Veja o desempenho do Vasco no Engenhão volta a receber clássicos
Apesar de não vestir a faixa de campeão no estádio, o Vasco tem uma roupagem melhor no confronto direto com os grandes.
O Engenhão já era um estádio no aumentativo, mas terá pela primeira vez um clássico sob o nome de um grande craque. Quando entrarem em campo no domingo, Fluminense e Vasco serão responsáveis pelo batismo do agora Estádio Nílton Santos. Mesmo que não testemunhe um espetáculo à altura daquele conhecido como a Enciclopédia do futebol, a torcida espera ao menos ver a criação de mais um memorável verbete de um campo que, apesar der ser considerado “novo” no Campeonato Carioca, tem muita história para contar.
Ao voltar ao estádio no qual fez parte do último clássico disputado antes da interdição devido ao problema na cobertura, o Vasco terá a chance de fechar um ciclo. Em março de 2013, o time de São Januário perdeu o jogo e a final da Taça Guanabara para o Botafogo quando precisava apenas do empate para ser campeão. Quase dois anos depois, a expectativa é por iniciar uma trajetória distinta no único clube que ainda não pôde soltar o grito de campeão no Engenhão, que teve 17.444 ingressos postos à venda.
Mas antes de perder a final, o Vasco havia vencido o último clássico com o Fluminense em partida emocionante no Engenhão: 3 a 2. Na semifinal da Taça Guanabara, aconteceram duas viradas. O Vasco abriu o placar, mas deixou o Fluminense passar a frente. Mas Dakson e e Dedé garantiram a vitória e a classificação no final.
CAMPO NEUTRO?
Enquanto discutem em qual lado ficar no Maracanã, Fluminense e Vasco teriam pela frente um campo neutro, não fosse o Fluminense o maior vencedor do Engenhão. Campeão nacional, em 2010, e carioca, em 2012, o tricolor sofreu a primeira derrota do estádio, para o Botafogo, na inauguração em 2007. Desde então, em campeonatos cariocas, contando somente os clássicos no Estadual e vitórias no tempo normal, o time de Fred venceu apenas três vezes os maiores rivais. E perdeu três clássicos, além daquela partida inaugural.
Apesar de não vestir a faixa de campeão no estádio, o Vasco tem uma roupagem melhor no confronto direto com os grandes. Venceu seis vezes, a mesma quantidade que o Flamengo, mas perdeu seis vezes, enquanto o Flamengo, apenas três. Coube ao Vasco aplicar a maior goleada no Engenhão em clássicos, e justamente sobre os donos da casa: 6 a 0 no Botafogo, em 2009.
Além de ter perdido aquela final para o Botafogo no clássico derradeiro, o Vasco viu o Fluminense comemorar o título de campeão da Taça Guanabara de 2012 ao perder para o tricolor por 3 a 1 na final. Naquele mesmo ano, teria a chance de revanche na finalíssima estadual, mas sofreu nova derrota de 3 a 1 para o Botafogo na decisão da Taça Rio e ficou pelo caminho.
O Fluminense seguiu adiante e conquistou o título em duas incontestáveis partidas contra o Botafogo. Na primeira, 4 a 1. Na segunda, 1 a 0 e o título carioca.
Em 2011, com o Maracanã já fechado, o Engenhão recebeu a final da Taça Rio entre Vasco e Flamengo e os rubro-negros levaram a melhor nos pênaltis. Como havia sido campeão do primeiro turno, o time da Gávea foi campeão carioca direto e invicto.
Ironia do destino, o Botafogo conquistou apenas títulos de turno em seu estádio (2012/2013). Quando foi campeão carioca, em 2010 e 2013, os títulos foram levantados no Maracanã e no Estádio Raulino de Oliveira, em Volta Redonda.
PALCO NACIONAL
Além das fronteiras estaduais, o Engenhão fez parte de partidas importantes na história recente do futebol brasileiro. Em 2012, o Fluminense recebeu no estádio a taça de campeão brasileiro após a partida com o Cruzeiro, que servia apenas para cumprir tabela. Já em 2010, o Fluminense foi campeão brasileiro após 24 anos ao derrotar o Guarani no estádio por 1 a 0, gol de Emerson.
Ainda em 2012, o tricolor venceu o Flamengo por 1 a 0 no Fla-Flu do Centenário, pelo Brasileiro. O golaço de voleio foi de Fred.
O artilheiro tricolor, inclusive, briga com o ex-alvinegro Loco Abreu pelo posto de maior goleador do Engenhão. Com 39 gols, tem dois a menos que o uruguaio. Fred já é o maior artilheiro do Maracanã pós-reabertura, com 20 gols, ao lado de Hernane, do Flamengo.
Pelo lado rubro-negro, o estádio serviu para reações distintas da torcida no tratamento a dois ídolos recentes do clube. Foi no Engenhão que o sérvio Petkovic se despediu do futebol no empate em 1 a 1 com o Corinthians. Ovacionado, o craque deu um volta olímpica emocionante.
Já Ronaldinho Gaúcho foi recebido com vaias por parte da torcida em seu reencontro com as arquibancadas, em 2012. Ele estava em crise com o clube devido ao problema de falta de pagamento de parte do salário por uma empresa.
O Globo online