Novo estatuto do Vasco prevê punição a gestores por ato de gestão temerária
O novo estatuto do Vasco da Gama, que aos poucos vai tomando forma, prevê punição a gestores por ato de gestão temerária.
Pontos pendentes são sobre conflito de interesses e inelegibilidade de presidente em caso de contas reprovadas
Com momentos de tensão, bate-boca e alguns acordos, a Reunião do Conselho Deliberativo do Vasco conseguiu avançar na reforma do Estatuto do clube. Realizada nesta terça-feira na Sede Náutica da Lagoa, estabeleceu punições para gestores que cometerem ato de gestão temerária e definiu novos critérios para o sócio votar e ser candidato a cargo. Por outro lado, questões mais polêmicas foram postergadas para um novo encontro, que deve acontecer na primeira semana de março.
A sessão durou cerca de três horas e meia. Durante um bom tempo ficou parada por causa de discussões sobre o quórum – consellheiros e o presidente Alexandre Campello requisitava a quantidade de pessoas presentes enquanto que Roberto Monteiro, presidente do Conselho Deliberativo, se recusava a revelar o número.
Os dois chegaram a bater boca asperamente, Campello ameaçou deixar a sessão, mas no fim das contas a reunião seguiu. Além da inclusão da gestão temerária no novo estatuto, os conselheiros mantiveram em um ano o tempo de associação necessário para o sócio votar e aumentaram de cinco para seis anos o tempo para ele se tornar candidato. Estabeleceu-se uma idade mínima de 35 anos, mas as mudanças acontecerão somente depois do próximo pleito.
Tópicos mais polêmicos, como a proibição de conselheiros ocuparem cargos remunerados e a instauração da inelegibilidade para o presidente que tiver as contas reprovadas no Conselho Deliberativo foram adiados. Outro ponto muito discutido que ficou sem definição foi o referente ao Conselho de Beneméritos: estuda-se o aumento do número de beneméritos de 150 para 160 ou até 170. Outra questão aberta é sobre a responsabilidade pela nomeação de novos membros.
Campello ameaçado
Antes da reunião do Conselho Deliberativo desta terça-feira, os membros da Comissão de Justiça se encontraram pela última vez para tomarem uma decisão sobre o presidente Alexandre Campello, acusado de ter obstruído o trabalho de sindicância aberta para apurar a entrada de novos sócios no clube. Seis votaram pela suspensão de cinco dias do presidente, contra cinco votos pela advertência do dirigente.
Com isso, caberá ao Conselho Deliberativo se reunir para votar pela aplicação ou não da pena estabelecida pela Comissão de Justiça. Campello terá tempo para montar uma defesa e ir ao plenário do Conselho Deliberativo para se defender. Caso seja confirmada sua punição, o vice-presidente Elói Ferreira assume.
O Globo Online