Vasco já tem o padrão tático de Doriva, mas faltam peças para funcionar bem
Doriva vê um time compacto e veloz, mas não nega que faltam jogadores com características definidas para o sistema funcionar bem.
Eurico Miranda resgatou uma antiga receita para sanar as dívidas do Vasco: apostar em um jovem treinador, destaques da Série B e alguns veteranos para formar um time competitivo, com alguns jovens promissores.
Se não foi com Marquinhos Santos, é Doriva quem monta o Cruzmaltino no retorno a elite. Depois que “abriu o campo”, o técnico viu um time compacto e veloz, mas não nega: faltam jogadores com características definidas para o sistema funcionar bem. Pode ser Gilberto, ex-Lusa.
Sim, é cedo para tirar conclusões. Mas é possível ver a organização da equipe em Manaus, onde as derrotas devem ajudar a corrigir o time. São eles:
O 4-2-3-1 é o esquema tático definido
Tão cedo chegou, Doriva escolheu o 4-2-3-1 como sistema tático. Com ele, pretende usar a boa visão de jogo de Marcinho e o drible e vitória pessoal de Montoya e Bernardo, titulares pelas pontas. Nos treinos, o técnico testou Marlon pelo lado do meio-campo e Julio dos Santos na função de Sandro Silva.
Transição rápida: o time cede espaços e busca a velocidade
Os melhores momentos do Vasco vieram numa transição rápida. Como o frame mostra, a recuperação da bola aconteceu na metade do Vasco. O que isso significa? Que o time propositalmente cede espaço para o adversário avançar, mas aproxima as linhas e rouba a bola no campo de defesa, quando o oponente está desorganizado. Assim, os espaços são maiores para os meias chegarem.
Mas também alterna e aciona de Marcinho para criar
Em muitos momentos, o Vasco “mudava o tempo do jogo” e ia para o campo do oponente trocar passes. Aí entrava Marcinho: o novo camisa 10 foi o mais procurado para organizar e principalmente acionar laterais em velocidade. As setas vermelhas no frame mostra quantas opções o jogador tinha, e como Bernardo e Jean se movimentam para ajudá-lo.
A marcação é feita com 2 linhas muito próximas
O Vasco se fecha na defesa com duas linhas de 4. Marcinho fica livre para encostar por um lado e Rafael Silva se posiciona entre os zagueiros. Veja como há pouco espaço entre as linhas, dificultando o oponente. Além disso, dá para ver que a referência de marcação é individual: volante pega meia, lateral pega ponta e por aí vai.
Lucas ajuda, mas saída de bola é ponto a ser pensado
Guiñazu fazia, mas a entrada de Lucas melhorou a saída de bola do Vasco: o camisa 5 sempre se aproxima dos zagueiros para ajudar na organização. Mas repare que ainda há muitos espaços mortos (em vermelho), sem nenhum jogador para receber. E também em como Sandro Silva não participa dessa ação, se desligando do jogo.
E por que faltam peças? O técnico faz questão de ter uma referência que possa prender a bola esperando a entrada em diagonal dos meias, como mostrado abaixo. Doriva quer um “9” colaborativo e Gilberto, ex-Lusa, está prestes a assinar.
A pré-temporada é muito positiva. Sinal de que, se não há grandes nomes no elenco, pode ser que um bom time esteja sendo formado – claro, com paciência e muito trabalho.
Blog Painel Tático