Aldir Blanc, que morreu hoje, nunca escondeu seu amor pelo Vasco
O compositor e escritor Aldir Blanc, que faleceu nesta segunda-feira, nunca escondeu seu amor pelo Vasco da Gama.
Aldir Blanc, que faleceu nesta segunda-feira, aos 73 anos, apesar de avesso a eventos em sua homenagem, nunca foi tímido ao declarar o seu amor pelo clube de coração: o Vasco da Gama.
Nascido no Rio de Janeiro em 2 de setembro de 1946, o compositor e escritor contou que se tornou um vascaíno apaixonado graças ao título carioca de 1956. E lembrou a conquista marcante em versos.
– Naquele tarde chuvosa no Maracanã, o goleiro do Bangu bobeou. Vavá marcou;
Na arquibancada molhada, o negro e o português, por antecipação, tinham em mãos o caneco de 56;
Daquela tarde aos 10 não me esquecerei: fui para a Rua dos Artistas, me gripei, caí de cama;
Doído, com 40 graus, escolhido dentro do pijama, contraí esse doença: ser Vasco da Gama!
Em 1974, esteve no Maracanã para ver de perto a vitória sobre o Cruzeiro por 2 a 1, que garantiu o primeiro título de campeão brasileiro ao time de São Januário. Quinze anos depois, em 89, viu pela TV a conquista sobre o São Paulo no Morumbi. A distância não foi suficiente para reduzir a sua emoção.
– Foi a primeira vez que minhas filhas se envolveram de verdade com o Vasco. Por isso, não me esqueço daquele dia – contou em entrevista, lembrando que Isabel, então com 7 anos, e Mariana, 14, assistiram ao jogo uniformizadas ao lado do pai.
Como escritor, deixou entre seus muitos livros um em que o tema era o seu time: “Vasco, a cruz do bacalhau”, em que contava momentos marcantes da história centenária do clube carioca.
Em suas crônicas, publicadas em jornais como “‘O Globo”, “Jornal do Brasil”, “O Dia” e “O Estado de São Paulo”, o Vasco era um tema presente. Como no texto em que abordava as eleições para a presidência do clube em 2006. Na época, declarou apoio ao candidato de oposição Roberto Dinamite. E não poupou críticas à administração de Eurico Miranda. A quem chamava de “Eu-Rico”.
– No Vasco, quase tudo é possível. A não ser, é claro, eleições limpas.
Apesar de algumas decepções, o autor de “O bêbado e a equilibrista” e “Resposta ao tempo” nunca deixou de declarar o amor pelo clube do coração. Um amor que jamais se apagaria para ele.
– A cada grande vitória renasce o menino que agita o pendão cruzmaltino. Esse é o segredo que existe em qualquer vascaíno.
Veja o vídeo.
Blog Memória E.C