Grupos criticam fim do paradesporto no Vasco
Grupos divulgaram notas nas redes sociais criticando a decisão pelo fim do departamento paralímpico no Vasco da Gama.
Vascaínas contra o assédio
[NOTA DE REPÚDIO]
O Comitê Gestor junto com o Vice Presidente Francisco Vilanova e Presidente Alexandre Campello optaram pela finalização dos esportes paralímpicos do Club de Regatas Vasco da Gama, alegando ser uma medida para conter a crise financeira agravada pela Pandemia do Covid-19. No país onde 24,6 % da população possui algum tipo de deficiência e destes, 5,6% são casos graves (IBGE, 2010) é injustificável que a pessoa com deficiência (PcD) seja sempre a preterida. Qual a justificativa para o corte de TODAS as categorias paralímpicas? São 128 pessoas entre alunos e atletas que deixam de fazer parte da instituição, num momento que é difícil para todos.
O Paradesporto do Vasco é conhecido por suas grandes vitórias, sua força de competição e pela gana dos atletas em participar dos campeonatos mesmo tendo que tirar dinheiro do próprio bolso. A folha salarial de todos os profissionais envolvidos, que não chega a 20 mil por mês que irá salvar o clube dessa crise? O movimento Vascaínas Contra o Assédio repudia essa ação cometida pela diretoria do Club de Regatas Vasco da Gama! Essa atitude é pisar em cima de quem tanto se esforça para honrar a Instituição. Encontramo-nos envergonhadas, sem acreditar que mais uma vez, as minorias estão sendo ignoradas pelo Club. Até quando?
Agradecemos a cada pessoa envolvida no paradesporto do Vasco. E reforçamos nosso apoio a todos os alunos e atletas que foram postos à margem de forma tão leviana.
ArquibaVasco
O desrespeito ao trabalhador é um marco da gestão Alexandre Campello. Os atrasos salariais contínuos, o descumprimento de acordos, a inadimplência fiscal reiterada e a falta de empatia são sinônimos do que o Vasco da Gama sofre ao longo dos últimos três anos. No entanto, a Diretoria está conseguindo se superar neste período de pandemia, reforçando que também ignora a responsabilidade social que carrega o Club de Regatas Vasco da Gama.
– O desrespeito à vida. Depois de ter sido um dos últimos, senão o último clube a disponibilizar suas instalações para o poder público no combate à COVID-19, o Vasco aceitar ser rebocado pelo seu rival e, no momento em que o país bate recorde de mortes por dia e o sistema de saúde do Rio de Janeiro está prestes a colapsar, defende em nota o retorno das atividades do futebol. Uma atitude totalmente desconexa com a realidade e irresponsável com os atletas e servidores necessários para a realização do esporte.
– Funcionários não são números. Nada temos contra uma reforma administrativa, caso seja necessária para o Clube, mas não podemos tomar decisões baseadas apenas em planilhas, sem olhar o cenário socioeconômico. O Vasco, nessa condução catastrófica, está abandonando diversos funcionários (agora seus credores) no meio de uma das maiores crises da história. Quando esperávamos um posicionamento condizente com a nossa história, a Diretoria pune os mais vulneráveis sob o cômico pretexto de que essa decisão ajudará o Vasco a suportar o impacto econômico da pandemia, quando todos sabemos que essa economia porca em nada mudará a situação financeira do Clube nem de imediato e nem a longo prazo.
E hoje, para aprendermos a nunca duvidar da capacidade da gestão Alexandre Campello de piorar qualquer situação, o torcedor vascaíno é informado do fim do programa Paralímpico do Clube. Além de reforçar a incompetência dessa gestão que não conseguiu em 3 anos regularizar as CNDs para captar verba via incentivos fiscais para o projeto, a atitude encerra este que era, por muito, o projeto mais vencedor do clube nos últimos anos (só no Parapan de 2019 foram 30 medalhas conquistadas por atletas vascaínos) e toda comissão custava 17.800 reais por mês. Como sócios e vascaínos pedimos desculpas por essa covardia cometida pela Diretoria que ocupa o Vasco hoje.
Alexandre Campello, Diretoria Administrativa e consultorias contratadas, mais uma vez vocês mancham a história do Clube, agindo de forma contrária a nossa história e ferindo o nosso orgulho.
Mas saibam que esses atentados contra os mais vulneráveis neste momento tão difícil não serão esquecidos e tampouco encobrirão o fracasso administrativo, financeiro e desportivo que é o retrato desta gestão. As dívidas aumentaram, essa gestão não consegue gerar receitas e fechamos o ano no vermelho. No campo, nos números e nas relações humanas, vocês nos envergonham!
Casaca!
ACABAR COM O PARALÍMPICO É MALDADE E FRAUDE
Eu não gosto de ocupar qualquer espaço para falar mal do Vasco, mas o anúncio do fim do Departamento Paralímpico do clube me leva a compartilhar a indignação.
Primeiro porque a história do Vasco é a da defesa dos mais esquecidos, dos que não tem chances em outros lugares que são elitistas. Todos os demais grandes clubes de futebol acabaram com o atletismo. O Vasco não. Porque ali estão muitas vezes as chances de negros e pobres.
A despesa do paralímpico (natação, vôlei sentado e futebol) é ridícula no total do clube e há outras atividades que poderiam ser suspensas antes.
Mas há também a fraude. A administração Dinamite fechou o parque aquático e tudo ali se deteriorou. Isso os vascaínos sabem e basta pesquisar na internet. Já na administração Eurico, em 2015, com as certidões negativas, partimos para a busca de recursos que eram disponibilizados pelo Poder Público através do CBC – Comitê Brasileiro de Clubes. Os editais do CBC poderiam ser para infraestrutura, equipamentos ou pagamento de pessoal. Isso dependia de cada edital. O Vasco tinha perdido o acesso a vários deles por falta de regularização fiscal.
Com as certidões, em 2015, houve um edital para compra de equipamentos, parte a ser usado no esporte olímpico e parte no paralímpico.
O Vasco conseguiu aprovar projetos no valor de R$ 2.898.670,71. E foi através da natação paralímpica que se conseguiu gastar mais de 1 milhão de reais na compra de modernos sistemas de filtragem, aquecimento, blocos de largada e equipamentos de fisioterapia. O Vasco entrou com recursos próprios na recomposição de azulejos, vestiários e recuperação da arquibancada. Mas sem os recursos específicos para o esporte paralimpico não haveria a reforma do Parque Aquático.
Outra parte da verba foi gasta com a importação da Alemanha de uma nova flotilha de 11 barcos para o remo. Um enorme esforço para cumprir as regras de investimento com dinheiro público. Ao final, contas aprovadas pelo CBC (que é fiscalizado pelo Tribunal de Contas da União) e todo o material para o Vasco, que está lá até hoje.
O Vasco tinha e se aproveitou do esporte paralímpico para o seu patrimônio e, agora, menos de 3 anos depois da reinauguração da piscina, manda os atletas embora. E, segundo os atletas, os salários de todos os treinadores e preparadores do departamento juntos não chegam a 20 mil reais por mês.
Uma observação: fiz a pedido do Eurico toda a supervisão do projeto de captação com a ajuda na época do vice-presidente Francisco Vilanova, do presidente do Conselho Deliberativo, Luis Manoel Fernandes, e do profissional Carlos Magno, nome de primeira linha nessa difícil missão de montar o projeto, acompanhar a aprovação e a prestação de contas.
MARCO ANTONIO MONTEIRO
Grande Benemérito do Vasco
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