Milton Mendes se defende de críticas e revela dívida do Vasco: ‘Recebi nada’

O ex-técnico do Vasco da Gama, Milton Mendes, explicou o método de trabalho no Clube e disse que a sua demissão foi um erro.

Na última quarta-feira (20) o ex-técnico do Vasco da Gama, Milton Mendes, concedeu uma entrevista ao canal Machão da Gama, no Youtube. Nela, o comandante se defendeu de críticas que recebe da torcida por sua passagem por São Januário. Ele começou dizendo que ainda tem dinheiro a receber do Gigante, afirmou que a sua demissão na época foi um erro e destacou que não pretende retornar ao Clube.

– Eu não fui para o Vasco para ficar rico, tanto que não recebi nada até hoje. Eles me devem até hoje e não recebi absolutamente nada. Eu fui para o Vasco ajudar e se aquela turma naquela altura fosse inteligente, tinha ficado comigo que tinha resolvido tudo. Hoje, eu não queria voltar para o Vasco, tanto é que lá atrás falaram o meu nome e eu disse não me interessaria em voltar.

Descrente com uma possível melhora do Vasco, Milton Mendes saiu em defesa e destacou qualidades do ex-presidente Eurico Miranda. Ele destacou que foi campeão tanto como jogador quanto como treinador no Gigante, vendo assim que foi vitorioso pelo Clube. O comanda ainda lembrou foi o responsável por promover Paulinho e outros garotos que mais tarde se tornaram vendas que geraram dinheiro ao Vascão.

– Não vislumbro o Vasco com possibilidade de melhoras. Na altura o Doutor Eurico estava lá, que era um cara extraordinário, pessoas queriam falar mal dele, inventar, mas quem trabalhou com ele sabe que era um cara extraordinário. Comigo sempre foi. Foi quando eu era jogador e quando treinador. Eu fui campeão como jogador e como treinador. Eu tenho uma passagem vitoriosa, por mais que muita gente não goste, o Milton Mendes foi um vencedor, eu coloquei para jogar o jogador que foi a maior venda da história do Vasco. Eu coloquei com 17 anos. Desses 8 jogadores que eu subi, 5 desses foram vendidos, então as pessoas tentam dizer e falar coisas negativas, mas a história está lá.

Nada melhor para se defender do que explicar a sua estratégia, não é? Milton Mendes contou que o seu trabalho foi baseado em buscar o problema que estava afetando a equipe naquele momento, o que motivou com que começasse um processo de rejuvenescimento do elenco vascaína, trazendo garotos base e tirando alguns jogadores com idade mais avançada. O comandante ainda destacou os riscos dessa atitude, o que se manteve enquanto os resultados estavam vindo, mas que não resistiu a um momento negativo.

– O time caiu em 2015, quase não subiu em 2016, teve que ganhar o último jogo contra o Ceará em casa daquele jeito, em 2017 com 1 mês e meio ou 2 tinha mandado o Cristóvão embora. Isso é problema de treinador? Isso é outros problemas. Aí eu fui buscar os históricos dos jogadores, e tinha alguns que jogavam domingo, folgavam segunda, faziam recuperação na terça e iam para o jogo quarta. Sem entrar no campo. Vem cá, porque os jogadores faziam isso? “Não é que ele se sentem bem”, mas pera aí, quem tem que se sentir bem com o trabalho é o treinador, ele que precisar dar ideia, senão não precisa de treinador. Eu disse que precisava mudar e comecei e azia começou a subir, quando o facão começou a passar e começou a arrancar cabeças, a coisa ficou maior. Uma coisa principal que o torcedor não via era que entrei para trabalhar para o Vasco e não para mim. Se eu entro para trabalhar eu me encosto nos velhotes, eles são os que falam e vão defender o treinador, mas se vai contra eles, você vai estar fazendo um trabalho para o Clube, mas vai abrir os flancos para os caras. Se você for mal, eles vão te matar. Enquanto as coisas foram bem, conseguimos tirar uma série de gente, aí chegou um momento que foi mal e “prum”, aí pronto, me mandaram embora com fama de mal.

Reforçando a ideia de que a diretoria errou em demiti-lo, Milton Mendes destacou que, se fosse mantido, poderia ter ampliado esse processo. Ele disse que teve papel importante na reaproximação do Gigante com a torcida, sendo que São Januário voltou a receber grandes públicos, e afirmou que para que a sua ideia pudesse ser colocada em ação ainda durante a temporada, precisaria de alguém para sofrer o desgaste. O comandante ainda contou que em conversa com dirigente na época, descorbiu que os treinadores não tiravam a braçadeira de um jogador para evitar problemas.

– Por isso acredito que não foram inteligentes naquela altura. A gente resgatou a torcida, ela não iria mais para o campo e gente disse: “Não, vamos resgatar todo mundo” e vieram junto. Enchemos o Caldeirão, isso vai até hoje. Quando a torcida do Vasco quer ajudar, ela ajuda, mas quando quer bater, ela também bate, derruba, ela não é muito paciente. Eles precisam entender como que naquele ano a gente ia fazer uma transformação de colocar jovens e tirar os velhos com o carro andando, era impossível não fazer as coisas daquele jeito. Tinha que ter alguém para se desgastar. Teve um diretor que eu disse: “Como é que deram tanta asa para um jogador desse?” e ele: “Ah, não conseguiu tirar. A gente disse para os treinadores para tirar fulano de capitão e não quiseram para não arranjar problema”, não tem que ter medo de jogar nenhum não. A instituição maior é o clube, não tem jogador e ninguém acima de qualquer clube. Não tem! Porque todos passam e o clube fica. Os dois patrimônios são o clube e a torcida.

Milton Mendes comandou o Vasco entre março e agosto de 2017

Atualmente sem clube, Milton Mendes passou pelo Vasco em 2017, onde ficou de março até agosto. Nesse período, o Gigante passou por um processo de mudanças no elenco, com a garotada recebendo mais oportunidades, e jogadores experientes perdendo espaço. O técnico chegou a viver bons momentos em seu período em São Januário, como na conquista da Taça Rio, e no com início do Campeonato Brasileiro. No entanto, com o andar da competição, a equipe caiu de produção, os resultados não  estavam vindo e o comandante acabou demitido.

Obs. Texto produzido pela equipe Vasco Notícias. Reprodução não permitida.

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