Vasco planeja ação para vencer crise financeira e voltar a disputar títulos

Vasco da Gama tenta se reinventar financeiramente para voltar a ser relevante no cenário do futebol brasileiro.

Vasco e Botafogo fazem neste domingo, às 16h, um clássico com sabor de despedida. Em 2022, provavelmente estarão em divisões diferentes e somente voltarão a se enfrentar pelo Brasileiro, com sorte, no ano seguinte. Eles seguem caminhos distintos também fora de campo, ainda que o objetivo seja o mesmo: reverter a decadência financeira que arrastou o duelo para a Série B.

Existem duas ideias fortes no Vasco, intimamente ligadas. A primeira é a de que o clube ainda é viável financeiramente, mesmo com o passivo na casa dos R$ 800 milhões em 2020. Trata-se de uma percepção decorrente da segunda ideia, a de que o cruz-maltino é popular o bastante para repetir a guinada do Flamengo, que começou a sair da crise em 2013 para, em cinco anos, voltar a brigar por títulos como favorito.

Para isso, precisaria repetir a cartilha de austeridade rubro-negra, de boas práticas de gestão, e deixar que o aumento das receitas naturalmente faça o gol. Mas o segundo ponto é um gargalo para o clube, uma vez que o retorno à elite é praticamente impossível a cinco rodadas do fim da Série B.

A diretoria projeta 2022 com esse cenário e as dificuldades provenientes dele: não terá o aumento no valor dos direitos de transmissão em comparação a este ano, principal fonte de arrecadação do clube, e ainda precisará lidar com a desmobilização da torcida, frustrada com o fracasso esportivo. O vascaíno triste rende menos com sócio-torcedor, bilheteria, produtos licenciados… Trata-se de R$ 78 milhões a menos em relação à arrecadação projetada com o acesso, algo que, ao menos publicamente, a diretoria se recusa a classificar como impossível.

— Internamente, tratamos que ainda estamos brigando para voltar para a Série A. É importante frisar isso. Mas, quando faço a visibilidade do fluxo de caixa, é sempre olhando para frente. E um dos cenários que a gente adota nessas projeções é na segunda divisão — explicou o CEO Luiz Mello.

Com o estrago prestes a ser confirmado, resta ao Vasco trabalhar para aumentar sua arrecadação sem depender tanto dos resultados esportivos. Ao longo de 2021, o clube acertou patrocínios que representaram um aumento de 85% no valor arrecadado com a exposição de marcas no uniforme em relação a 2020. Desse montante, deve retirar 20% para cumprir o que propôs às Justiças Trabalhista e Cível para quitar sua dívida e se livrar de penhoras e execuções.

Já os valores referentes a transferências de jogadores, o clube entende que a Lei da Sociedade Anônima do Futebol não deixa claro se eles precisariam entrar no repasse dos 20%. Talvez seja a brecha necessária para o Vasco conseguir cumprir o plano de pagamento e, ao mesmo tempo, arcar com suas despesas do dia a dia.

Sem objetivo de virar empresa a curto prazo — o que demandaria um consenso político que, em se tratando de Vasco, dificilmente ocorre —, o cruz-maltino se beneficia da SAF para respirar, enquanto não tem grande crescimento financeiro e caminha na velocidade de pequenos superávits. Como o de quase R$ 18 milhões em 2021, apresentado na sexta-feira e referente ao período até 30 de setembro.

Fonte: O Globo Online

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