. Também falei com a torre de controle do aeroporto e quem estava naquele sábado disse que não houve voos. Trata-se de um fenômeno – assegurou.

Gevaerd lamenta não haver registros do OVNI no “Caso Morenão”.

– O jogo foi transmitido, mas as câmeras pesavam 100 quilos na época. Era muito difícil girar o equipamento e mostrar algo que aconteceu em cerca de um minuto. Além disto, estava bem longe de existirem celulares – disse

Aos seus olhos, houve algo incomum sobrevoando o campo do Morenão.

– Foi uma revoada de OVNIs, vista desde o sul do Mato Grosso até o oeste do Rio Grande do Sul. Ainda há relatos em áreas de países como Paraguai e Bolívia. Houve um avistamento de múltiplos objetos aliada a uma quantidade descomunal de testemunhas, não só em Campo Grande – ressaltou.

O editor da revista UFO explicou porque o objeto apareceu em uma partida de futebol.

– Há episódios de OVNIs em estádios de futebol, de beisebol, de rugby, pois são locais com aglomerações de pessoas. Estas inteligências se interessam em saber o que nós, da Terra, estamos fazendo. Acontece inclusive em guerras. Não pode ser coincidência que, no Estádio Morenão, mais de 24 mil pessoas tenham avistado o mesmo fenômeno – frisou.

Iluminado, Operário bateu o Vasco na partida

Disputada pelo Grupo I da Terceira Fase, a partida terminou com a vitória dos donos da casa por 2 a 0. Coube a Jones acender o ânimo da torcida no Estádio Morenão. No primeiro, ele chutou de longe e encobriu Mazaropi. Em seguida, o atacante aproveitou cruzamento e cabeceou para a rede.

Aquela geração até hoje é lembrada por quem atuava no Operário.

– A gente tinha o Garcia, Pastoril… O Arturzinho era um camisa 10 que tinha categoria, chutava muito bem. O Jones tinha vindo do Sul e era um artilheiro nato – relembrou Cocada.

Rondinelli também resgatou algumas lembranças de seus colegas no Cruz-Maltino.

– O Ivan era um grande parceiro de zaga. A gente tinha o Roberto Dinamite, o Wilsinho, Rosemiro, o Pedrinho, que era da Seleção, Renato Sá, Cláudio Adão… – lembrou-se.

Ao garantirem os dois pontos, os operarianos se aproximaram da classificação para a fase seguinte e entusiasmaram a torcida.

– Sempre brinco que naquela hora a gente ficou indeciso entre qual máquina olhar. O Operário que tinha um timaço ou a que estava em cima das nossas cabeças – disse em tom irreverente o professor Ascânio Bottini.

Ambas as equipes continuaram acesas na segunda fase do Brasileiro de 1982. Vasco e Operário obtiveram as duas primeiras colocações do Grupo I, deixando para trás America e Internacional de Santa Maria (RS).

Só que o brilho se apagou nas oitavas de final. Os vascaínos foram eliminados pelo Grêmio, enquanto os operarianos se despediram da competição ao se frustrarem diante do Guarani. De qualquer forma, os olhares para o dia 6 de março de 1982 continuam presentes.

Fonte: Lance!

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1 comentário
  • Responder

    Não era Ovni não, era o time ridículo do Vasco que fazia os torcedores terem alucinações, aliás continua muito alucinógeno até hoje, muito mais kkkkkkkk

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