Lista de sócios volta a gerar polêmica no Vasco; entenda
O presidente da Assembleia Geral do Vasco da Gama, Faues Mussa, alegou que não teve acesso à lista detalhada dos sócios.
A lista de sócios do Vasco, que gerou polêmicas no ano passado, volta a causar divergência no clube de São Januário. No último março, a questão parecia superada, mas agora o cenário volta a ser de incerteza e divergências. O presidente da Assembleia Geral, Faues Mussa, alega não ter tido acesso à lista com dados completos dos sócios. É a partir da lista de sócios que se faz a convocação para o referendo das eleições diretas e para o pleito em si.
– Fui pego de surpresa quando o presidente Alexandre Campello informou que disponibilizaria somente a lista com os nomes dos sócios. Como presidente da Assembleia Geral, preciso da lista de sócios completa para fazer uma eleição transparente. Mas ele afirmou que não vai dar, o que me causou profunda estranheza porque em todas as eleições anteriores do Vasco a lista sempre foi apresentada completa, inclusive a lista das eleições que foram judicializadas, revelou Mussa ao LANCE!.
Após negociações, Faues Mussa teve disponibilizada uma sala com acesso a documentos e levou três pessoas de sua confiança para que pudessem conferir os dados dos associados. Contudo, quatro dias depois o clube foi fechado seguindo as medidas de isolamento social adotadas para combate ao COVID-19. O Vasco confirma a disponibilidade do espaço:
– O clube disponibilizou um computador e um espaço na secretaria para que o Mussa possa analisar a lista. A secretaria está fechada para atendimento externo, mas funcionando em sistema de rodízio para trabalhos internos do clube. Ou seja: há funcionário disponível para ajudar na verificação da lista, desde que lá, presencialmente – informou o departamento de comunicação do Cruz-Maltino ao L!.
Quanto mais completa a lista, mais transparência na contagem do número de sócios que podem votar. Em eleições passadas, houve até necessidade de intervenções judiciais. Diante da crise sanitária e pela dificuldade de controle das enfermidades no país – e especificamente na cidade do Rio -, a data para a reabertura dos clubes é imprevisível.
O Vasco já aprovou no Conselho Deliberativo a eleição direta para presidente do clube a partir deste ano. Falta a Assembleia Geral, presidida por Mussa, convocar e referendar esta mudança estatutária. O pleito é previsto para novembro. Ambas as reuniões, contudo, subentendem aglomerações de milhares de pessoas, contrariando as recomendações das autoridades de saúde. Ao mesmo tempo, o rito da Assembleia prevê sessenta dias entre a convocação e a realização das votações no órgão.
Um argumento de Alexandre Campello para não disponibilizar a lista detalhada seria o desejo de parte dos sócios de não quererem que os dados saiam do clube. Já na última quinta-feira, em transmissão ao vivo da Vasco TV, o mandatário avaliou que, com a corrente pandemia do novo coronavírus, é difícil prever quando será a eleição.
– O estatuto tem uma série de regras. O Vasco tem cinco poderes: a Diretoria Administrativa, os Conselhos Deliberativo, Fiscal e de Beneméritos e a Assembleia Geral. Essa questão (eleição) é tratada no Deliberativo e convocada na Assembleia Geral. O que a Diretoria Administrativa faz é dar as condições para que a Assembleia Geral ocorra. Abrir o clube, providenciar mesa, informática. Tudo para que a assembleia aconteça. Tem o rito. Não sabemos até quando a pandemia vai provocar as dificuldades do clube. Fato é que para a eleição acontecer é preciso que a Assembleia Geral seja formada, que uma junta seja formada para analisar os sócios votantes e, a partir daí, as eleições diretas. E o mesmo para o estatuto (aprovado no Deliberativo). Não sei dizer se vai ou se não vai (ser este ano) porque não sabemos o que vai acontecer em relação à pandemia – analisou.
Paz?
O ano de 2019 foi tenso entre alguns poderes do Vasco. Porém, em março, durante reunião do Conselho Deliberativo, Faues Mussa e Alexandre Campello pareceram ter selado a paz:
– Queria fazer um pequeno comunicado a esse Conselho. Essa questão da lista já causou alguns aborrecimentos, mas tivemos reunião com o presidente Campello. Eu vou a São Januário, ele vai me passar a documentação que a gente precisar. O Vasco precisa de paz. É isso que quero comunicar. Um abraço e muito obrigado – declarou Mussa, complementado por Campello:
– Quero parabenizar o senhor Mussa. Nunca quisemos obstruir as informações, só quisemos zelar as informações pessoais de nossos sócios. Muito obrigado, senhor Mussa – finalizou.
Lancenet