Rodrigo Coutinho aprova chegada de Zé Ricardo, mas alerta para extracampo do Vasco

Jornalista avalia o histórico de Zé Ricardo e destaca como os problemas políticos e financeiros do Vasco da Gama podem atrapalhar o treinador.

Zé Ricardo em atividade pelo Vasco em 2018
Zé Ricardo em atividade pelo Vasco em 2018 (Foto: Paulo Fernandes/Vasco.com.br)

Depois de um 2021 extremamente decepcionante, o Vasco iniciou o planejamento para a próxima temporada. Entre as medidas já adotadas, está a chegada de Zé Ricardo para comandar a equipe. É o retorno de um treinador que tem bons trabalhos na curta carreira, mas momentos de queda brusca também. Voltar para a Série A, porém, não passa só por isso.

É preciso que o Vasco se profissionalize! Por mais dura que possa parecer a frase anterior, é a realidade. E analisando detalhes do 2021 do clube, isso é nítido. O time não era desorganizado taticamente ou fraco tecnicamente para a disputa da Série B em maio deste ano. Dizer isso é revisionismo ou falta de entendimento do cenário que levou ao desempenho sofrível na competição.

Para a o nível da Segunda Divisão, o Gigante da Colina tinha sim um elenco entre os melhores, e Marcelo Cabo não fazia um trabalho ruim até o término do Estadual. Então qual foi o motivo da decepção? Em primeiro lugar o ambiente repleto de interferências externas e a péssima estrutura para manter um desempenho ao menos mediano. Isso influenciou demais até mesmo no comportamento dos jogadores.

Não foram poucos os momentos de apatia, desconcentração e nervosismo excessivo por parte dos atletas com todos os treinadores que passaram pelo Vasco em 2021. As limitações administrativas, financeiras e estruturais precisam ser minimizadas com uma gestão competente. Isso começa no presidente do clube e passa pelos membros da diretoria, até chegar ao staff técnico. Não é segredo que o Cruzmaltino não teve nem sombra desta realidade. Não havia unidade de pensamento e coordenação nas ações.

O cenário fez com que diversos atletas rendessem menos do que poderiam. Perderam desempenho pela ausência de um acompanhamento mais profissional nas diversas disciplinas responsáveis por isso. Se desmotivaram com facilidade e a confiança foi para a ”estaca zero”. Mesmo com bons inícios, Marcelo Cabo e Fernando Diniz tiveram seus trabalhos totalmente minados com o passar dos jogos e semanas. Não há profissional que sustente.

Longe de dizer que não houve erros por parte dos treinadores e que os jogadores não possuem parcela de culpa no desastroso 2021, mas sim que as limitações individuais se tornam mais decisivas, principalmente quando não há a estrutura mínima para que o trabalho se sustente em meio às oscilações que todos os clubes passam no conturbado calendário.

Novo treinador

Zé Ricardo iniciou bem suas passagens pelos profissionais de Flamengo, Vasco e Botafogo. Sabe organizar uma equipe. Tem um perfil tático bem parecido ao de Marcelo Cabo, por exemplo. Monta quase sempre um 4-2-3-1 como plataforma e tem predileção que suas equipes trabalhem com a bola, instaladas no campo de ataque. Possui ótimo histórico de formação de jogadores. Costuma ter boa relação com os elencos que dirige.

Usa sempre um volante mais fixo e outro com mais liberdade para infiltrar na área rival. Solta os laterais em amplitude no campo de ataque e promove a flutuação dos pontas para o meio, visando gerar superioridade no setor e mais linhas de passe para controlar o jogo. Defensivamente suas equipes oscilam mais. Mesmo tendo bons momentos de postura reativa no Vasco e no Botafogo, não é esta a sua principal característica.

O ponto fraco dele foi lidar com os problemas táticos e técnicos que surgiram e fazer algumas mexidas profundas quando a oscilação foi mais forte nos três grandes cariocas. Acabou sucumbindo depois de alguns meses de trabalho. Recentemente não teve boas passagens nos curtos trabalhos feitos no Fortaleza, Internacional e no futebol do Catar.

Apesar disso, é um profissional capacitado para conduzir o Vasco em 2021, como alguns que passaram recentemente por lá também eram, mas o clube precisa mudar. O que acontece dentro do campo é muitas vezes reflexo das limitações impostas pelo dia a dia. Nem sempre se supera esse cenário.

Fonte: Uol

1 comentário
  • Responder

    Que o Vasco tem problemas estruturais, e o égua ele, que o clube vive turbulência política não e novidade ( enquanto não resolver essa situação) vamos caminhar cada vez mais pro fundo do poço.) Não existe salvador. Agora, essa Diretoria errou demais e continua errando. Contratar Zé Ricardo e um tiro no pé. E só olhar os trabalhos dele não deu certo em clube nenhum. Vai dar no Vasco. Claro que não.

Comente

Veja também
Serginho em treino do Vasco
Vasco pretende negociar jogadores sem espaço no elenco

A diretoria do Vasco da Gama pretende negociar pelo menos três jogadores sem espaço no elenco para a próxima temporada.

Adson comemorando gol contra o Internacional
Veja como estão as recuperações dos lesionados no Vasco

O Vasco da Gama terá o período sem jogos para recuperar alguns jogadores lesionados para a próxima temporada.

Paulo Henrique celebra gol contra o Botafogo
Paulo Henrique faz balanço da temporada pelo Vasco e projeta 2025

Titular do Vasco da Gama na reta final da temporada de 2024, Paulo Henrique faz balanço sobre o ano e projeta 2025.

Paulo Pezzolano em treino do Cruzeiro
Vasco abre negociação com Paulo Pezzolano, ex-técnico do Cruzeiro

O Vasco da Gama segue de olho no mercado em busca de um novo comandante para 2025 e abre negociações com Paulo Pezzolano, ex-Cruzeiro.

Coutinho em lance de gol contra o Atlético-MG
Philippe Coutinho sofre desvalorização de mercado em 2024; veja ranking

Philippe Coutinho, do Vasco da Gama, está na lista dos jogadores que mais desvalorizaram na temporada de 2024.