Jornalista argentino analisa momento do Defensa y Justicia
Repórter que cobre o Defensa y Justicia avaliou o momento vivido pelo time argentino que encara o Vasco da Gama nesta quinta-feira (26).
O Vasco vai encarar um clube em ascensão e com um time com estilo de jogo bem definido, nesta quinta-feira, às 21h30, pela Copa Sul-Americana. O Defensa y Justicia, adversário das oitavas de final pela ocmpetição sul-americana, não é dos mais tradicionais do futebol argentino. Mas tem lutado para firmar seu espaço nacionalmente e no continente.
Desde que subiu pela primeira vez para a primeira divisão do futebol argentino, em 2014, o Defensa já foi vice-campeão da Superliga Argentina em 2018/19, disputou a Copa Sul-Americana quatro vezes e, em 2020, disputou pela primeira vez na sua história a Copa Libertadores. Foi justamente por ter sido eliminado na fase de grupos da principal competição continental – o time verde e amarelo ficou em 3º lugar do Grupo G, atrás do Santos e do Delfin (EQU) -, que o Defensa foi para a Sul-Americana.
E o clube argentino tem feito tudo isso com um estilo de jogo sólido e consolidado como parte da identidade do clube. Com um jogo ofensivo, propositivo, iniciado desde a saída de bola do setor defensivo, e de posse de bola, o Defensa tenta manter este estilo mesmo com as trocas de treinadores e jogadores ao longo dos anos. Este foi um dos motivos da escolha pelo atual técnico Hernán Crespo.
O JOGO DO DEFENSA
O Esporte News Mundo conversou com o jornalista Dino Villalba, do site/rádio “Defensa Pasión”, especializado na cobertura do dia a dia do clube argentino, para entender como é o estilo de jogo do adversário do Vasco nesta oitavas de final de Copa Sul-Americana. Para ele, o jogo Defensa é parecido com o que ele define como o que representa o “futebol brasileiro”: ofensivo e de toque de bola.
– O Defensa é um equipe muito brasileira, não só agora. Passaram técnicos muito bons aqui. Os técnicos se vão e o time continua jogando igual, sempre tem o mesmo estilo. Está no clube. Isso é muito difícil, é uma ideia própria. O jogador que vem, o técnico que vem, tem essa ideia. É a ideia própria – afirmou Dino Villaba, antes de completar sobre o atual time de Crespo:
– Gosta de ter a bola e atacar, atacar e atacar. Se defende com a bola. Sempre com a bola. Os times do Defensa sempre tem a tendência a ter a bola. Vai ser isso. Jogar rápido, ter a bola. E sempre sai jogando de trás. O goleiro nunca dá “chutão”. Sempre joga com os zagueiros, os laterais e os volantes.
O jornalista também analisou os pontos fracos do time do Defensa y Justica. Para ele, a recomposição do meio na fase defensiva é falha e, por isso, muitas vezes deixam os zagueiros no “mano a mano” contra os atacantes adversários.
– Defensa não marca. Ataca, ataca, ataca, e não marca. O meio-campo é muito “solto”. É uma critica que se faz muito ao time. Você pode colocar os dois ou três melhores defensores do mundo, os adversário vão chegar igual porque o meio-campo não marca. A defesa é boa. Mas chegam “mano a mano”. O meio não contém – afirmou Villalba.
– O time joga com linha de três na defesa, mas falta funcionamento. Vai sofrer gol. O meio não marca. Gostam de atacar, mas não voltam. Tem essa defasagem, deixam o defensor no mano a mano – completou o jornalista.
O MOMENTO DO TIME
Este desequilíbrio do time – acentuado pela recente perda de jogadores importantes negociados com outros clubes por necessidade econômica do Defensa – e os problemas defensivos podem ser vistos nas competições disputadas pelo Defensa. Na Libertadores, o time argentino teve duas vitórias e quatro derrotas em seis jogos. Na Sul-Americana, se classificou para as oitavas com uma vitória e um empate com o Spotivo Luqueño, do Paraguai. Já no atual Campeonato Argentino, o time ainda não venceu. Foram dois empates e duas derrotas, com sete gols sofridos.
A sequência ruim, com apenas uma vitória em oito jogos, já começou a gerar críticas ao trabalho de Crespo. Mas, para Dino Villalba, outros fatores também atrapalharam o trabalho do técnico.
– Há que analisar todo o contexto. Ficaram parados sete meses. Perderam quatro jogadores que eram muito importantes. É um clube pequeno, não somos Boca, River, Flamengo ou Grêmio. A economia é ruim, não tem como competir com outros clubes e segurar os jogadores.
Na derrota por 2 a 0 para o Colón, no último sábado, o Defensa poupou muitos dos jogadores considerados titulares. Para a partida contra o Vasco, no entanto, deve ter o time praticamente completo, com destaque para o meia uruguaio Fernando Camacho, e os atacantes Pizzini e Braian Romero.
A escalação do Defensa y Justicia do técnico Hernán Crespo deve ser: Usain; Paredes, Frías, Martínez; Ciro Rius, Loaiza, Nelson Acevedo e Marcelo Benítez; Pizzini, Camacho e Braian Romero.
Fonte: Esportes News Mundo