Entrevista coletiva de Zé Ricardo após o jogo contra a Ponte Preta

O técnico Zé Ricardo comentou a pressão sofrida nas últimas semanas e destacou a importância da vitória contra a Ponte Preta.

Zé Ricardo orientando o time contra a Ponte Preta
Zé Ricardo orientando o time contra a Ponte Preta (Foto: Daniel Ramalho/CRVG)

O Vasco enfim venceu na Série B. Na noite desta quarta-feira, o time de Zé Ricardo superou a Ponte Preta por 1 a 0, pela quarta rodada, em São Januário, e respira após três empates seguidos. Mais aliviado, o treinador comentou as cobranças das últimas semanas e disse confiar no elenco para conseguir o retorno à Série A ao fim da temporada.

– Aprendi a ter com o Vasco algo mais do que relação profissional. Foi o primeiro clube grande que eu vesti a camisa ainda no futebol de salão. Depois, me deu oportunidade em um momento em que poucos teriam a coragem de dar. Tenho muita gratidão ao clube. Trabalho todo dia muito mais por um contrato assinado. A gente sente essa pressão, sente a necessidade que o torcedor tem. Tenho muita confiança no nosso elenco e muito orgulho de comandar esses atletas. Queremos, jogo após jogo, caminhar junto com a torcida – disse o treinador, que completou:

– O Vasco fica muito forte com essa sinergia. Estou todo dia no CT e tenho certeza que temos uma equipe maravilhosa e um presidente empenhado em fazer o melhor. Hoje, nós não temos Carlos Germanos, Pedrinhos, Edmundos, Romários, mas temos um grupo que honra o Vasco da Gama. Temos uma base forte e uma torcida que está ao nosso lado. O dia que eu não conseguir tirar o máximo dos jogadores, que eu não ajudar mais o Vasco, que eu não puder contribuir, ninguém precisa me dizer o que eu preciso fazer. Eu entendo que ainda tem muita coisa pela frente.

Os três empates nas três primeiras rodadas incomodaram dentro e fora do clube. A pressão pela saída do treinador aumentou nos últimos dias, mas Zé Ricardo tem respaldo do presidente Jorge Salgado. O jogo desta quarta era considerado crucial para a continuidade do trabalho.

Pressionado, o treinador optou por muitas mudanças na escalação nesta noite. Funcionou, especialmente pelo bom primeiro tempo do time, que abriu o placar com Raniel e segurou o resultado até o último minuto. Mesmo assim, Zé Ricardo está ciente que é preciso mais.

Aos poucos, vamos achando soluções. Um resultado não quer dizer nada. Se não formos bem em Tombos, as cobranças vão voltar. Os adversários são duros, se preparam muito bem. Temos que trabalhar, como estamos trabalhando desde o início.

O Vasco volta a campo no próximo domingo, às 18h, contra o Tombense, em Muriaé, pela quinta rodada da Série B. O time viaja na sexta-feira para Minas Gerais.

Outras declarações de Zé Ricardo

Importância da vitória

– Vitória muito importante, a Série B é um campeonato extremamente disputado. Era importante pontuarmos cheio em São Januário, fazermos nosso papel e dar essa vitória para a torcida, que fez uma festa muito bonita. Assim que a gente espera encontrar o torcedor, apoiando, vibrando, pressionando o adversário, porque vamos encontrar isso fora também. Estão todos de parabéns.

Raniel

– Quando a gente acerta, está tudo bem. Quando a gente erra, também é o pai. Raniel foi um dos muitos atletas que a gente entrou em contato. Tentamos o máximo possível montar um elenco forte, mas dentro da realidade. O Raniel foi um jogador que, na primeira ligação, tive certeza de que tinha que ser jogador do Vasco. Ele falou: “Professor, só quero uma oportunidade”. Está tendo e aproveitando, por tudo o que a vida ensinou para ele. Tomara que se mantenha. Além de um atleta que tenta fazer tudo o que a gente pede, é de grupo.

Pressão e escolhas certas

– Experiência a gente não compra na farmácia, a vida dá. No último mês e meio, pelo menos cinco instituições sofreram situações como a que a gente teve. Pedi equilíbrio aos jogadores no dia a dia. No futebol, existem momentos ruins e bons. A cobrança tem que existir, mas de maneira correta. No campo, na arquibancada, torcida exigindo resultado.

Chance aos jovens

– A gente chega ao Vasco e vê os meninos muito assustados com tudo o que aconteceu no ano passado. E pensamos na melhor forma de preparar esses garotos. Outro baque poderia inibir de fazer o que eles fazem de melhor. A gente trouxe atletas que pudessem agregar no aspecto técnico e também nesse outro lado. O Edimar, por exemplo, é um cara que dá uma experiência incrível para o Riquelme, que está sendo preparado. Tem ótimos recursos, mas ainda é imaturo. O Andrey fez a Copa São Paulo, não quis trazer para a pré-temporada porque é importante para a formação do atleta. Vai dar muito retorno ao Vasco, tem cabeça boa, muita qualidade. Hoje, começou travado, mas ganhou confiança. Temos potencial para evoluir nesse grupo.

Andrey Santos

– O Andrey tem um potencial muito grande, parte da história do Vasco na base. Tem uma visão muito além do setor onde a bola está. Faz uma leitura muito clara de posicionamento, tem atributos técnicos. Tem que pegar o timing do profissional. Vamos com cuidado. Hoje, pela situação dos primeiros jogos, precisávamos vencer e corremos o risco. Ainda perdemos dois jogadores no aquecimento. Falo para estarmos todos os dias preparados, e foi isso.

Palácios

– O Palácios, desde a Unión Española eu vejo jogar. Veio para o Internacional, jogou de centroavante, teve uma queda. Está tentando recuperar o espaço. É tímido, fala pouco, estamos tentando trazer para o grupo. Ele estava preparado para entrar 10 minutos, no máximo, porque estava há muito tempo sem jogar. O Nenê cansou, o Wallisson estava jogando forte no meio, e conversamos com ele. Está disposto a jogar em outras posições, mas entrou onde ele se sente bem.

Torcida do Vasco

– A torcida do Vasco, quando empurra, há um sentimento muito legal dos jogadores. Falaram lá no Estadual como é diferente quando a torcida empurra. Quem frequenta São Januário tem muitos exemplos disso. Eles ajudaram a equipe, empurraram o time. As cobranças devem existir, a pressão é inevitável em clube grande. Todos somos Vasco e queremos o mesmo objetivo. Futebol é paixão, que muitas vezes não segura a ação. A gente tenta controlar o que a gente pode.

Fonte: Globo Esporte

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