Vice de marketing fala sobre patrocínio e revela planos para o Vasco

O vice de marketing do Vasco, Bruno Maia, diz que trabalhará para melhorar a imagem do Clube que sofreu com destruição.

Bruno Maia faz questão de se dizer apolítico dentro de um Vasco altamente politizado, o que não deixa de ser um ato de coragem. Aos 35 anos, o vice-presidente de marketing aposta na melhoria da imagem do clube para trazer o torcedor e os investidores para mais perto de São Januário. Sem citar nominalmente Eurico Miranda, bem próximo de Alexandre Campello nesse começo de gestão, ele lamenta um suposto enfraquecimento da reputação vascaína junto ao público.

– O Vasco vem de um processo de destruição de sua imagem – afirma. – Meu trabalho passa por reorganizar o que é Vasco, os nossos valores. Temos a história mais bonita do futebol brasileiro. Não sei se vou conseguir, depois das duas últimas décadas de imagem negativa, mas vou trabalhar para isso.

Ele foi o último a se juntar à diretoria da gestão Campello e não deixa de ser um corpo estranho entre os atuais dirigentes, formados em boa parte por militantes de longa data na política do clube. Sua nomeação ficou para o final muito porque o presidente reservou para o marketing uma escolha mais técnica do que política. Isso reforça a importância da pasta em tempos de dificuldade para gerar novas receitas e de desconfiança de parte dos torcedores, insatisfeitos com o resultado da eleição de janeiro.

Busca de patrocínio

Sócio de uma agência de publicidade, realizador do show que reuniu artistas vascaínos em 2011, cuja receita serviu para reformar o Colégio Vasco da Gama, Bruno Maia ainda está tateando o novo terreno. Criou um plano emergencial de 60 dias para mapear as necessidades mais urgentes de marketing. Contratou Carlos Costa para ser seu diretor e estuda os últimos contratos assinados pela gestão anterior: com a Diadora e com a Lasa.

– A Diadora assumiu compromisso muito difícil, com prazo curto para fazer o material. Aos trancos e barrancos, estamos progredindo. Ainda não temos previsão de quando teremos um novo uniforme, para o time e para o torcedor, nas lojas – admite Maia, para em seguida lamentar o vazio deixado pela Lasa no campo reservado para o patrocínio máster da camisa. – Aquele espaço desocupado é ruim para a imagem do Vasco. Precisamos resolver isso.

Na terça-feira, o prazo para o pagamento da primeira parcela do patrocínio expirou. A diretoria deve acionar a Justiça para rescindir unilateralmente o contrato com a empresa do ramo farmacêutico e, assim, ir ao mercado atrás de alternativas. Bruno Maia garante que já há conversas em andamento com empresas interessadas em expor sua marca em outros espaços no uniforme – a Kodillar e uma empresa mineira negociam com a diretoria.

Inspiração na primeira gestão Dinamite

Outro desafio que ele tem pela frente é fazer com que o plano de sócio-torcedor do Vasco se torne realmente rentável para o clube. Maia revelou que o cruzmaltino teve um ligeiro aumento no número de associados desde dezembro, quando o desenrolar da eleição para presidente já sinalizava a saída de Eurico Miranda. Para o vice-presidente de marketing, é justamente o fim da era do dirigente no poder que poderá alavancar a marca.

– Eu digo por mim mesmo. A minha relação estatutária com o Vasco mudou quando a outra pessoa estava lá – reconhece o dirigente. – O torcedor se recusava a viabilizar a situação passada. Isso é um ponto. Além disso, perdemos 50% dos sócios quando o time ficou sem o mando de campo, naquela confusão contra o Flamengo. Não voltamos mais ao patamar que tínhamos antes daquele jogo. No fim das contas, o grande motivador do sócio-torcedor é o acesso mais barato às partidas.

Bruno Maia se espelha no trabalho feito pelo marketing na primeira gestão de Roberto Dinamite quando o assunto é licenciamento, e usa a franquia de lojas Gigante da Colina como exemplo. E pretende investir pesado para que o Vasco seja capaz de produzir conteúdo próprio de qualidade em seus canais de relacionamento com o torcedor – especialmente a Vasco TV e as redes sociais:

– O mundo mudou, nenhuma exposição é maior do que digital. Precisamos priorizar isso. Além disso, o patrocinador não pode ser um mero expositor. Precisa ser parceiro.

Extra Online

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