Jornalista conta bastidores da saída de Luxemburgo
A maneira como Vanderlei Luxemburgo saiu do Vasco da Gama foi considerada desrespeitosa e incoerente pelo jornalista.
O namoro de Vanderlei Luxemburgo com a diretoria do Vasco terminou nesta sexta-feira 13, deixando em São Januário o amargo sabor da traição.
E apesar da nota oficial em tom de cordialidade divulgada pelo clube e das postagens amistosas do treinador em suas redes sociais, a postura encontrada por ele para encerrar as discussões sobre a renovação do contrato foi considerada desrespeitosa e incoerente por dirigentes e conselheiros.
Já no Tocantins, onde é proprietário de uma emissora de tv afiliada da Rede Record, Vanderlei comunicou sua decisão por mensagem de celular.
E sequer retornou as ligações dos vascaínos que o procuraram, entre eles o próprio presidente Alexandre Campello.
Enfim, quebrou o cristal…
O gesto gerou desconforto de tudo quanto é espécie – do político ao desportivo.
Primeiramente, porque o treinador era considerado fundamental e estratégico no planejamento para 2020 – ano de eleição presidencial.
A continuidade do trabalho iniciado em maio deste ano era a única certeza que os dirigentes tinham, tal o envolvimento dele com as causas do clube.
Principalmente com o projeto do Centro de Treinamento que será construído em Jacarepaguá.
Depois, porque ao encampar a figura do “diretor-técnico” e chamar para si a responsabilidade de manter o clube na Série A do Brasileiro, Vanderlei caiu nas graças do torcedor.
Por isso a diretoria já havia aprovado aumento de 100% no salário dele, e de 50% nos dos profissionais que fazem parte de sua comissão.
Ele, porém, valorizado no mercado, queria mais do que boa remuneração.
Boa fonte me conta que, nos últimos vinte dias, com engajamento de mais de 150 mil vascaínos no projeto sócio-torcedor, o “super técnico” vinha tentando convencer o presidente Alexandre Campello e o vice de controladoria Adriano Mendes de que o Vasco precisava aumentar o percentual destinado ao futebol, com forte investimento em contratações de impacto.
Falam na aquisição de quatro jogadores, número que não consegui confirmar.
Acontece que a intenção esbarrou em Adriano Mendes.
Executivo de carreira do BNDS e responsável pelo avanço na gestão do clube, o vice-presidente de controladoria manteve-se firme ao plano firmado com os profissionais da KPMG.
Objetivo: concentrar esforços no pagamento da dívida de curto prazo, e trabalhar para que o Vasco, em dois anos, tenha capacidade de fazer investimentos de grande porte.
Exatamente como fez a gestão de Bandeira de Mello no Flamengo, com os ensinamentos do catalão Ferran Soriano, ex-vice-presidente econômico do Barcelona, hoje CEO do Manchester City.
Quase uma receita de bolo.
Vanderlei, já especulado em clubes como Palmeiras, Santos e Atlético-MG, se sentiu à vontade para voltar ao mercado…
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