Vasco vive boa fase no Fut7 e se classifica invicto à fase eliminatória da Liga Nacional

Neste fim de semana comentei para o Sportv mais uma etapa da Liga Nacional de Fute7, a competição mais importante da modalidade no país. Transmitimos a última rodada do Grupo C, duelos entre Ponte Preta e Rio-São Paulo, e na sequência Vasco e Cianorte. Para que os amigos do blog se situem, 32 times iniciaram a disputa em 8 grupos de 4 times. Após três rodadas, os primeiros colocados avançam, lanternas são eliminados, segundos e terceiros disputam repescagens, sobrando no fim disso oito equipes que disputarão a partir de quartas-de-finais o título, que será decidido em novembro, em Teresina. E neste domingo, brilharam as boas equipes do Vasco e da Ponte Preta. Esta eliminou os cariocas do Rio-São Paulo, mas teve de ir à repescagem onde bateu o São Bernardo (Ponte classificada com a vitoria por 1 a 0). Já o Vasco avançou direto, com 100% de aproveitamento, vencendo o bom time do Cianorte (que foi à repescagem, mas acabou eliminado pelo Jardim (SC).

Na preliminar a Ponte começou levando um susto diante do frágil Rio-São Paulo. Paulo Netto, principal articulador do time paulista, com várias passagens por seleção brasileira, tentou recuar uma bola, mas prendeu a chuteira na grama sintética. A bola sobrou limpa para Sorriso abrir o placar para os cariocas. Mas a superioridade da Ponte era flagrante. Primeiro no aspecto físico, atletas muito mais fortes, que se impunham aos apenas ágeis jogadores do Rio-São Paulo. Segundo, na organização do jogo. Mesmo diante de um adversário que pouco exigia ou incomodava, a Ponte sempre mantinha no mínimo dois defensores próximos a seu goleiro – não necessariamente os mesmos – enquanto que o Rio-São Paulo por diversas vezes ou ficava no mano-a-mano com os atacantes rivais, ou dava espaço à Macaca para tiros de meia distância.

E essa batida foi mantida até o fim do jogo. Após o empate da Ponte Preta, com Helber, logo veio a virada com o mesmo Paulo Netto, recuperando-se do erro inicial. Sem muito esforço, o time de Campinas tratou de ampliar o placar, na esperança de conseguir a vaga às quartas sem ter de disputar a repescagem – para isso seria necessário que o Vasco perdesse o jogo de fundo para o Cianorte e aí quem tivesse melhor saldo terminaria em primeiro, e os outros dois iriam à repescagem. Mike fez dois gols, Digão outro, e o Rio-São Paulo (que disputa a primeira divisão do Carioca, mas ainda é um time com pouca estrutura e muito jovem) ainda conseguiu mais um, com Papinha, fechando a vitória categórica da Ponte Preta em 5 a 2.

O Vasco entrou em campo com o favoritismo e a responsabilidade de manter a tradição carioca na Liga Nacional. Afinal, dos oito campeonatos realizados, em seis a taça ficou no Rio de Janeiro: com o Flamengo em 2013, 2015 e 2020; com o Botafogo em 2012; com o Fluminense 2014; e com o América (sim, o Mequinha, o Diabo, o Sangue, segundo time de todo mundo no Estado) em 2019 – os outros campeões foram o Curitiba (2018, não é o Coxa, cuja grafia é Coritiba) e o atual campeão Resenha-PI (2021). O Vasco ainda não foi campeão nacional no masculino, mas em 2020 as meninas vascaínas conquistaram a Liga Nacional.

Mas a diferença técnica entre Vasco e Cianorte era bem menor do que a que separa Ponte e Rio-São Paulo. O time paranaense perdeu, foi para a repescagem e acabou eliminado, mas deixou uma imagem extremamente positiva, um jogo de imposição técnica, boa organização defensiva que, mantida a estrutura do clube no Fut7 ainda vai render bons frutos. O Vasco, que derrotara a Ponte e o Rio-São Paulo nas primeiras rodadas (ambos por 3 a 1) teve de jogar tudo o que sabe para vencer, e começou a construir sua classificação com um belo gol de Wruck – armador canhoto talentosíssimo, responsável pela construção a partir da defesa -, que avançou com a bola colada ao pé esquerdo, deu um corte seco em Vampeta e bateu de direita.

O Cianorte não mudou se jogo, continuou organizado e empatou com outro belo gola. Perassoli foi penteando a bola do meio do campo até a entrada da área, clareou para o pé direito e bater forte: 1 a 1. Mas o Vasco não estava disposto a dar chance ao azar e ampliou com dois gols do arisco Ryan (um já no segundo tempo). Ao levar o terceiro, o Cianorte arreou os pneus, rendeu-se ao cansaço e ainda levou mais um gol, de Wallace. No fim, como um prêmio a seu talento, David fez o segundo ”de honra”, fechando o placar em 4 a 2 para os vascaínos.

Não dá ainda, antes da fase eliminatória começar, para cravar que Vasco ou Ponte Preta entrarão para a lista de campeões. Afinal, há outros timaços como Flamengo, Resenha, Chapecoense, Botafogo e Portuguesa-RJ na briga. Mas da pra garantir sem nenhum medo de errar, que se os times da faixa diagonal vencerem não será surpresa nem injustiça. E dá pra dizer de olhos fechados que a cada competição que passa o fut7 brasileiro fica mais legal de ver e com um nível de excelência.

Fonte: Blog Entre as Canetas – Globo Esporte