Veja as opções do Vasco por novas receitas para melhorar crise financeira
O Vasco da Gama passa por problemas financeiros e diretoria busca opções de novas receitas para melhorar a situação.
A blindagem do elenco do Vasco em relação aos problemas financeiros do clube manteve-se intacta por meses, mas agora parece mais frágil. É fevereiro e desde a reapresentação do grupo para 2020 duas reuniões com a diretoria para externalizar o descontentamento com o atraso dos salários aconteceram. A primeira, com Alexandre Campello, no início dos trabalhos. A segunda, na última quinta-feira, com André Mazzuco.
A pressão aumenta agora no departamento de futebol, mas outros setores do clube já protestam há mais tempo, com ameaças de greve e curtas paralizações, tanto por parte de funcionários de São Januário quanto do colégio que o clube tem na Colina. A diretoria estuda o cenário atrás de alternativas para conseguir amenizar o passivo.
Há duas fontes de receita a curto prazo já mapeadas. O recebimento das premiações referentes aos avanços na Copa do Brasil e na Sul-Americana – ambas somam R$ 2,9 milhões – é uma delas. A liberação de R$ 5 milhões da Caixa, ainda referentes ao antigo patrocínio do banco, via ação do Sindeclubes, é outra. Neste caso, a estatal conseguiu recurso na Justiça revertendo decisão que a obrigava a fazer o depósito. O departamento jurídico do clube segue em cima do caso, atuando ao lado do Sindicato de Empregados de Clubes do Estado do Rio.
A ordem em São Januário é trabalhar pela geração de novas fontes de renda. O que surgiu, em termos de patrocínio, já foi antecipado. O dinheiro referente à ampliação do relacionamento com o Banco BMG já caiu na conta do clube de São Januário – um adiantamento cerca de R$ 5 milhões. O pagamento de atrasados na última quinta-feira aconteceu graças a outro adiantamento, o da Havan, algo em torno de R$ 4 milhões.
Uma opção é a busca por novo empréstimo no mercado, algo que o clube tenta evitar, inicialmente. Além disso, a obtenção de crédito é difícil para os vascaínos. Um dos principais parceiros da gestão Alexandre Campello, como credor e avalista, o empresário Carlos Leite fechou a torneira. De acordo com fontes na Colina, a possibidade de o clube pode ter uma nova diretoria a partir de 2021 gera cenário de incertezas.
Desafios para novo vice de finanças
O novo vice-presidente de finanças do Vasco terá como principal tarefa ajudar a conduzir esse barco em mares tão revoltos. Carlos Leão é o grande favorito para a missão. Em meio à crise financeira que o cruz-maltino atravessa, ele foi convidado pelo presidente Alexandre Campello para substituir João Marcos Amorim.
A resposta oficial ao presidente Alexandre Campello ainda não saiu, mas internamente o “sim” é considerado certo. As restrições do presidente para fazer a escolha são grandes – sua base aliada está cada vez menor e é preciso que o vice de finanças faça parte do Conselho Deliberativo. Antônio Peralta foi a primeira tentativa, que acabou frustrada. Leão está quase obrigado a ajudar Campello nessa.
Sua ideia é conciliar a vice-presidência com o trabalho à frente do projeto de construção do centro de treinamento. Com fluxo de caixa independente do que acontece na Colina, o CT segue o cronograma para sair do papel e fazer parte da concretização de um sonho antigo do clube é o desejo de Leão.
Ele deve ser oficializado por Alexandre Campello no cargo depois do carnaval e não será a única novidade. O presidente deve anunciar também o novo vice-presidente de marketing do clube. O nome, por enquanto, é mantido em sigilo.
O Globo Online