Vasco sonha com a volta dos ídolos do passado na quadra
O vice-presidente de Quadra e Salão, Fernando Lima, pensa em trazer de volta Charles Byrd e garante que não é apenas uma jogada de marketing.
Depois de sete anos longe das quadras, o Vasco está muito perto de voltar a ter um time masculino adulto de basquete. Como ponto de partida, os dirigentes vascaínos decidiram resgatar o passado. Protagonistas dos principais títulos do clube conquistados nas décadas de 1990 e 2000, como os dois Campeonatos Brasileiros, as duas Ligas Sul-Americanas – além do vice do extinto McDonald’s Open diante do San Antonio Spurs -, Hélio Rubens, Helinho e Charles Byrd estão em pauta. Se os dois primeiros podem pintar na comissão técnica num futuro distante, o armador americano deve ser um dos três estrangeiros que o vice-presidente de Quadra e Salão, Fernando Lima, sonha em trazer para a disputa da Copa do Brasil da Região Sudeste, e, posteriormente, da Supercopa Brasil e da Liga Ouro, divisões de acesso ao NBB.
Mesmo aos 49 anos, Charles Byrd, símbolo da campanha que o Vasco lançou pelo site (http://vasco.com.br/herdeiros) para levantar R$ 185 mil para a reforma do ginásio de São Januário (até quinta-feira já haviam sido arrecadados mais de R$ 105 mil), sensibilizou Fernando Lima durante uma entrevista exibida pelo Esporte Espetacular em dezembro do ano passado. Na ocasião, o jogador disse ao repórter Cesar Augusto que sentia vontade de voltar a vestir a camisa cruzmaltina.
– Às vezes, vendo um jogo, eu falo: “Acho que dá para jogar pelo Vasco ainda, vou voltar”. Minha filha diz que já estou velho, já passei da idade, mas eu penso nisso. O Vasco era uma família. Se eu tivesse uma proposta para voltar, acho que aceitaria, arriscaria. Minha vida está mais tranquila hoje e eu poderia tentar.
Pelo visto o dirigente vascaíno levou a declaração do principal ídolo da geração comandada pelo técnico Hélio Rubens mais a sério do que a filha do ex-jogador. Em entrevista ao GloboEsporte.com, o vice-presidente de Quadra e Salão afirmou que a ideia de contratá-lo não é apenas uma jogada de marketing e que pensa sim em trazê-lo de volta, desde que o armador de 49 anos tenha condições físicas de entrar em quadra.
– Por que não? O Charles está totalmente envolvido com o projeto da reforma do ginásio de São Januário e fala diariamente com nosso departamento de marketing. Ainda não falei com ele pessoalmente, mas ele virá para a reinauguração e vamos conversar sobre essa possibilidade. Tenho que saber se ele está trabalhando, se realmente tem esse desejo de voltar a jogar e, principalmente, se tem condições físicas para isso. No momento, ele é apenas o símbolo da nossa campanha. Não posso entrar na Copa do Brasil e na Supercopa para perder e com um time qualquer. Minha ideia é trazer três estrangeiros, e um deles seria ele. Mas temos que avaliar como ele se encontra, pois caso ele não esteja numa situação razoável, o número de estrangeiros cairia para dois. Temos que analisar bem tudo isso. Por isso não quis falar nada com ele ainda, não tenho o direito de criar uma expectativa dessa nele se não for uma situação verdadeira. Mas passa pela minha cabeça. Matar bola ele mata, e talvez seja mais eficiente do que se trouxer um argentino – afirmou Fernando Lima.
Charles não é o único que poderá fazer o caminho de volta para São Januário. Líder do time que conquistou quase tudo entre os anos 90 e 2000, o técnico Hélio Rubens também está na mira. Assim como o armador Helinho, que atualmente defende Franca na sua provável última temporada como jogador, mas que voltaria ao Rio de Janeiro em outra função. No entanto, Fernando explica que isso só deverá acontecer após o Vasco voltar à elite do basquete brasileiro.
– A volta do Hélio seria uma coisa interessantíssima para o Vasco quando tivermos um projeto maior, de ICMS e com uma quantia entre 5 a 8 milhões por temporada. Não pode ser só para isso. Ele teria de vir para uma coisa maior, quando a gente tiver um calendário completo. Hoje estou engatinhando para chegar nisso. Tem duas coisas que pensei logo que assumimos, até como jogada marketing. Trazer o Hélio Rubens como técnico por um período curto, tipo um Estadual, por exemplo, e depois lançar o Helinho, que viria num primeiro momento como assistente, como técnico durante o NBB. A partir daí o Hélio assumiria uma função maior na supervisão, coordenação ou seria uma espécie de gerente. Também penso em trazer o Carlos Duro, o Carlito, que era assistente do Hélio, para coordenar a minha base. Tudo isso passa pela minha cabeça, mas primeiro tenho que criar condições técnicas para isso, que é voltar a disputar todas essas competições e solidificar financeiramente um projeto para que possamos bancar tudo isso – afirmou o dirigente.
Mas tudo isso, por enquanto, não passa de planos. A realidade vascaína ainda é crua e dura. Com apenas R$ 400 mil em caixa para correr atrás do tempo perdido e montar um time para a disputa da Copa Brasil, Fernando sabe que terá que peneirar muito.
– Tenho mais ou menos 60 dias para montar um time e hoje não tenho um jogador sequer contratado. Quarta-feira fiz o primeiro contato com um empresário para começar a procurar jogadores disponíveis no mercado. Acho que para o Vasco voltar tem que ser para disputar títulos, e no momento sabemos que não temos condições. Não posso contratar quem está jogando no NBB e na Liga Ouro, tenho que começar a peneirar e catar atletas. Quem vai dirigir a equipe na Copa Brasil e na Supercopa é o Cristiano Medeiros – destacou.
Globo Esporte