Fluminense rompe contrato com a Reserva após declaração de vascaíno CEO da marca

O Fluminense rompeu contrato com a Reserva após declaração do CEO Rony Meisler, torcedor do Vasco da Gama, atacando o clube.

Mario Bittencourt é o presidente do Fluminense
Mario Bittencourt é o presidente do Fluminense (Foto: Lucas Mercon/Fluminense)

As declarações do fundador e CEO da Reserva Rony Meisler provocando o Fluminense em razão da disputa judicial com o Vasco em torno do Maracanã custaram caro para a marca. Ao afirmar que o clube “está cancelando qualquer relacionamento com a referida empresa”, o presidente Mário Bittencourt não fala no sentido meramente institucional. Os tricolores já tinham uma parceria em andamento e outra prestes a ser assinada com a grife.

O Fluminense tinha um contrato com a marca Reserva Ink, que pertence ao grupo de Meisler. Trata-se de uma linha voltada para camisetas básicas que recebem uma estampa temática. Justamente por este caráter de simplicidade, permitia que fossem produzidas de forma muito rápida. No caso da coleção do Fluminense, foram lançadas peças com temas como a volta de Marcelo, os gols de Germán Cano e o bicampeonato carioca conquistado no início do mês.

O clube já iniciou o processo de rompimento deste contrato. Inclusive, a vendas das camisas já foi suspensa.

Outra parceria desfeita é com a própria marca Reserva. As duas partes negociavam há meses um contrato de licenciamento que previa peças com o selo principal da grife voltadas para a torcida tricolor. Neste caso, são roupas casuais mais elaboradas e diversas: desde camisetas até bermudas e casacos. A marca já possui uma coleção deste tipo com o Flamengo e o Vasco.

Todas as bases do contrato com o Fluminense já estavam acertadas e a assinatura era uma questão de dias. Mas, ao tomar conhecimento das declarações de Meisler, o clube comunicou à marca, através de seu departamento jurídico, que o negócio não será mais concretizado.

O desgaste na relação teve início quando Meisler usou suas redes sociais para se posicionar sobre a disputa em torno da gestão do Maracanã. A defesa do consórcio gerido por Flamengo e Fluminense, potencializada pelo presidente tricolor Mário Bittencourt em entrevistas, incomodou o CEO, torcedor do Vasco.

“No sábado, o Fluminense colocou 38 mil torcedores no Maracanã. No domingo, dia seguinte, o Vasco colocou 60 mil. Evidência clara de que o Vasco precisa do Maracanã e o Fluminense poderia jogar em seu estádio nas Laranjeiras, onde há menos de um século eles mandavam pessoas pretas passarem pó de arroz no rosto para jogar futebol”, escreveu Meisler, entre outras coisas, em seu perfil no Instagram.

Este trecho foi mal recebido no Fluminense, que há anos faz um trabalho institucional de reverter a pecha de clube racista. Na manhã desta quinta, o clube divulgou o comunicado acusando o CEO de racismo e prometendo processá-lo na Justiça (leia no pé desta matéria).

Reisler até tentou se desculpar, publicando um comunicando no qual retira as declarações sobre o pó de arroz. Mas não foi o suficiente para demover o Fluminense de pôr um ponto final na parceria entre as marcas.

“No calor do momento, em meio à argumentação, errei ao escrever que há um século atrás o clube passava pó de arroz no rosto de seus jogadores negros. Desde pequeno cresci escutando esta história e alertado por amigos, pesquisei profundamente (o que deveria ter feito antes) e descobri que é um mito e não a verdade. A história do Pó de arroz é completamente diferente e em nada o clube foi racista em seu passado”; escreveu o empresário.

Leia a íntegra da nota do Fluminense

“O Fluminense FC repudia o ataque covarde do fundador da grife de roupas Reserva, Rony Meisler, à história do clube, por meio da acusação da prática de racismo no passado, ecoando absurdas afirmações há muito reconhecidas como mentirosas.

Circulam corriqueiramente em redes sociais versões falsas que indevidamente apontam o racismo institucional supostamente praticado pelo clube no início do século XX como origem do apelido “pó-de-arroz”, originariamente adotado por torcedores rivais como forma de provocar a torcida tricolor e seu ex-jogador NEGRO Carlos Alberto, que tinha como hábito usar pó branco no rosto após fazer a barba já na época em que atuava no América. O efeito foi inverso e os tricolores DE TODAS AS CORES abraçaram o apelido e fizeram do pó-de-arroz um dos símbolos da sua torcida até os diais atuais.

O Fluminense FC adotará as medidas legais cabíveis e destinará a entidades dedicadas ao combate ao racismo toda indenização recebida em decorrência de ações judiciais movidas contra aqueles que espalham notícias comprovadamente falsas a respeito de um tema tão sensível SOBRETUDO PARA OS NOSSOS TORCEDORES NEGROS E que jamais deveria ser usado sob um pretexto tão banal quanto a provocação clubista.

Diante desse comportamento inaceitável, o clube também está cancelando qualquer relacionamento com a referida empresa por entender que este senhor e a grife que fundou não são dignos de ter sua marca associada ao clube”.

Fonte: O Globo

4 comentários
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    Esse senhor que que aparecer, já que o time dele e time de nada nada e morre na praia ,como dizia o Romário cavalo Paraguai,agora está se sentindo ofendido,agora o errado e certo e o certo e errado

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    Foi punido por falar a verdade.

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    Ata maior prova disso,operários e classe,construirmos um estádio,coisa que eles não tem até hj,que pra revive o passado pq as emissoras não falam.?

  • Responder

    Isso é time de tricoletes

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