Salgado cita pandemia e política ao explicar insucesso no aporte de R$ 70 milhões

A entrevista coletiva concedida pela diretoria do Vasco da Gama, na manha desta sexta-feira (20), em São Januário, deu o que falar. Entre os assuntos abordados, o aporte de R$ 70 milhões, citado por Jorge Salgado na campanha de 2020, teve um grande destaque.

Foi uma promessa do mandatário vascaíno captar no mercado uma quantia com a capacidade de ‘atacar’ as dívidas a curto prazo do Gigante, as mesmas que podem inviabilizar o funcionamento do Clube. Preguntado sobre a não captação desse, o presidente citou a pandemia e a instabilidade política como problemáticas.

– Tem dois momentos aí. O momento da campanha e o pós-posse. Durante a campanha, estava começando a pandemia praticamente, e a gente sem saber quando terminaria. Mas com a perspectiva de que terminaria ao longo do ano passado, mas ela perdura até hoje – disse Jorge Salgado, que continuou:

– Aqueles recursos que a gente tinha como meta captar a gente teve dificuldade. Pela pandemia, mas também pela instabilidade política do Vasco. Afora isso, quando a gente assume, a dívida do Vasco era de R$ 850 milhões. Na campanha, era de R$ 650 milhões. Não é fácil convencer um investidor a colocar os recursos nessa situação.

Dívida inesperada

Jorge Salgado se referiu às dívidas trabalhistas que apareceram no último mês da gestão de Alexandre Campello, de uma origem ainda desconhecida. Segundo ele, não havia nenhum indício de que tal quantia entraria e que o cenário muda tanto com a dívida maior, quanto com a arrecadação menor, consequência da queda à Série B.

– A gente recebeu o impacto da notícia ruim praticamente quando assumiu. O passivo trabalhista só entrou no último mês da gestão do Campello. Não havia nenhuma indicação dos nossos membros e da oposição de que isso pudesse acontecer – afirmou o presidente, que concluiu:

– Tanto que é que estamos apurando esse passivo que entrou no final do ano e alterou totalmente a forma de captação. Uma coisa é você captar com R$ 250 milhões de receita e R$ 600 milhões de passivo. Outra é captar com R$ 100 milhões de receita e R$ 830 milhões de passivo.

Bloqueio

Como se não bastasse as sérias limitações financeiras, a Justiça decidiu, por conta de dívidas trabalhistas, o bloqueio de R$ 93,5 milhões dos recursos do Vasco, uma consequência pela saída do Ato Trabalhista. O Cruzmaltino tenta reverter o caso, sabendo que, caso se mantenha, pode inviabilizar o funcionamento do Clube.