Leandro Castan reafirma sonho de vencer a Libertadores pelo Vasco
O capitão do Vasco da Gama, Leandro Castan, falou na entrevista sobre o sonho de vencer a Libertadores pelo Gigante da Colina.
Um dos jogadores mais queridos da torcida vascaína, o zagueiro Leandro Castan não esconde que o sentimento é recíproco. Nesta quinta-feira, em coletiva na Vasco TV, ele falou de um sonho na carreira que espera realizar com a Cruz de Malta no peito, o de conquistar a Libertadores da América pelo clube.
– Dei uma entrevista uma vez dizendo que tenho o sonho de vencer mais uma Libertadores. Tenho uma na carreira e tenho o sonho de vencer outra com o Vasco. Se for embora e não acontecer, vou pensar que não foi a vontade de Deus pra mim, mas em todo lugar que passei sempre dei o meu melhor. Aprendi que sonhar é de graça, então sonho mesmo. Um homem que não sonha não vive. Sonho em um dia vencer a Libertadores com essa camisa do Vasco. Seria a minha segunda e a segunda do Vasco também. Vamos ver, eu sou um cara que penso positivo e em coisas boas. Me afasto de quem fala coisas ruins e põem para baixo – disse Castan.
O capitão da equipe de São Januário mantém forte identificação com o clube desde a chegada em 2018. O carinho recebido foi especial para o jogador de 33 anos que precisou superar um drama pessoal. Em 2014, quando atuava na Roma descobriu um tumor no cérebro e precisou passar quase quatro anos afastado dos gramados.
– É até difícil falar, porque realmente, o carinho que a torcida tem comigo é algo muito especial para mim. Enquanto estiver vestindo essa camisa e for um jogador profissional, vou sempre dar o meu melhor para retribuir dentro de campo com vitórias e jogando em alto nível. Desde o início, desde que cheguei. Senti um carinho que há muito tempo não sentia porque, com o problema que tive, fiquei muito tempo sem jogar na Roma. Não que não tenha sido bem tratado lá, mas quando você fica muito tempo sem jogar é diferente. Fazia tempo não sentia essa sensação de me sentir querido. Quando a torcida do Vasco me abraçou e me deu aquele carinho foi especial. Dou a vida nos treinamentos, porque para mim treino é jogo e jogo é guerra. Quanto maior o carinho, respeito e o amor que eles têm comigo, maior a minha responsabilidade – disse o zagueiro.
Na transmissão Castan se emocionou ao ser surpreendido com mensagens de carinhos do irmão Luciano Castan, da mulher e filhos e do ex-companheiro Francesco Totti, maior ídolo da Roma.
– Meu capitão, é o “capitano”. A gente chama ele de Queco. Esse cara dentro do vestiário é uma resenha danada. Receber mensagem dele é muito gratificante. É um dos caras que, na primeira vez que vi, minhas pernas tremeram. É um ídolo da história do futebol italiano, um ídolo da Roma indiscutível. Nunca vi um jogador ter a moral em clube com ele tinha na Roma. Mereceu a carreira que teve. Além de jogar muito, é uma pessoa sensacional e muito humilde. Hoje, como sou capitão do Vasco, aprendi muita coisa com ele. É tão difícil vê-lo falar, e ele tirou um tempo. Isso mostra o carinho que as pessoas têm por mim – agradeceu Castan.
Confira outras temas da coletiva de Leandro Castan:
Período sem treinar:
É difícil ficar sem jogar e sem treinar. Continuei treinando em casa para manter a forma mas os jogos fazem muita falta. É aquilo que a gente ama fazer. Sinto muita falta. Claro que é um momento delicado, nunca aconteceu isso na história do mundo. Rezo para que isso passe logo
Salários atrasados:
Como o Fernando Miguel já falou, é um assunto delicado. Estamos com meses de salários atrasados. O meu tem uma parte que é em direitos de imagem, então também estou desde agosto do ano passado recebendo 60% do meu salário. É algo que gera muita insatisfação em todos, mas a gente procura sempre estar sendo profissionais. Acho que temos que fazer a nossa parte e esperar que a diretoria resolva esses problemas. O José Luis Moreira chegou e tem conversado, tentando passar tranquilidade e a confiança para o grupo de que logo as coisas vão se resolver. Queremos que isso seja superado e que quando os jogos voltarem, não seja mais um problema que a gente tenha que falar. Que a gente possa falar só nas questões de dentro de campo. Falo isso para os atletas e funcionários.
Mensagem de apoio enviada à jogadora Virgínia Torrecilla, que enfrenta doença parecida com a de Castan:
O pessoal da minha assessoria falou para mim sobre a Virginia e mandei uma mensagem para ela pelo Twitter. Não entrei em contato ainda porque vi que ela ainda está se recuperando no hospital. O maior desafio dessa doença é a volta da cirurgia. É uma volta lenta e difícil, então com certeza, vou falar com ela para dar um incentivo. A mensagem que deixo para quem passa por algo parecido é ter muita fé em Deus, viver cada dia. Cada dia que vivi era como uma final de campeonato para mim. Tinha que superar os limites do meu corpo. Hoje, passados seis anos, podendo jogar no Vasco no meu nível fico muito feliz. Foram muitas lutas e muitos obstáculos superados
Sobre ser inspiração para outras pessoas:
Tento não me exergar como inspiração. Vivo minha vida de forma natural. O exemplo que tento passar é o que faço e não o que falo, ser um cara íntegro que trabalha bastante. A doença que tive era congênita, não tinha como controlar. Depois de tudo que passei, me cuido muito mais porque fiquei muito tempo sem poder treinar e aquilo mexeu muito comigo. Era algo que era mais forte que eu e não podia fazer nada. Tinha na cabeça que quando voltasse ao trabalho ele iria ser minha obrigação e meu hobby. Treino muito e me cuido bastante e sei que isso vai alongar minha carreira.
Casos de COVID-19 no Vasco:
A gente ficou surpreso por toda essa contaminação antes de voltar. Gostaria de parabenizar o departamento do Vasco, que está fazendo um trabalho muito legal e estão dando segurança para a gente. Colocaram os outros atletas em isolamento. E nós, que não tivemos contato com o vírus ainda, graças a Deus, estamos treinando. Foi mérito do departamento médico pelo que estão fazendo. Achava que a gente fora do clube estava mais seguro do que dentro, mas esse início tem mostrado o contrário. Não posso responder em termos de segurança sobre o vírus, isso é com os médicos, que são especialistas. Como atleta, eu vou pelo lado da questão física. Acredito, que voltando gradualmente, a gente precisa de pelo menos três semanas para voltar a jogar.
Dupla com Breno:
O Breno tenho muito carinho, respeito e admiração. Se não fossem os problemas que teve, com certeza era hoje zagueiro da Seleção Brasileira. Ele está muito motivado, torço muito para que dê essa volta por cima. No que puder, vou ajudar. É um cara que se posiciona muito bem, tem uma técnica muito boa, ter ele de volta no nosso elenco engrandece. Torço muito para voltar a tê-lo companheiro por admirar o zagueiro que ele é. Nao só eu mas todo o elenco
Sobre melhorar o melhorar o desempenho na volta:
Acredito que o que o Ramon tem a favor é que conhece bem o nosso grupo, Desde os meninos que subiram até os que estão há mais tempo. Está desde janeiro de 2019, tem um conhecimento muito grande no futebol. Na conversa que tive com ele fiquei entusiasmado por ver que ele é um treinador jovem, empolgado e que vai fazer de tudo para ajudar a equipe. Os jogos contra o Oriente Petrolero foram os melhores jogos nosso. Se a gente não jogar bem não passa na Sul-Americana. Na Copa do Brasil não jogamos bem, mas estamos vivos ainda. No Carioca temos que melhorar. Nós atletas temos que assumir as responsabilidade dessas mudanças. O Ramon não vai chegar com uma varinha mágica e vai resolver tudo. Temos que dividir a responsabilidade. Temos que estar muito focados porque vamos ter pouco tempo de preparação e daqui a pouco ja começam os jogos. Temos que assimilar rápido as ideias do Ramon. O jogo dele requer um time com muita personalidade, agressivo. Tenho certeza que o torcedor vai gostar.
Planejamento de carreira
Nao tenho esse planejamento de aposentadoria. Vivo um dia após o outro, uma temporada após a outra. Me sinto muito bem fisicamente. Nos testes físicos que fizemos nessa volta posso dizer que estou bem. Meus testes melhoraram muito de janeiro para agora. Não penso em me aposentar. Não posso dizer que vou me aposentar no Vasco porque nós atletas de futebol temos que saber que somos passageiros. Temos que merecer estar noc clube. Penso isso. No dia que bater a idade e eu não conseguir mais fazer aquilo, é a hora de sentar e ver o que fazer. Não posso estipular uma meta de me aposentar com determinada idade. Enquanto estiver jogado em alto nível, vou continuar e me superando a cada dia para estar sempre honrando essa camisa. O tempo que fiquei sem jogar 4 anos digo que sao quatro anos de divida que tenho com o futebol.
Lancenet