Caíram e subiram: o que Botafogo, Coritiba e Goiás fizeram de diferente do Vasco

Diferente do Vasco da Gama, Botafogo, Coritiba e Goiás, que foram rebaixados em 2020, conseguiram o acesso à Série A em 2021.

Caio Lopes e Castan durante jogo contra o Remo
Caio Lopes e Castan durante jogo contra o Remo

Em meio à pandemia, os clubes tiveram pouco tempo para planejarem seus elencos. Com isso, Vasco, Botafogo, Coritiba e Goiás, rebaixados na última temporada, conviveram de maneiras diferentes com a realidade da segunda divisão. Diante de uma competição bem disputada, apenas o Cruz-Maltino não conseguiu o acesso e fez uma campanha que frustrou a torcida, sem entrar no G4 em uma rodada sequer.

Ao longo do ano, o Vasco cometeu uma sucessão de erros, que culminaram no pior ano de sua história. Foram três treinadores diferentes (Marcelo Cabo, Lisca e Fernando Diniz), mas os mesmos problemas desde a estreia no Estadual. A equipe tem a terceira pior defesa, que sofreu com muitos problemas nas jogadas aérea, saídas de bola e contra-ataques.

Outro ponto importante para compreender o fraco desempenho vascaíno são os erros na montagem do elenco. Em campo, o time jamais passou confiança para a torcida de que teria condições de voltar à elite do futebol brasileiro e isso se confirmou com quatro rodadas de antecedência.

O LANCE! entrevistou os setoristas de Botafogo, Coritiba e Goiás, para compreender os problemas e soluções para as campanhas. E comparar, desta forma, com o que o Vasco apresentou ao longo do ano.

O Botafogo começou mal a Série B, mas conseguiu dar a volta por cima e conquistou o título no último domingo. Tem o melhor ataque da competição e divide a melhor defesa com o Goiás. O setorista do clube no LANCE!, Sérgio Santana, falou sobre os pontos positivos e negativos da vitoriosa campanha do Glorioso na competição.

Sobe

– O que deu certo para o Botafogo foi reconhecer que as coisas estavam dando errado na metade da temporada. Eliminações precoces na Copa do Brasil e Campeonato Carioca, Marcelo Chamusca pressionado e torcida enfurecida. A diretoria reconheceu que o caminho seria negativo e mudou. Enderson chegou, claro. Mas mais importante foram os reforços: praticamente todo mundo que foi contratado pós-Estadual foi importante para o acesso. Chay, Oyama, Diego Gonçalves, Barreto, Carlinhos… todos com uma “pequena fatia” do bolo. O Botafogo reconheceu erros e não subestimou a dificuldade da Série B – analisou.

Desce

– Até pelas dificuldades financeiras do clube, o Botafogo fez contratos curtíssimos com muitos desses jogadores que se destacaram na temporada. Não há garantia de que uma base vai ficar para 2022 e isso inclui Navarro, artilheiro da equipe na temporada, por exemplo. As próximas semanas no que tange o fora de campo devem ser importantes – destacou.

O Coritiba, por sua vez, fez uma campanha sólida sob a batuta do paraguaio Gustavo Morínigo. Os paranaenses só estiveram fora do G4 em quatro rodadas, têm o quarto melhor ataque e quarta melhor defesa do campeonato. O setorista do clube na Rádio Band B, Daniel Piva, analisou a temporada do Coxa.

Sobe

– O Coritiba passou por um verdadeiro teste de convicção no início da temporada, quando foi eliminado ainda na primeira fase do Campeonato Paranaense, a pior campanha dos últimos 30 anos. O fracasso no Estadual foi friamente analisado e o clube manteve o elenco e o técnico Gustavo Morínigo, apesar da insatisfação dos torcedores. Com a chegada do experiente zagueiro Henrique, o time ganhou corpo e alguns atletas cresceram de rendimento (Robinho, Waguininho e Igor Paixão) e a equipe embalou, com os gols de Léo Gamalho na frente e a liderança do capitão Willian Farías no meio – ressaltou.

Desce

– O time não teve, no Campeonato Brasileiro, grandes percalços. O maior deles foi nos bastidores, com a questão financeira (chegou a atrasar salário em alguns momentos) e teve a perda do presidente por Covid-19 em junho – pontuou o setorista.

O Goiás começou mal o ano, mas conseguiu se encontrar na competição ao reforçar seu elenco. O Esmeraldino só esteve fora do grupo dos cinco primeiros em três rodadas. Atualmente, tem o quinto melhor ataque e divide o melhor ataque com o Botafogo. O setorista Charlie Pereira, do Sistema Sagres, fez um resumo sobre a campanha dos goianos.

Sobe

O Goiás caiu para a Série B e teve uma troca na administração. Assumiu o clube: Paulo Rogério Pinheiro, filho do Haile Pinheiro, grande nome da história do clube, que é presidente do Conselho. A partir das eliminações Goiano e Copa do Brasil), o Goiás viu que tinha que ir ao mercado. Contratou cerca de 18 jogadores, muitos antes do Brasileiro, depois vieram outros jogadores… O clube contratou o artilheiro do Carioca e o do Paulista. O Alef Manga foi o que deu certo. Mezenga perdeu a posição e foi contratado o Nicolas – recordou.

– O clube começou a temporada com a dupla de técnicos que foi rebaixada: Augusto César e Glauber Ramos. Como o time foi muito mal no Estadual, o Augusto foi demitido e só ficou o Glauber. Depois chegou o Pintado na reta final do Goiano, depois foi demitido, veio o Marcelo Cabo, que também foi demitido, e o Glauber Ramos voltou a assumir. Ambos foram demitidos com o Goiás no G4, mas eram trabalhos que a diretoria não sentia firmeza – analisou.

Desce

– O time teve que reduzir muito o quadro de funcionários devido à sua realidade financeira. O Goiás era um clube muito inchado. Uma estrutura administrativa muito grande Tudo isso passou por um enxugamento grande, muitos funcionários foram demitidos, teve que reduzir folha de pagamento e outras despesas. Conseguiu pagar os salários em dia, teve uma boa premiação, com a folha de pagamento em R$ 1 milhão e 300 mil em média. Agora é saber o que vai acontecer, quem vai deixar esse elenco e que treinador irá chegar – projetou Charlie.

Fonte: Lancenet

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