Confira a entrevista coletiva de Doriva após vitória diante do Bangu
O técnico Doriva elogiou os momentos de pressão impostos pela equipe diante do Bangu, com só um volante e três armadores.
Com bom público em São Januário – mais de 13 mil pessoas -, torcida empolgada com a vitória no clássico e a apresentação de Falcão antes da partida, o Vasco começou como um rolo compressor para cima do Bangu. Foram, pelo menos, cinco chances criadas, sem que o adversário conseguisse ficar com a bola. Mas faltou um “mero” detalhe: o gol. Os gols acabaram saindo à moda antiga nesse novo time do Vasco. Mais uma vez, dois gols de bola parada, um no primeiro tempo com Rodrigo, outro com Luan. Os 2 a 0 deixaram o técnico satisfeito, mas não deixaram o técnico líder provisório do Carioca “totalmente contente”.
Afinal, se a agressividade que Doriva pedia antes da partida funcionou, os gols não saíram nas jogadas criadas. O atacante Gilberto, por exemplo, desperdiçou ao menos três chances claras de gol. O técnico vascaíno lembrou ser impossível manter um ritmo forte durante os 90 minutos, mas elogiou os momentos de pressão impostos pela equipe, com só um volante e três armadores.
– Estou satisfeito, mas tem que sempre melhorar, não estamos totalmente contentes. Em pouco tempo conseguimos uma pressão alta, o que falei que queria antes, marcar no campo deles, recuperar a bola e estar perto do gol. Conseguimos fazer isso, humanamente impossível fazer isso 90 minutos, conseguimos, criamos chances, mas no primeiro tempo poderíamos ter feito outros, poderíamos fazer mais.
Para o confronto do meio da semana contra o Rio Branco, na homônima capital do Acre, o técnico disse que vai conversar com a comissão técnica e o departamento médico para ver quem pode ser poupado. Mas o objetivo é claro: eliminar o jogo de volta na Copa do Brasil, competição que o treinador definiu como “muito importante”. O treinador minimizou as críticas dos torcedores a Marcinho e disse que pode variar ainda de esquema de acordo com a necessidade da partida e, claro, do adversário que vai encontrar pela frente.
Confira abaixo a íntegra da coletiva de imprensa do treinador do Vasco:
Mudanças durante o jogo
Tivemos uma entrega inicial importante, mas senti que depois estávamos perdendo terreno. O Bernardo estava cansado e alteramos voltando à formação com a qual enfrentamos o Fluminense. O Lucas entrou e passamos o Julio para o lado direito, com o Yago do lado esquerdo. A equipe me agradou no todo e as substituições foram boas. O Yago entrou bem, ele tem aproveitado as oportunidades que recebe. O Jhon Cley também e o Lucas deu a consistência que queria ali no meio.
Possíveis jogadores poupados na Copa do Brasil
A gente tem que ter sabedoria, conversar com outros setores do departamento de futebol para ver que jogadores estão mais desgastados e fazer essa troca mantendo a qualidade, a competitividade. A Copa do Brasil é muito importante, uma competição que a gente valoriza muito.
Vaias a Marcinho
Gostei da partida dele. Marcinho é um grande jogador e a torcida tem que ter calma. Errar faz parte do jogo, ele é produtivo, vem jogando bem e vai continuar nos ajudando. É um jogador que sabe assimilar bem essas coisas. Tenho certeza que isso não vai alterá-lo em nada.
Falcão e “casa cheia”
Primeiro quero dar as boas vindas ao Falcão, um grande jogador que vai representar muito bem a camisa do Vasco. A torcida dessa maneira que foi hoje cria uma atmosfera favorável assim com a casa cheia. Ela impulsiona o time. Queríamos que fosse sempre assim. Isso é o futebol e a gente fica muito feliz de fazer parte desse espetáculo. Foi lindo. A torcida compareceu, cantou o tempo todo e o resultado foi a cereja do bolo dessa festa.
Zaga: bem na defesa e no ataque
Eles fizeram quatro gols já. Acho que é uma dupla que casou bem. Os dois têm boa estatura, são atletas competitivos e esse entrosamento já vem desde a Série B que disputaram juntos. Estão fazendo grande trabalho, mas claro que, sem dúvida, estão bem protegidos no esquema e na maneira com que a gente entende e cobra que a equipe se porte. Isso acaba beneficiando o setor defensivo. A entrega tem que haver desde o ataque para deixar o sistema forte.
Jogo contra o Bonsucesso
A gente respeita todos nossos adversários. Não tem jogo fácil se não tiver respeito e se não formos competitivos. Se não der tudo de si podemos sofrer. Se cair nessa armadilha de achar que o jogo é fácil… Aconteceu com a gente contra o Barra Mansa e disse que aquele jogo era divisor de águas. Tem que trabalhar duro para se impor. Marcar na frente e fazer as coisas acontecerem.
Procura da regularidade
Sabemos que as equipes alternam bons e maus momentos, às vezes jogos também. Temos que tentar equilibrar isso, fazer com que a equipe repita bons jogos mais vezes. Claro que vai haver momento que vamos cair, nesses momentos temos que fazer troca, para procurar equilíbrio.
Desgaste de viagem ao Acre
Se acontecer de eliminar o jogo de volta seria fantástico, mas cada jogo tem uma circunstância. Já combinamos de sentar com o departamento médico, com a área científica e olhar caso a caso para ver quem vamos utilizar. Há jogadores que precisam de descanso e vamos aproveitar outros atletas para demonstrar o trabalho deles.
Dagoberto e ansiedade de Gilberto
Ainda não falei com o jogador. Mas vamos estudar a melhor maneira de utilizá-lo. O Gilberto é um atacante nato, que briga em todas as bolas, tem muita presença de área. Ele vai nos ajudar muito. Além disso é muito competitivo, não se entrega nunca. Hoje em dia tem que ter esse espírito. Esses atletas que conseguem se entregar dessa maneira saem na frente dos outros
Variação de esquema
O importante é que a equipe tem dado respaldo independentemente da maneira que escolhemos para jogar. Pela ausência do Guiñazu preferimos utilizar o esquema assim. Foi bom e vamos avaliando caso a caso, jogo a jogo. Quando entendermos que precisamos ser mais ofensivos, vamos de uma maneira. Quando entendermos que a gente tem que se proteger mais, vamos escalar de outra.
Globo Esporte