Plano financeiro de Campello é ‘salvo’ após avanços na Copa do Brasil e Sula
Alexandre Campello manteve a folha salarial do Vasco da Gama em cerca de R$ 4,2 milhões e por enquanto está dando certo.
A principal divergência para o racha entre o presidente do Vasco, Alexandre Campello, e seus então “gurus financeiros”, Adriano Mendes e João Marcos Amorim, foi em relação à folha salarial do elenco para 2020. O mandatário bateu o pé para manter em cerca de R$ 4,2 milhões, enquanto os ex-dirigentes queriam reduzi-la. O principal argumento pela manutenção foi que, com um time mais competitivo, poderia alcançar – entre outras questões – premiações mais altas nas competições da temporada. E pelo menos por agora, ainda que com sofrimento, o plano financeiro está de pé.
Ontem, após empatar em 0 a 0 com o Oriente Petrolero (BOL) e se classificar para a segunda fase da Copa Sul-Americana, o Cruzmaltino já tem garantido 675 mil dólares (cerca de R$ 2,9 milhões).
Na semana passada, em outro empate sofrido, desta vez em 1 a 1 com o Altos (PI), o clube avançou para a segunda fase da Copa do Brasil e tem já reservados R$ 2,4 milhões.
As duas premiações somam mais de R$ 5,3 milhões, algo que soa como alívio ao clube que, até o fechamento desta reportagem, deve dezembro, férias e 13º para jogadores (além de direitos de imagem para alguns), e dezembro, férias e 13º para funcionários (os que recebem acima de R$ 1,8 mil ainda têm em débito novembro também).
Clube prometeu pagamento nesta quinta
Na tarde de ontem (19), poucas horas antes do jogo na Bolívia, funcionários do Colégio Vasco da Gama e do setor patrimonial do clube fizeram uma paralisação de seus trabalhos por conta dos salários atrasados.
Um integrante da diretoria foi ao encontro deles e, com a autorização de superiores, informou que uma folha salarial será paga hoje (20), quando internamente o mês de janeiro vence.
Mesmo com a promessa, muitos ainda desconfiam e aguardam com ansiedade o pagamento em suas contas.
Alguns dos funcionários passam por extrema necessidade, tendo a luz de suas residências cortadas e sofrendo até ameaças de despejo.
Justiça suspende ordem de repassar R$ 5 milhões
Uma das verbas que a diretoria contava para sanar parte dos atrasados não poderá ser utilizada, pelo menos por agora. A Justiça havia determinado que a Caixa Econômica Federal – antiga patrocinadora do clube – repassasse R$ 5 milhões do patrocínio que estavam retidos em juízo.
O banco estatal, porém, recorreu da decisão alegando que o Vasco descumpriu o contrato por não possuir as certidões negativas de débito (CND’s), e teve a ação acatada pelo tribunal. A informação inicial foi publicada pelo Globoesporte.com e confirmada pelo UOL Esporte.
Sem vice de Finanças, Controladoria, Marketing e Futebol
Convicto de suas decisões, Alexandre Campello está cada vez mais isolado na diretoria. A divergência em relação à folha salarial do elenco custou as saídas de João Marcos Amorim, da vice-presidência de Finanças, e de Adriano Mendes, da vice-presidência de Controladoria. A dupla ainda levou o ex-assessor da presidência Horácio Junior.
No fim do ano passado, o ex-vice de Marketing, Bruno Maia, já havia deixado seu cargo, e no primeiro ano de gestão, o ex-vice de Futebol, Fred Lopes, renunciou à pasta, que segue vaga desde então, sendo acumulada pelo próprio Campello.
O estatuto do clube exige que a vice-presidência de Finanças seja preenchida, mas o presidente vascaíno tem dificuldades para encontrar um nome. O ex-vice de Comunicação, Antônio Peralta, chegou a ser convidado, mas recusou ao chamado.
Sócio-torcedor e bilheteria
Além das premiações das competições, as outras questões que Alexandre Campello acredita que serão impulsionadas com a manutenção da folha salarial do elenco em cerca de R$ 4,2 milhões são o programa de sócio-torcedor e a bilheteria.
Em sua concepção, isso se torna viável com um time competitivo. Porém, até o momento, a equipe do técnico Abel Braga ainda não empolgou o torcedor, já que acumula uma eliminação precoce na fase de grupos da Taça Guanabara e se classificou com sufoco contra times modestos na Copa do Brasil e Copa Sul-Americana.
A diretoria contratou, até o momento, somente o atacante argentino Germán Cano – que tem correspondido – e renovou o contrato do meia Fredy Guarín, que ainda não reestreou. Ela também mantém negociações com o meia Martín Benítez, do Independiente (ARG).
Uol