Fabiana Beltrame é apresentada como símbolo da retomada do Vasco
Fabiana Beltrame foi apresentada por Eurico Miranda como o símbolo da retomada do Vasco, que sonha voltar ao topo.
A mudança de uniforme foi em 2009. As cores do Vasco deram lugar às do Flamengo. Na Gávea,Fabiana Beltrame conquistou o inédito título mundial no single skiff dois anos depois. Mas o coração não estava mais feliz como antes. O convite feito pelo presidente Eurico Miranda caiu como uma luva, e ela resolveu apostar todas as suas fichas no retorno. Nesta segunda-feira, a remadora foi apresentada pelo dirigente como o símbolo da retomada do clube, que sonha voltar ao topo. Seu contrato será de dois anos.
– Eu não estava tendo problema algum no Flamengo. A torcida caiu em cima (risos), mas acho que a vida do atleta é feita de fases, e eu não estava me sentindo tão à vontade lá. Surgiu essa oportunidade, e resolvi apostar minhas fichas, porque são meus dois últimos anos de competição em alto nível. Meu contrato dura este tempo e quero tentar levar o Vasco ao alto do pódio em competições internacionais. Fiquei muito feliz com o convite. Vim de Santa Catarina para remar pelo Vasco e tenho carinho especial pelo clube. E ser um símbolo para esta fase nova do clube, eu realmente confio no presidente para mudar o atual cenário do remo do Vasco. E isso é só o começo – disse Fabiana.
O último troféu erguido no Estadual foi em 2008. Sobre o investimento, o dirigente evita dar detalhes. Diz não querer criar expectativas. Certo mesmo neste momento é que uma flotilha novinha será importada e que já na primeira regata estadual será possível notar que o Vasco voltou com força. Perguntado a respeito do desejo de investir em mais modalidades olímpicas, como no projeto de 1999, ele afirma ter disposição.
– O Vasco não é só futebol. É uma instituição que tem outras modalidades, que tem medalhistas olímpicos, só que a gente não pode voltar com tudo de uma vez. Mas o pessoal vai se surpreendendo. Outro esporte, que apesar de terem colocado obstáculos e que vai voltar, é o basquete. Sempre tivemos também uma base no atletismo. O Adhemar Ferreira da Silva era atleta do Vasco na segunda medalha olímpica que conquistou. E o atletismo é também um esporte base. Eu tenho que respeitar acima de tudo o hino, que fala do remo, do atletismo e vamos ter que investir nisso. Nós nos preparemos para termos condições de pleitear esses incentivos. Também vamos cuidar dos esportes paralímpicos. Vai acontecer, só não quero criar muita expectativa – declarou Eurico Miranda.
Aos 32 anos, Fabiana sabe o tamanho de sua responsabilidade. Não só no projeto do clube, como também nas Olimpíadas do Rio. Garante estar em sua melhor forma e com fôlego novo. Nesta temporada, só pensa em transformar a prata do Pan de Guadalajara 2011 em ouro no de Toronto, que será disputado em julho. A última vez que o Brasil esteve no alto do pódio na competição foi em 1987, com os irmãos Carvalho. Sobre os Jogos de 2016, ela lamenta que a modalidade ainda sofra com a carência de remadoras.
– Aquela prata está engasgada. Estou trabalhando muito com esse objetivo do ouro, e o resto é consequência. Para 2016, a gente está bem em cima da hora, estou com esse impasse de parcerias. Estava com a Beatriz Tavares, mas ela não está conseguindo se firmar no peso leve. Temos que melhorar também a questão da raia, que está atrasada. Temos um evento-teste chegando, e nada começou. Em termos de estrutura da modalidade, estamos bem atrasados com relação ao nível mundial. Isso preocupa porque estamos deixando passar esse ciclo olímpico. Esperávamos que muita coisa fosse acontecer, mas o tempo vai passando, e a esperança vai diminuindo.
Defendendo o Vasco, Fabiana Beltrame manterá sua rotina. Seguirá treinando a maior parte do tempo com o técnico da seleção brasileira. Acredita que alguns de seus ex-companheiros rubro-negros e até mesmo remadores de outros estados vão procurar o clube e confiar no novo trabalho.
– Ela não cresceu lá, não. Ela cresceu aqui. Tem sempre a história de que um bom filho à casa torna. Se cresceu, não foi com o angu que foi dado do outro lado, foi aqui que ela começou – enfatizou Eurico Miranda.
Globo Esporte