As últimas movimentações e próximos passos para a aprovação da SAF no Vasco

Veja as últimas movimentações e os próximos passos do Vasco da Gama para aprovar o projeto de Sociedade Anônima do Futebol.

Jorge Salgado com dirigentes da 777 Partners
Jorge Salgado com Josh Wander e Juan Arciniegas, diretores da 777 Partners (Foto: Divulgação)

O Vasco deu mais um passo para viver uma nova era no departamento de futebol. Na última quinta-feira, o Conselho Deliberativo do clube aprovou a contratação de um empréstimo-ponte de R$ 70 milhões junto à 777 Partners, grupo que acertou a compra da SAF (Sociedade Anônima do Futebol) cruz-maltina. Mas o processo ainda não acabou. Confira os próximos passos.

O montante será depositado pelo grupo estadunidense nos próximos dias, e será utilizado para pagamento de despesas emergenciais. Vale ressaltar que é bastante provável que o benemérito Roberto Monteiro entre na Justiça pedindo a anulação da reunião do Deliberativo.

A partir daí, o Conselho Deliberativo ainda deverá aprovar a constituição da SAF-Vasco. Isso porque o modelo adotado pelo clube de São Januário para desmembrar o futebol da associação já existente prevê uma empresa considerada pré-operacional, com capital 100% vinculado ao Cruz-Maltino.

Tal empresa, a SAF-Vasco, passaria a existir somente a partir de uma proposta. Proposta essa que já existe, a da 777 Partners. Então o Deliberativo deverá votar a migração de formato e, por fim, uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) vai referendar ou não a mudança.

Uma outra AGE poderá acontecer para votar a proposta da empresa estadunidense. Mas o rito exato ainda será estabelecido.

A SAF até aqui

No último dezembro, estudos foram iniciados e em 31 de janeiro houve uma reunião entre a diretoria administrativa e os presidentes dos Conselhos Deliberativo e de Beneméritos. O relatório apresentava opções para o futuro do clube. Ali foi tornada pública a proposta de divisão em duas etapas para a migração à SAF.

A primeira, que está em finalização, é a conclusão do estatuto para a SAF que propõe a criação da empresa pré-operacional com pequeno capital social e 100% de participação do clube. Em seguida, aí sim, a discussão sobre quais ativos vinculados ao futebol seriam aportados pelo clube na SAF para a capitalização.

Diante disso, o Cruz-Maltino pretende constituir uma empresa e transferir a ela ativos e direitos relativos ao futebol. De acordo com a proposta apresentada na última segunda-feira, ela seria controlada e administrada pela 777 Partners, que investiria R$ 700 milhões na SAF e seria responsável pelo pagamento integral das dívidas do clube.

O empréstimo aprovado pelo Deliberativo na última quinta-feira é vinculante à operação junto à 777 Partners. Ou seja, na prática, funciona como um adiantamento. Caso o sócio rejeite a oferta dos estadunidenses, o Vasco deverá pagar a dívida contraída de R$ 70 milhões.

Razões para a SAF

Mas por que o mandato de Jorge Salgado pretende migrar parte do clube – a associação sem fins lucrativos – para Sociedade Anônima do Futebol (SAF)? A atual diretoria entende que, dado o tamanho da dívida e da necessidade de investimento no Cruz-Maltino, a captação de recursos para operações se torna mais viável no segundo formato. O novo modelo, que atraiu os olhos do mercado aos clubes brasileiros, foi aprovado no Congresso Nacional no meio do ano passado.

Paralelamente, a diretoria escutou propostas e definiu que a da 777 Partners era a mais vantajosa. Agora, será levada aos poderes do clube para as definições. De todo modo, uma nova AGE se fará necessária. Sim, é provável que o sócio participe duas vezes neste processo. Quem avalizará ou não tais operações será o sócio.

Sócio-estatutário x Sócio-torcedor

​Em uma eventual venda da SAF para um investidor, o sócio estatutário deverá permanecer como um associado do clube. Este Vasco, na prática desvinculado da gestão do futebol, seguirá ligado às sedes e demais modalidades – poderá, inclusive, ter outras. Já os valores pagos pelo sócio-torcedor deverão estar diretamente vinculados à SAF. Tal qual as cobranças por resultados no futebol.

No caso da venda, o objeto de pressão externa tende a mudar por completo uma vez que o clube (representado por seus dirigentes) deixará de ter a palavra final. Apenas deverão compor o conselho de administração da SAF, com o número de assentos proporcionais ao percentual da participação societária. O conselho de administração da SAF é que será responsável pelas diretrizes e contratações dos profissionais que irão trabalhar na SAF.

Fonte: Lance!

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