Sidão relembra prêmio de melhor em campo no jogo Santos x Vasco

O goleiro Sidão, hoje no Figueirense, relembrou o prêmio de melhor em campo após derrota do Vasco da Gama contra o Santos.

A trajetória no futebol profissional, com passagens por Botafogo, São Paulo, Vasco e Goiás, faz de Sidão um dos nomes mais experientes do atual elenco do Figueirense. Aos 37 anos, o goleiro chegou no clube em 2020 para ser titular e é também um dos líderes do grupo. Há algumas temporadas, o goleiro também já esteve do outro lado. Em entrevista ao ‘Fora de Jogo’, do Esporte Interativo, ele revelou como era para controlar o nervosismo nos primeiros contatos com Rogério Ceni, no São Paulo.

“No começo era difícil, eu pensava no ônibus: “caramba, é o Rogério Ceni ali na frente, o Rodrigo Caio”. Vários caras que eu jogava sempre contra e agora eu estava ali. O dia a dia vai te fazendo normal, porque você mereceu estar ali com os caras. No começo batia um nervosismo, mas depois entrava nos eixos”, revelou o goleiro.

Sidão se transferiu para o São Paulo em 2017, depois uma grande temporada no Botafogo, no ano anterior. Na época, a contratação foi uma indicação de Rogério Ceni, que tinha acabado de assumir a função de treinador do clube. O goleiro reconhece que Ceni, além de ídolo, teve papel fundamentel na sua carreira.

“Sempre que eu tenho oportunidade falo com ele, ele mudou a minha história no futebol. Até 2016, foi uma coisa a minha historia, depois foi outra. Ir ao São Paulo com um convite do maior ídolo do clube teve um peso muito grande. Eu acho que consegui superar isso, fiz um bom trabalho, tive momentos bons e ruins, mas sempre agradeço ao Rogério, porque ele mudou a minha vida”, contou Sidão.

O dono da posição hoje no São Paulo é Tiago Volpi. Depois da aposentadoria de Rogério Ceni, outros nomes, além de Sidão, passaram pelo gol tricolor e alguns tiveram dificuldades para se firmar. O goleiro do Figueirense acredita que o desafio não é só lidar com a idolatria de Rogério Ceni, a conquista de títulos será fundamental para confirmar a boa fase de um goleiro no Tricolor.

“Acho que tem dois fatores: um é o de substituir um dos maiores ídolos do clube e o outro é que o São Paulo está há um tempo sem ganhar títulos. O torcedor está meio de saco cheio, qualquer coisa negativa ganha uma poporção muito grande. Acho que ganhar um título vai tirar essa sombra, não do Rogério, que vai ser para sempre um ídolo, mas vai aliviar um pouco o torcedor, essas coisas levam muito peso no São Paulo”, opinou Sidão.

Sidão

Confira os principais trechos da entrevista:

Como tem sido a sua rotina de treinos em casa? Você consegue colocar a luva e fazer alguma atividade de goleiro?

“Aqui em Santa Catarina está mais tranquilo, a minha cidade é mais de interior. Temos ficado dentro de casa, saindo só para o essencial, ir no mercado. Esses dias dei uma fugida para fazer um treino no campo, mas tomando todas as precauções para ficar dentro de casa. A rotina está um pouco difícil de manter, estou com meu filho em casa também e está dando trabalho. Tenho preferido treinar de manhã, manter a rotina, acordar, tomar café e treinar. Tenho feito trabalhos físicos para manter a forma, mas sinto falta da bola, do campo, para goleiro vai pegar mais isso, a gente treina muito com bola, mas tem dado pra treinar bem. Tem uns aplicativos legais para trabalhar, dá para fazer uns trabalhos de velocidade de reação dentro de casa.”

A Federação de Futebol de Santa Catarina quer tentar retomar o campeonato dia 16 de maio. O que foi passado para vocês?

“A princípio, voltaríamos dia 20, agora está marcado para que a gente volte dia 2 de maio. Tomara que a gente volte a treinar no grupo, de repente separar para não ter tanta aglomeração, mas para pelo menos voltar a treinar. Vamos ver o que o governo fala, tomara que dê para terminar o estadual e preparar para o Campeonato Brasileiro.”

Como foram as coversas de negociação para redução de salários?

“Acho que o acordo que nos passaram foi isso, pagariam o mês passado e esse mês entraria como férias e, se continuasse parado, reduziriam o salário para ajudar o clubes. Não vai ter o que fazer, vamos ter que aceitar pelo bem do clube, do esporte e de todos. É uma decisao a ser tomada e é necessario, não tem como.”

Como foi o começo de temporada do Figueirense? Vocês têm a vantagem contra o Fluminense, na Copa do Brasil. Como será quando voltar?

Foi muito ruim para nós essa parada, em vários aspectos. O clube está com uma campanha de retomada, a retomada alvinegra, junto com os jogadores no projeto de reerguer o Figueirense. Os resultadaos contam pra ir atrás de patrocínio. A parada prejudica o time, estávamos em uma crescente, era o time menos vazado na primeira fase do catarinense. Vencemos o Fluminense na Copa do Vrasil, ia começar as quartas de final do estadua e mais um jogo contra o Fluminense no Rio de Janeiro. A parada prejudicou muito esse embalo. mas parou para todo mundo. O Fluminense também estava bem, um dos melhores times do semestre, e precisamos voltar o quanto antes e tentar voltar bem.

Como foi esse seu começo de temporada no Figueirense e como está lidando com essa posição de mais experiente do elenco?

Estava sendo maravilhoso, até o momento. Eu aceitei a proposta por conta disso, tem tudo a ver comigo, retomar, ocupar meu espaço novamente no cenário nacional. É o que o Figueirense deseja também, está focado, fez ótima campanha no primeiro turno do estadual. Abracei a causa por todos do clube, tem jogadopres que estiveram aqui e retornaram por conta disso, e todo mundo na mesma intenção de reerguer o Figueirense. Estou aproveitando o espaço para me reerguer pessoalmente também”.

Você acha que sua trajetória no Goiás foi prejudicada pela forma como usaram aquele sua entrevista, citando sua saída do São Paulo?

Sem dúvida, atrapalhou muito. Na entrevista eu estava falando do passado, do que aconteceu em dezembro, e a entrevista era isso, que minha escolha era correta, que eu estava feliz lá. Colocaram só um trecho e pegou mal com a torcida, aquilo me atrapalhou demais no Góias. Podia ter feito um grande Brasileiro e a história podia ter sido diferente.”

O que você aprendeu com aquela situação no Vasco, quando foi eleito craque do jogo contra o Santos, depois de sofrer três gols?

“Eu fiquei bem surpreso pelo que aconteceu. Na entrega do prêmio, eu pouco me importei porque o que mais interessava era o momento do jogo. Ali perdemos mais um jogo, ali a preocupação era essa. Não dei atenção ao que aconteceu no momento. Mas, estava passando para todo o Brasil, até pra fora do país, vi a repercussão e fiquei surpreso com a empatia de todos. Todo mundo se doeu, acho que as pessoas que tentaram fazer isso não, mas poderia ser com qualquer um. Julio César falou comigo, ele muitas vezes só é lembrado pelo 7 a 1 e tomou as dores como todos os goleiros. Fizemos aquele vídeo para que respeitem a nossa posição, que muitas vezes é ingrata. Se você pegar bem 90 minutos, mas tomar um gol no final, vai tudo para sua conta. Acho que é preciso um pouco mais de respeito com a profissão.”

Quem mais te procurou naquela época da polêmica no Vasco?

Recebi mensagens de caras que considero ídolos, todo mundo estava assistindo e teve empatia. Marcão mandou mensagem, é um ídolo nacional. O Rogério Ceni me ligou, conversamos, já era mais de 3h da manhã. Receber essas mensagens, desses caras, me deixou muito feliz Deus me abençoou muito, de uma coisa tão ruim me mostrar coisas tão boas.”

Como foi substituir outr ídolo no Botafogo, quando chegou para a vaga do Jefferson, lesionado?

“Foi muito parecido, quase igual. O Jefferson é um dos maiores ídolos do Botafogo, pegou seleção na Série B com o Botafogo, realmente é idolo. O cara que substitui não pode ficar pensando nisso, se não pega uma carga desnecessária, é automático. Mas fui bem lá no Botafogo.”

Qual foi o melhor momento da sua carreira?

“Eu acho que para mim foi bem especial, no Audax, depois o convite do Botafogo, substituir o Jefferson, pegar um time cotado como rebaixado e ir para a Libertadores. Foi um ano especial, em 2017 comecei com tudo no São Paulo. Na Florida Cup, tive uma lesão nas costas e fiquei cinco meses sem jogar, o São Paulo em uma situação difícil, mas deu trudo certo. Acho que 2016, no Audax, no Botafogo, e o começo de 2017, foram os melhores momentos para mim.”

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