Evander diz não ter mágoas, mas admite tristeza por saída do Vasco

O meia Evander diz que não guarda mágoa de ninguém do Vasco, mas admitiu tristeza pela forma que saiu do Clube de coração.

Evander realiza o sonho de todo jogador, ainda que não da maneira que esperava. O garoto de 20 anos teve sua venda para o Midtjyland, da Dinamarca, confirmada pelo Vasco, cruzou de vez o Atlântico rumo ao futebol europeu, mas deixou para trás uma despedida amarga. Criticado pela torcida, garante não ter mágoas de ninguém. Porém, ficou com a sensação de que poderia ter feito mais pelo clube do coração.

A negociação, concretizada na última quinta-feira, rendeu ao Cruz-Maltino R$ 8,5 milhões, usados no pagamento de atrasados — o Vasco ainda permaneceu com 14% dos direitos econômicos do jogador. Para Evander, ela significou o fim de uma relação que começou quando ainda tinha 10 anos.

Sua passagem pelo profissional começou cedo, com 17 anos, em 2016, cheia de expectativas. Ano passado, tentava vingar, mas, em maio, apareceu em uma foto polêmica ao lado de Paulão, Erazo, Fabrício, entre outros. Três meses depois, foi emprestado ao Midtjyland:

– Fico triste pela forma como saí, quis sempre dar o meu melhor. Não sabemos o dia de amanhã, quem sabe em um futuro próximo possa voltar e fazer tudo que não fiz pelo vasco. Sou vascaíno, é claro que gostaria de voltar.

Na Dinamarca, conseguiu um recomeço e logo encantou os dirigentes por lá, que correram para fazer a compra dos direitos antes mesmo de o empréstimo terminar. Distante de casa, com tempo de sobra para pensar, estabeleceu metas. A principal, em relação ao seu estilo de jogo.

– Coloquei na minha cabeça que tenho que jogar o tempo inteiro em intensidade alta, até porque aqui não há tempo para pensar. Eu tive que mudar para marcar como eles, tive de me adaptar ao estilo de jogo daqui, já que nunca fui muito de marcação — explicou Evander.

Confira a entrevista completa:

Como recebeu essa notícia da transferência definitiva para o Midtjyland?

Fico feliz. Agradeço a Deus a oportunidade. Foi difícil sair como saí do Vasco, do Brasil. Estou feliz no clube que abriu as portas para mim, que me acolheu. Quero fazer de tudo para dar o retorno que eles esperam.

A adaptação foi difícil?

Tem o frio, mas eu acostumei rapidamente, tem de ser assim. Não há espaço para ficar pensando muito. Quanto à língua, ela é difícil, mas eles falam o inglês como segunda língua, quase todos falam. O pessoal me recebeu muito bem, me acolheu de verdade.

Como é a vida em Herning?

É uma cidade tranquila, zero violência, bem tranquila. A cidade é pequena, as coisas fecham cedo, fica distante do centro, mas é super tranquilo. Moro a dez minutos do centro de treinamento, é bem perto. São três horas de carro até Copenhagen.

Com essa mudança, qual é seu projeto de carreira?

É uma nova história que conheça para mim, é um dos maiores clubes da Dinamarca, estamos brigando pelo título, temos chances de ir para a Liga dos Campeões, para a Liga Europa. independentemente do que acontecer depois, não vejo como uma vitrine. É um clube grande, que está fazendo sua história. Quero jogar a Liga dos Campeões por esse time, o que vai ser depois, só Deus sabe.

O que encontrou no futebol dinamarquês?

Eu me surpreendi porque é um país que tem técnica e também muita força física. Nos primeiros jogos, já vi que não seria fácil. Muitos pensam que vai ser moleza, mas vi que não é fácil. Na parte tática, são bem inteligentes também.

Depois de tanto tempo de Vasco, como foi se ver fora do clube?

Chega a ser estranho, um dia você está lá, agora não vai estar mais. Vi a reta final do ano passado, estou acompanhando tudo, o Vasco tem um grupo muito bom, fizemos ótimas contratações. Acho que vai dar tudo certo esse ano. Eles não merecem passar por aquilo que passaram no Brasileiro.

Como você avalia sua passagem pelo profissional?

Tive oportunidades, aproveitei algumas, outras nem tanto, Teve outros momentos em que estava bem e poderia ter tido mais oportunidades e não tive. Fiz o que tinha de fazer e eles fizeram comigo o que era para ser feito. Deus quis que fosse dessa maneira. Não tenho rancor de ninguém, diretoria, técnicos, sou gratos a todos eles. Não sabemos o dia de amanhã. Quem sabe eu volte e consiga escrever uma história melhor.

Extra Online

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